Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

30 novembro 2010

Proposta de flexibilização dos currículos

O grupo de trabalho discutindo flexibilização de currículos na Politécnica montou uma proposta cujas ideias principais podem ser visualizadas na figura ao lado. Essencialmente é a proposta defendida pelos estudantes. Ela respeita a cultura e a organização da Poli e da USP, e não fica muito distante das estruturas curriculares praticadas nas melhores universidade norte-americanas. Na minha opinião, a aprovação da proposta seria um ENORME AVANÇO para o ensino na Poli. Os pontos principais a favor dos alunos são o 9 cursos eletivos livres (em amarelo) e o módulo dentro da especialidade ou em uma especialidade diferente (em vermelho), bem como a limitação da carga horária em valores razoáveis.

Pelo que vale minha opinião, sugiro que os alunos se empenhem na aprovação da proposta. Ela é perfeitamente factível e conta com a simpatia de pessoas muito competentes e influentes na Poli, mas sem dúvida terá que enfrentar oposição da inércia e do conservadorismo. Se for implantada em uma reforma próxima a essa proposta, as gerações futuras de politécnicos serão muito gratas!

Butim dos correios

Selo para carta nacional de 30 gramas no Brasil: R$1,45.
Selo para carta nacional de 1 onça nos EUA: US$0.44.
Quantia que sobra para os políticos corruptos distribuírem: 69 centavos por carta.

Nas cartas internacionais, a porcentagem de esbulho é maior: custam R3,70 no Brasil contra US$0.79 nos Estados Unidos. Sobram R$2,33 por carta para serem disputados entre o PT e o PMDB.

28 novembro 2010

Wikileaks

The US State Department doesn't look too bad when you look at the wikileaks, does it? Most of the material seems to be what you expect they would be saying internally, which is not exactly what they say in public, but isn't that far. I'd say the same for Israel - no surprises. The leaked cables do bring the question: how come there was no military action against the Persian nukes? Is the answer "Stuxnet"?

Other leaders do look bad - Berlusconi, Putin, the Gulf kings. No big surprises there either, what did we expect from them? The Red Crescent brought heavy weapons to Hezbollah, North Korea sold long range missiles to Persia... Dangerous games, who would have guessed?

With a bit of luck, this will be the end of the obsolete culture of diplomacy. Rituals from a time before the telegraph, affectations of a time before democracy, formalities that have no place in the contemporary world. The hypocrisy of diplomacy has never brought us closer to peace. A world in which diplomats talk the way other professionals, or even politicians, do after 1968 will be a safer world.

27 novembro 2010

Flexibilização de currículos na Politécnica

Faço parte da comissão que está discutindo flexibilização dos currículos da Escola Politécnica da USP, dentro da assim-chamada EC3. Os trabalhos estão andando bem, mas receio que saia uma proposta pouco ambiciosa e cheia de detalhes que mais tarde possam levantar discussões pouco úteis para o objetivo de flexibilização. Para quem quiser ler, copio abaixo mensagem que enviei aos colegas da comissão. Não vou editar, mas o ponto importante é o 3.

Caros,

Achei que o texto reflete bem as discussões. Demorei para responder porque queria pensar um pouco mais antes de escrever minhas sugestões:

1 - Acho que seria melhor nem mencionar alguns pontos que fizeram parte dos trabalhos do grupo mas não estão diretamente relacionados com a flexibilização, e poderão desviar a atenção do assunto principal. Estou pensando nas entradas nas carreiras, opções no vestibular, regulamentação de estágio, duração do curso, e nas ênfases da elétrica por exemplo - pessoalmente estou de acordo com que o que foi escrito, mas pode levar a discussão nas instâncias seguintes para direções improdutivas.

2 - Como o texto descreve a diversidade dos assunto que abordamos, seria bom apresentar logo no início um "resumo executivo" bem curto das propostas que endossamos para flexibilização, de modo a focar a atenção de quem vier a ler sem ter participado do grupo.

3 - Agora vou dar uma opinião pessoal. Temos uma oportunidade que não se repetirá de fazermos uma proposta forte porém executável para integrar mais as diversas especialidades da Politécnica. Na minha opinião devemos recomendar que cada curso, carreira, grande área, e ênfase inclui em cada semestre a partir do 1o ao menos uma disciplina eletiva de livre escolha dentro da Poli, e a partir do 3 ano ao menos 2 eletivas livres por semestre. É uma medida simples de discutir, elaborar e executar; que não interfere na estrutura das carreiras e cursos individuais; que faz pleno uso de todos os recursos humanos que são os professores e estudantes; e que tem um potencial enorme para desengessar os currículos, facilitar uma inovação contínua, e dar aos estudantes a oportunidade de usufruírem do que a Poli tem a oferecer da maneira que for mais adequada para cada um.

Infelizmente tenho temor que se não apresentarmos uma proposta forte, factível, e expressada em 2 linhas de texto, há um grande risco que nosso trabalho venha a se perder em discussões sobre detalhes quando chegar o momento de expor a um grupo maior.

Gostaria de ver as opiniões do resto do grupo, e peço desculpas pela demora em fazer estes comentários. Agradeço a atenção!

26 novembro 2010

Astonishing development

Again Teddy Roosevelt, in the beginning of chapter IV, The headwaters of the Paraguay:

It is at any rate certain that this inland region of Brazil, including the state of Matto Grosso, which we were traversing, is a healthy region, excellently adapted to settlement; railroads will speedily penetrate it, and then it will witness an astonishing development.

Took a while longer than he expected.

24 novembro 2010

Conheça sua vizinhança - Vila Madalena

Caminhando para casa, passei na rua Ferreira Araújo, travessa da Natingui. Lá fica o Instituto Rosa Luxemburg Stiftung, uma fundação subvencionada pelo governo alemão e ligada ao antigo partido comunista da Alemanha Oriental, atualmente conhecido simplesmente como "a esquerda". Uma casa comum, numa rua residencial, com uma pequena placa na entrada. Bom saber que a guerra fria acabou.

Tropicalismo científico?

Não entendi o tal "Manifesto da Ciência Tropical" do Miguel Nicolelis que está levantando poeira na web. São 15 pontos defendendo mais gastos do governo com ciência e tecnologia. Uns redundantes ou óbvios, outros pouco concretos, e alguns obscuros ou bem viajantes. Alguns mais outros menos relevantes, e de forma geral apontando na direção de maiores esforços em pesquisa e não do ensino, da tecnologia e não das humanidades. Como os recursos totais - o número de cientistas capazes de fazer trabalho de qualidade -  são em primeira aproximação constantes, cientistas que pesquisam mas não ensinam significa menos gente ensinando - e portanto um crescimento ainda mais lento no número de cientistas. Por outro lado, julgando pela quantidade de lixo que as faculdades de filosofia e ciências sociais mandam, as tais cidades marítimas e espaciais podem não ser tão absurdas.

Deve-se dar um desconto pela fonte onde apareceu, um tal de Viomundo. Aparentemente mais um daqueles blogs aparelhados com dinheiro meu e seu, consultores ilicitados da TV Brasil, da Petrobrás, e de outras estatais. Esses blogs empregam jornalistas que têm menos medo de arriscarem a reputação duramente conseguida do que de arriscarem a poupança nesses tempos incertos para a rentabilidade dos meios de comunicação tradicionais. No caso, um Sr Luiz Carlos Azenha, que consta na wikipedia uma vez ter perguntado, meio por acaso, se o Gorbachev viria ao Brasil.

Provavelmente, o cientista tem pensamentos mais organizados do que os que saíram no dito blog. Não deixa de ser curioso que tanta gente esteja linkando para um entrevista que diz quase nada.

19 novembro 2010

Conhecimento produzido nas universidades não atinge diretamente professores do ensino básico

Surpresa surpreendente! Sem a pesquisa, pensaríamos que todas as professoras do primário acompanham atentamente nossas transactions, proceedings, e communications, sem falar nos doklady, uspekhi, e sbornik. A pesquisa apontou que "a maioria dos professores busca informações em revistas (23%) e livros didáticos (16%), seguidos da internet (14%) e jornais (10%)". O pessoal ainda lê revista e jornal? Preocupante....

Me lembra o concerto "encontro de gerações" que a USP promoveu essa semana. Recebi um email sexta à noite, e liguei na terça de manhã depois do feriado. Parece que os ingressos já estavam esgotados, o convite tinha sido feito através de um ofício. Quem lê ofício, de qual geração é? Nem da minha, nem da mais nova. Podiam ter chamado de "encontro de geração".

18 novembro 2010

Innumeracy?

Deu na Folha hoje: segundo o IBGE, o PIB do estado de S Paulo cresceu .7% mais do que a média brasileira em 2008, mas a fração paulista do PIB brasileiro caiu .8%. Há 2 explicações: ou os articulistas da Folha estão exibindo as dificuldades aritméticas que lhes são peculiares, ou então o IBGE foi anexado pelos torturadores de números da Sealopra e abandonou a pretensão de produzir informações confiáveis. Uma das campanhas recentes da Sealopra tem mesmo sido a diminuição do status do estado de S Paulo nas estatísticas nacionais, com finalidades político-partidárias. Espero que não tenham contaminado o IBGE.

De madrugada teve chuva de meteoros, mas estava nublado. Agora de manhã o céu está azul. Então estou adiando ir para os feios prédios e tediosas reuniões da USP. Aqui na V Madalena está mais bonito. Infelizmente besteira tem também no computador.

17 novembro 2010

Tiririca

Os promotores do ministério público que estão armando um circo anti-palhaço estão agredindo também vários princípios legais. O ministério público está colocando o ônus da prova de inocência no acusado; quer coagir o Tiririca a depor contra ele mesmo; e agora tenta abrir repetidos processos contra o deputado eleito, fazendo a mesma acusação várias vezes, após ele ter sido absolvido.

Mesmo para um analfabeto jurídico como o promotor Maurício Lopes, não seria difícil consultar os seguintes termos latinos na wikipedia: "in dubio pro reo", "non bis in idem", e "nemo tenetur se detegere". Com a tecnologia moderna, não precisa ser bacharel em direito nem saber latim para deixar de ser canalha.

A campanha deles não é somente contra o Tiririca, nem apenas contra o milhão e meio de eleitores que sabiam muito bem em qual palhaço estavam votando. É uma campanha judicial contra as liberdades mais fundamentais do cidadão em um estado de direito.

16 novembro 2010

Question about spreadsheets

I have a spreadsheet in Google docs. I download it and sort it according to one of the columns using Numbers. The other columns get readjusted, keeping each row organized. That's what I expect.

But once I sorted it using Excel, "Sort A-Z." The remaining columns stay where they are. The correspondence between the data in different columns of the same row is lost. For all intents and purposes, the date is lost unless and until I undo the sorting. I find this unbelievable! Can any of you confirm this experimental result?

Google docs does the same thing as Numbers.app: if one row had the name, height, and weight of a person, it would still have the name, height, and weight of the same person after sorting by any criteria. In Excel, on the other hand, the height would no longer correspond to the same name after sorting.

This seems a very basic error. Is it possible that people have been putting up with this crazy behavior in Excel for years and years? If so, I can almost understand how spreadsheet-using accountants managed to give a clean bill of health to Enron and Banco Panamericano. Please tell me I am wrong.

We veil our ignorance by the use of high-sounding nomenclature

"...behind them lie forces as to which we veil our ignorance by the use of high-sounding nomenclature..."

Through the Brazilian Wilderness, by Theodore Roosevelt, at the end of Chapter I, just before Chapter II, Up the Paraguay, begins.

14 novembro 2010

Dia da república

Nos anos 70 a Arena ganhava eleições na maior parte do Brasil. A partir de vitórias em S Paulo, o MDB cresceu, e nos anos 80 seu sucessor, o PMDB, se tornou o partido mais forte, dominando a assembleia constituinte. Com esse crescimento, o partido incorporou vícios da Arena, entre eles a corrupção, levando ao mau desempenho da economia.

Em resposta, o PSDB e o PT cresceram. Ambos inicialmente em S Paulo, e em seguida no resto do Brasil. Hoje os partidos que se originaram na antiga Arena e MDB desapareceram quase completamente de S Paulo, embora ainda tenham votos em outros estados. Na eleição de 2010, o PV se tornou a terceira força em S Paulo. Nacionalmente os verdes ainda são pequenos, porque os eleitor paulista tem uma representação desproporcionalmente pequena no congresso. Mas isso pode mudar, como sugere o resultado da campanha da Marina para presidente.

Parece razoável extrapolar que o PV vai crescer eleitoralmente, com o desgaste do PT, consequência inevitável do poder numa democracia. Contribuirá também uma futura diminuição do espaço do PMDB no país inteiro devido à corrupção, como já ocorreu em S Paulo. Note que os partidos que surgiram de outros estados, por exemplo os brizolistas, os colloridos, ou o PTB, foram dominados por caudilhos e nunca conseguiram se firmar no cenário nacional. Podemos imaginar PSDB, PT, e PV como as maiores forças no Brasil na segunda metade da década.

13 novembro 2010

Gênio do twitter

@MinCelsoAmorim Ministro! Como o senhor permitiu trocarem a cor de nossos passaportes de verde para a cor azul tucano-estadunidense?

@pait Desatenção imperdoável, meu único erro nesse período. Já contratamos a agência do Duda para fazer o design de passaportes vermelhos.

11 novembro 2010

Enquete carreira docente

From: Felipe M Pait
Date: 11 November 2010 2:31:37 PM GMT-02:00
To: caa@usp.br
Subject: Re: Enquete carreira docente

Sugiro sorteio. Não encontrei a opção na enquete. Seria mais a prova de maracutaia.

On 11 Nov 2010, at 1:31 PM, caa@usp.br wrote:

Senhores(as) Docentes,

Todos os docentes da USP podem expressar sua opinião sobre a forma de avaliação
(Parecer ou Banca) que consideram mais adequada para progressão na carreira docente.
Esta é uma enquete sem poder decisório e está disponível no sistema Marte.
(http://sistemas.usp.br/marteweb)
Contamos com sua participação.
Atenciosamente

Welington B. C. Delitti
Presidente da Comissão de Estudos da carreira Docente

10 novembro 2010

Pérolas da mídia chapa branca

Pérolas da mídia chapa branca:
Para entar na faculdade de Direito da Universidade de Harvard, Barack Obama teve que fazer o ENEM (lá conhecido como SAT).
Quantos erros cabem em uma frase só?

1 - Para estudar direito os americanos não fazem SAT, que é um exame para entrar na faculdade.
2 - O SAT é um exame privado, não é feito pelo ministério da educação.
3 - O ENEM é um exame de saída do colégio que verifica conhecimentos adquiridos.
4 - Nem o SAT nem outros exames são usados como critério único de admissão.

Ou seja, não há muita relação entre o SAT e o ENEM, fora serem exames. Porém, foi isso que escreveu Paulo Henrique Amorim. Ele nem ficou zangado com o governo só porque uma bolinha de papel rendeu 2 mil e quinhentos contos de réis para o Sílvio Santos, enquanto o Nassif ganha só uns 2 contos por ano, e o conversafiada deve levar menos ainda.

05 novembro 2010

What to expect from the Rousseff administration?

First, that it will be called "governo Dilma" in Brazil. With a few exceptions, Brazilians prefer to call their elected presidents by the first name. Now let's speculate about the economy, foreign relations, individual rights, and government programs under Dilma.

1 - Brazil's economy is overheated. It seems that the government preference is to cool it by raising taxes. That seems more feasible than lowering expenses, and less insane than either increasing interest rates or letting inflation rise. It is unclear whether anyone in the inner circles of power really understands what they are doing, but they seem to have reached a reasonable conclusion nevertheless.

2 - Dilma does not seem interested in foreign affairs. Expect less activism than under Lula. The silly idea of becoming a permanent member of the UN security council has been forgotten, and Itamaraty will be treated more strictly as a lunatic asylum, in the mold of Sealopra. Proposals to support nuclear weapon development by Chávez and Ahmadinejad are strictly for internal party consumption, as are Samuel Pinheiro Guimarães's consideration that the Axis was the victim of Anglo-Saxon imperialism.

3 - Dilma's platform contained an unstable combination of very progressive proposals for individual liberties, and calls for unconstitutional restrictions to the freedom of press and property rights. Under conservative fire her campaign backtracked, and turned to accusing Serra of being an abortionist supporter of homosexuality. Which in fact is not untrue: he has offered clear defenses of civil unions and abortion rights, although not of changes in the constitution. Do not expect any major advances on individual rights under Dilma. On the other hand, we have no reason to doubt her strong defense of freedom of press.

This will create a problem with the army of psychopaths, racketeers, and failed media entrepreneurs that have been supported by government funds to fire up the PT base. Will Paulo Henrique Amorim, Luís Nassif, Emir Sader, Carta Capital, and others in the self-entitled "alternative media" continue their campaign for "social control" of the press? For sure. Will they succeed in establishing a censorship regime, or will they have to accept government funds instead? The smart money is in the latter. A significant amount, if you ask me. That's another reason why taxes will go up, as seen above.

4 - Under Lula the ministries of education and health, as well as the central bank, were run professionally, specially after the "mensalão" scandals. Besides welfare programs, those 3 were the (qualified) success stories of the last 8 years. The remaining cabinet positions, used as exchange for congressional support, or directly to extract funding for political campaigns, are not very relevant except as money sinks. Administration may even improve under Dilma, who was respected by the professionals in the government.

But she will have to enforce more discipline among the ranks than seen in the last year or so. If corruption scandals force her actions, the Worker's Party depleted ranks of qualified individuals may prove insufficient. The fact that they were conspicuously absent from the presidential and legislative campaigns is a worrying sign.

One more prediction: the next election will not be decided by the result of the World Cup or by the triangulations of politicians and their analysts. It will depend on the phase of the economic cycle in 2014, a variable which science is not able to extrapolate.

03 novembro 2010

Where can trouble come from?

In a previous post, I wrote (in Portuguese) that Brazilians vote according to their pockets - a simpleminded and suboptimal feedback control strategy, which has the merit of being robust against long-term, constant disturbances - and that the PT government will not be strong politically starting January 1st. The possible sources of trouble are as follows:

1 - Political (self generated). As pointed out in A Mão Visível, the Worker's Party has completed the transition of its voter base: from a party of rentiers ensconced in protected industries, government offices, and nonperforming academic departments, to a party representing the poor and uneducated Brazilians who have benefited from social programs started in the last 15 years. Trying to reconcile the interests of the 2 sectors, which are diametrically opposed, PT often becomes embroiled in scandals. Lula's political skill kept the government running. Dilma seems less adept at controlling the party hacks, and the option for an agressive electoral campaign seems to have sidelined PTs more professionally qualified side. Probability of trouble: 100%. Danger: from minor to medium (been there, seen that).

2 - Economic (domestic). Brazil's private and government consumption is balanced by imports, the lack of domestic savings by a massive inflow of investments. At the moment foreign goods and capital have nowhere else to go, but this cannot go on forever. PTs two wings can only be kept in peace by generous social programs combined with inefficient and unproductive federal spending. Probability of trouble in the next 4 years: 50%. Danger: serious to very serious (been there, seen that, didn't like it).

3 - Foreign relations (exogenous, mostly). Although Brazil's neighbors have not been a serious concern since Pedro II won the Paraguay war seven score years ago, at present the solanolopistas can count on a sizable domestic fifth column. The Foreign Office has proved itself completely inept in the Honduras episode. Dilma, who showed herself to be curiously uninterested in international affairs, even more so than the Brazilian voter, would have to be the one making decisions if there are discontinuities in Argentina, Cuba, Paraguay, or Venezuela? Probability of trouble: ask the Moirae. Danger: uncertain.

4 - Environment (including public health and access to energy sources). Brazil's environment is healthy in the short term. Probability of trouble: very small. Danger: extreme.

Still to be answered: how would the Dilma administration react if there is trouble?

02 novembro 2010

Previsões

Primeira previsão: os comentaristas políticos vão continuar dizendo abobrinha. Com isso, fico liberado para  fazer previsões que podem no futuro se mostrarem erradas. A diferença é que esse blog fica arquivado, portanto vocês três aí que estão lendo poderão se quiserem conferir minhas previsões e dizerem: "o Pait errou!" Já quem vive de fazer previsão do tempo, do futebol, ou da política, prefere apagar os rastros.

Segunda previsão: o governo Dilma não será forte. Os tucanos ficaram mais fortes que o PT nos estados, especialmente nos estados pagadores de impostos. A sustentação política do governo terá que vir do congresso, onde nenhum partido tem maioria. Enquanto as coisas andarem bem, não haverá muito problema. Quando ocorrerem dificuldades, a quem Dilma poderá recorrer?

1 - A direita apoiou 11 de cada 10 governos nos últimos séculos. Só que a direita malufista acabou - estou pensando naquele partido que mudou de nome uma dúzia de vezes mas manteve o número, como um presidiário. Os conservadores que sobraram fizeram uma campanha nojenta, não vão poder apoiar esse governo.

2 - Os verdes só fizeram uma boa bancada no estado de S Paulo, que não tem peso no congresso. De qualquer modo os verdes estão divididos - entre os verdes maduros, que queriam apoiar Serra, e os verdes verdes, que querem se manter à margem, superiores a tudo, mais ou menos como o PT fazia antes de se projetar em verdadeira grandeza.

3 - A esquerda está atiçada. Quer sangue. Vai ter que se contentar com cargos e dinheiro. Podem esperar mais contratos sem licitação para o braço armados do PT, como a Fox News Carta Capital. Institucionalmente, contam pouco.

4 - O centrão. O PMDB, extinto em S Paulo, vai apoiar o governo. Em troca de grana. Muita grana. Se faltar dinheiro, vai faltar apoio.

5 - Em caso de crise, só sobram...... os tucanos. Não é impossível. Os grupos que disseram as coisas mais nojentas contra a Dilma não eram do PSDB, pelo menos não tucanos históricos. Já o PT fez uma campanha asquerosa começando com o Lula e continuando pela imprensa chapa branca. Dilma não se envolveu pessoalmente, mas não será fácil construir essa ponte, a não ser em caso de crise grave.

Em resumo, até haver dificuldades, o governo Dilma irá caminhando. De onde poderão vir os problemas? Outro dia especulo.

01 novembro 2010

O brasileiro vota conforme o bolso

O que decide é a situação econômica. Boa, vota na situação. Má, na oposição. Está certo votar em função de ciclos que independem do trabalho do presidente? Às vezes sim, às vezes não. Com essa estratégia de controle simplória, pelo menos se evita eternizar políticas desastrosas. A democracia é o pior dos sistemas, com exceção dos demais.

Conjectura: o crescimento econômico do Brasil nos últimos 16 anos pode ser explicado por uma variável independente apenas: a diminuição do tamanho das famílias. Ou seja, a soma de decisões individuais de milhões de mulheres, com uma contribuição mínima das políticas econômicas da ditadura, dos tucanos e dos petistas. Aposto que dá para provar com uma análise estatística de componentes principais bem simplificada.

E os sucessos dos governos Lula? No primeiro mandato, manter as políticas do Fernando Henrique. No segundo, seu maior aliado foi George Bush. Sem a deflação mundial causada pela crise americana, os preços no Brasil teriam estourado.

Amanhã ou depois, previsão para os próximos 4 anos. Não sou muito otimista.