Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

12 maio 2009

O fetiche do embaixador

Quando lambe o traseiro de um déspota dono de reservas de petróleo, mesmo se arriscando a fazer papel ridículo, o embaixador Amorim ainda pode argumentar que o faz por dinheiro. Mas quando faz genuflexões para o chanceler de um país falido como a Coreia do Norte, que não tem nem arroz para alimentar a própria população, e que ameaça entrar em guerra contra um parceiro comercial importante, o pretexto de prostituição não cola. A única explicação é um fetiche pelos glúteos dos tiranos.

7 comentários:

Anônimo disse...

pait:

pode ser.
mas pode ser tambem o argumento de "paixoes e interesses", de albert hirschmann, segundo o qual o estabelecimento de relacoes comerciais contratuais (os "interesses") sao capazes, eventualmente, de constranger as demais "paixoes", como a paixao belica.
como se sabe, as relacoes comerciais contratuais entre franca e russia com o iraque nao foram capazes de dissuadir gwb a cometer os seus crimes hediondos. pelo menos, tentaram.

abs
sgold

Felipe Pait disse...

Meu ponto é justamente que não há interesses comerciais entre Brazil e Coreia do Norte. Portanto a recepção ao chanceler norte-coreano deve ser explicada de outra forma. As pessoas com frequencia agem de acordo com seus interesses comerciais, e os contratos muitas vezes constrangem as paixões, mas nem sempre.

Anônimo disse...

o fato de que *não há* interesses comerciais entre esses dois países não significa que *não pode haver*. a ideia toda me parece ser: isolar a coreia do norte talvez só piore as coisas. acho dificil imaginar que a visita não tenha sido combinada com outros países, especialmente japão, com quem o amorim se encontrou na semana passada. em relacao à sua ultima frase, estamos de acordo.
abs
sgold

Felipe Pait disse...

Para comprovar:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1405200921.htm

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim é contra a candidatura do brasileiro Márcio Barbosa à direção geral da Unesco e apóia o egípcio Farouk Hosni, em detrimento de Barbosa, atual vice-diretor do órgão. O embaixador prefere um filhote de tirano do que um brasileiro que tem apoio da Europa e América do Norte. Se não ºe fetiche, o que seria?

Anônimo disse...

de fato prefiro esse barbosa na unesco do que olimpiada no rio ou ellen grace na omc. se nao for fetiche, pode ser negociacao. mas pode ser mesmo fetiche. a ver.
abs
sgold

Anônimo disse...

informacoes de ontem do estadao sobre o mesmo assunto:
a. pesam sobre o tal egipcio ao mesmo tempo "frases antissemitas" e "a normalizacao das relacoes culturais com israel".
b. o tal barbosa foi indicado pelo celso lafer, que antecedeu celso amorim.
c. a negociacao inclui nao as olimpiadas ou a omc, mas a indicacao para a AIEA, de energia atomica, cujo candidato é o amorim.
mas, como disse no ultimo post, a ver.
abs
sgold

Felipe Pait disse...

Que o Amorim seja a favor do egípcio só por causa da alternativa (a) não me surprenderia - antissemitismo é uma explicação possível para a política externa dele. A (b) a mais provável, porque para um burocrata o sujeito ter apoio de alguém mais competente é um pecado mortal. A (c) parte 1 é um desculpa esfarrapada, porque as olimpíadas são uma competição com regras e juízes separados, e na WTO o Brasil corre muito por fora. A (c) parte 2 seria a mais preocupante, uma ameaça à estabilidade mundial - o Amorim na energia atômica seria um sinal verde para os persas obterem a bomba. Mas ele é muito ingênuo se acha que tem alguma chance.