No jornal de hoje: o maestro Carlos Moreno responsabilizou a burocracia interna da Universidade de São Paulo pela decisão de se demitir da direção musical de sua orquestra sinfônica. Seu contrato não foi transformado num cargo permanente, e a metade dos músicos não é contratada, precisando se apresentar em troca de cachês. Queixou-se também da interrupção da série "Aquarela" de concertos e do projeto "Academia", pelo qual a Osusp mantinha 25 jovens bolsistas.
"Aconteceram algumas coisas que eu prefiro não comentar". Entre as que comentou há o exemplo de suas duas últimas viagens ao exterior. Ele foi ao Japão e à República Tcheca, onde há três anos leciona regência num festival. No dia de seu primeiro embarque, a direção administrativa da orquestra argumentou não ter encontrado uma forma para que a viagem fosse oficialmente autorizada. Sem a autorização, ele se exporia a ser demitido por abandono do cargo.
O pró-reitor de cultura e extensão universitária da USP, Ruy Alberto Altafim, afirma que a passagem do regente pela orquestra "atendeu às necessidades e à legislação vigente. A ação desta pró-reitoria, na qual se inserem as atividades de cultura e extensão da orquestra da USP, obedece aos princípios acadêmicos e normativos da universidade pública. As decisões são colegiadas e embasadas em análises de mérito por suas comissões e conselhos na defesa do interesse público e acadêmico, sempre com o sentido de elevar as condições de ensino, a produção do conhecimento e o nosso patrimônio cultural".
Em resumo: o que vale são os princípios normativos que embasam as reuniões perenes das comissões. Sorte dos burocratas, e azar dos músicos.
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