Coggiola, seu polpotista,
Li por aí que você anda citando minha carta à Adusp. Seu texto confirma exatamente o que escrevi. Você repete, em linguagem prolixa, dita acadêmica, o que o Sintusp escreveu de maneira mais concisa e direta. A esquerda se junta à gritaria extrema direita das teocracias islâmicas pelo fim do Estado de Israel. Só que os israelenses não vão abandonar seu estado por conta dos argumentos de vocês, e nem vão se deixar destruir como da vez anterior que a extrema esquerda se uniu à extrema direita. Se tentam destruir Israel, é inevitável que Israel reaja. Por conseguinte, que vocês propõem é guerra permanente, pela destruição do Estado de Israel. Quem quisesse a paz, o que claramente não é o caso de vocês, teria que começar aceitando a existência do outro, o primeiro passo mínimo para o diálogo.
Podem deixar isso claro e parar de ficar falando em manifestação pela paz. A proposta de vocês é guerra, digam isso explicitamente, e arquem com as conseqüências. Agora quanto aos argumentos políticos de vocês, em geral não valem grande coisa. Você, Coggiola, escrevia resmas em apoio ao Saddam Hussein quando ele usava gás venenoso contra cidadãos do próprio país. Tecia loas ao Slobodan Milosevic quando ele levava os muçulmanos da antiga Iugoslávia a campos de extermínio. Você nos informa que quem está por trás das suas manifestações são professores da USP, titulares ainda por cima? Desde quando ter passado em concurso público é prova de moral? As opiniões de vocês são, sem falta, abjetamente imorais. Aliás, se puder me mande referências bibliográficas dos escritos do povo da sua laia em favor do Khmer Rouge e da revolução cultural maoísta, não fui capaz de localizar mas ficaria muito surpreso se não existissem. Não há no mundo um tirano com quem vocês não simpatizam.
De qualquer forma, agradeço por usar minhas palavras e pelas correções orthográphicas. Da próxima vez faça o favor de citar a fonte.
F Pait
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