Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

20 setembro 2013

Debate dos candidatos a reitor da Usp

Entre aula e reunião, assisti uma parte do debate na Poli. Impressões das falas que ouvi:

Só pude assistir pouco da fala da professora Maria Arminda. A parte que ouvi, via IPTV, foi uma discussão acadêmica sobre a estrutura do poder central na universidade, especialmente sobre escolha de nomes para os altos cargos. O auto-conhecimento é importante para a universidade, mas dentro dela o processo de eleição é um assunto menor, e as implicações da parte que ouvi para as ações da reitoria não ficaram claras. (Adicionalmente, não me parece que o poder na Usp siga a fria razão de estado da burocra weberiana, nem a tirania absurda da burocra kafkiana. O referencial teórico apropriado é a ação mais ou menos lógica do estamento descrito por Faoro, somado à cordialidade brasileira entre membros e grupos de donos do poder.)

O professor Hélio Cruz é o que fala melhor e mais claramente. Só que a preocupação dele é essencialmente administrativa e de continuação das políticas gerenciais atuais. Falou muito pouco sobre ensino e pesquisa. Alíneas de manutenção predial podem ser importantes, mas é difícil sentir entusiasmo quando as atividades fundamentais da universidade não são mencionadas.

Não gostei da apresentação do professor Zago. Foram diversos pontos pouco específicos, generalidades mais ou menos consensuais, e também com excesso de ênfase em temas periféricos. Reforma disso, planos daquilo, estrutura de poder, melhorias, aperfeiçoamentos, qualidade, muitas palavras chave cobrindo quase todos os temas, mas sem priorizar prioridades prioritárias. A forma de discurso dele foi combativa, quase agressiva com dedo em riste como político de novela de televisão, só que situacionista, no conteúdo pouco crítica, a favor do status quo.

Não ficaram muito claras, na parte que consegui assistir, quais as propostas do professor Vahan.

O professor Cardoso enfatizou a importância do ensino de graduação, e especialmente da integração e multidisciplinaridade. É a ênfase correta. Como ele expôs, quem quer fazer pesquisa tem liberdade e recursos, mas o ensino sofre muito com barreiras impostas por institutos e departamentos. Ele não entrou em excesso de detalhes sobre a administração, mas reforçou que é indispensável mudança vigorosa para fazer a universidade funcionar. Só dele e de mais ninguém ouvi qualquer crítica à administração atual, na qual o professor Cardoso vê falta de transparência e excesso de centralização.

O ponto de vista do professor Cardoso foi o mais generoso, e mais relevante para a comunidade universitária.

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