Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

22 outubro 2013

Proposta de currículo de engenharia elétrica para a Poli baseado na EC3 e inspirado na Caltech

Prezados colegas,

Atendendo a vários pedidos, escrevi abaixo uma proposta de currículo para os 3 primeiros anos de engenharia elétrica. As bases da proposta são as seguintes:
1 - A estrutura curricular da EC3 já aprovada pela Escola Politécnica;
2 - O currículo da Caltech;
3 - Os conteúdos tradicionalmente enfatizados em engenharia elétrica na Poli.

Porque o currículo da Caltech? Recentemente está em moda prestar atenção aos rankings de universidades globais. A Caltech é a número um. Naturalmente os rankings relativos não indicam uma diferença de absoluta e precisa de qualidade, e devem ser tomados apenas como um indicativo impreciso. Mas de qualquer forma o curso da Caltech é excelente, e o currículo é representativo das melhores universidades americanas, que costumam dominar as posições de destaque em todas as avaliações. Assim sendo, se vamos nos inspirar em alguma outra instituição, que seja numa das melhores do mundo.

A estrutura curricular da EC3 já aprovada pela Congregação da Poli e um currículo semelhante ao da Caltech são perfeitamente compatíveis. É necessário tomar alguns cuidados:
1 - o curso da Caltech é quadrimestral, e não semestral;
2 - nossos currículos incluem mais horas em sala de aula (ao menos para os alunos com assiduidade próxima a 100%, como costuma ser o hábito nas universidades americanas, até porque a carga horária não é excessiva);
3 - nossos laboratórios geralmente são organizados como disciplinas separadas dos cursos dados em salas de aula; e
4 - algumas disciplinas são estudadas mais a fundo aqui na Poli (por exemplo, conversão eletromecânica de energia e guias de ondas).

O currículo proposto abaixo contempla essas diferenças de ênfase e de procedimentos, sem se afastar das diretrizes da EC3 adotadas pela Escola Politécnica.

Por outro lado, o currículo atualmente em discussão para a engenharia elétrica não é compatível nem com a EC3, nem com as diretrizes da Caltech. O motivo é o excesso de disciplinas obrigatórias, chegando a 8 na maioria dos semestres. Isso dificulta, e na maioria dos semestres impede, que o aluno busque disciplinas optativas fora da grade horária, o que é um dos pontos fundamentais da EC3. Mais do que obter inspiração numa prática bem sucedida e mundialmente reconhecida, o maior cuidado na elaboração da proposta abaixo foi eliminar os vícios da proposta atualmente sob discussão na elétrica, a saber:
1 - excesso de carga horária, restringindo a dedicação dos estudantes a cada assunto;
2 - excesso de detalhamento de conteúdos, que inevitavelmente vão se tornar repetitivos;
3 - falta de disciplinas de projetos;
4 - falta de espaço para eletivas dentro da engenharia elétrica ou em outras áreas;
5 - inflexibilidade da grade, que dificulta o desenvolvimento da diversidade de interesses e habilidades entre o corpo discente;
6 - atenção excessiva ao ensino em sala de aula como forma exclusiva de transmissão de conhecimentos, com prejuízo de outras formas de aprendizado igualmente válidas e quiçá mais eficazes; e
7 - inevitáveis problemas operacionais que irão surgir quando tentarmos montar grades horárias com excesso de disciplinas.

Na esperança de contribuir positivamente para o futuro do ensino na Escola Politécnica, cordialmente submeto o esboço de currículo abaixo para a apreciação dos colegas.

Grato pela atenção, Felipe Pait

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