Sou grande fã dos Tartakowerismos. O maior frasista da história dos esportes, e um dos maiores do xadrez - peço desculpas aos fãs de Nenem Prancha e de Yogi Berra, afirmava que todo o resto é incompetência.
Lembrei disso ao ler uns papers que demonstram que o problema da estimação de modelos chaveados é NP-hard. Se fosse, minha solução em tempo logarítmico ganhava 1 conto de réis americanos do Clay Institute. (Moeda talvez apropriada, sei lá quanto dura ainda a república. Mas divago.)
O que acontece é que gente com muito conhecimento matemático pela metade, e pouco conhecimento de engenharia também pela metade, formulou o problema como uma otimização geral em todos os parâmetros espaciais e temporais do sistema chaveado. Resulta em otimização mista linear-inteira com objetivos não-convexos, um problema intratável. Não é a estimação de modelos híbridos que é difícil, mas sim o método de solução escolhido que complica desnecessariamente. Faltaram as aulas do grande Amadeu Matsumura: desenhos não provam nada! Mas ajudam a visualizar. Não fizeram os desenhos, não visualizaram a simplicidade do problema, e aceitaram uma simulação como prova.
Toda decisão de engenharia pode ser formulada como um problema de otimização que leva a vida toda + 6 meses para resolver. Eis mais um Tartakowerismo instantâneo de minha autoria! Isso não quer dizer que os problemas são impossíveis, apenas que os erros estão todos na pedra e no tabuleiro, esperando para serem cometidos. (Quem adivinhar o autor da última frase ganha um vale-expresso do Café de la Régence.)
Para celebrar pedi ao Sr P Noel uma coleção de frases do Tartakower publicada na finada Alemanha Oriental em tradução do original do grande mestre russo Suetin. Um vintém bem empregado. Não vai chegar a tempo de trazer pela chaminé de barro, nem com grito aflito da buzina do meu carro, mas lembra que o beatificado Bispo de Mira, Nicolau, dito Taumaturgo, era lício, natural de Pátara, fundada pelo filho de Apollo, a Arsínoe dos Ptolomeus. A Constituição da Liga Lícia era conhecida de Hamilton e Madison, tendo sido mencionada por ambos nos papéis federalistas. Pode-se concluir que o entregador do livro de aforismos enxadrísticos teve um papel importante na República Americana, 1776-2016, 240 anos bem vividos, sabe-se lá o que o futuro lhe guarda.
Engenheiro não acredita em milagres, confia neles. Nunca ninguém venceu uma luta desistindo.
24 dezembro 2016
25 novembro 2016
Prezado Presidente Michel Temer,
Peço licença para ir direto a um assunto muito preocupante. Me parece que Brasília não tem noção da amplitude e profundidade da rejeição popular ao projeto de anistia a crimes eleitorais. Se a proposta virar lei, o eleitor rejeitará todos os partidos de centro esquerda a centro direita da forma que rejeitou o governo anterior. A próxima eleição ficará entregue à extrema esquerda e à extrema direita. Não acredito que nossa república tenha força suficiente para resistir a essa situação, e nosso congressistas não mostram compreensão a respeito da gravidade do problema. A responsabilidade por evitar o erro que está prestes a ser cometido é do congresso e especialmente do presidente.
Há um lado positivo. Se o Presidente da República vetar essa lei de anistia, se transformará num herói popular nacional, e terá a oportunidade de escolher seu sucessor.
Prezado presidente, por amor à nossa pátria considere a gravidade do perigo e o tamanho da oportunidade que se nos apresenta.
(Enviei a carta acima e encorajo os 3 leitores a fazerem pressão semelhante.)
Há um lado positivo. Se o Presidente da República vetar essa lei de anistia, se transformará num herói popular nacional, e terá a oportunidade de escolher seu sucessor.
Prezado presidente, por amor à nossa pátria considere a gravidade do perigo e o tamanho da oportunidade que se nos apresenta.
(Enviei a carta acima e encorajo os 3 leitores a fazerem pressão semelhante.)
24 novembro 2016
Cartões postais da USP
Havia comprado um livro "USP em Postais" para usar os cartões como marcador de livros: estava em liquidação, de 30 réis por 5 réis. Agora fui destacar alguns postais para marcar páginas dos livros que comprei na festa do livro e notei que 2/3 dos postais são fotos das unidades do interior, que têm menos de 1/3 dos alunos e professores da USP, mas desde o começo do século sempre fazem política suficiente para indicar o 1o nome da lista tríplice de candidatos a reitor.
Outros podem dizer "desperdício, incompetência, microcorrupção" - mas como tenho 2 passaportes, perdi o direito de falar mal de instituições brasileiras.
Outros podem dizer "desperdício, incompetência, microcorrupção" - mas como tenho 2 passaportes, perdi o direito de falar mal de instituições brasileiras.
22 novembro 2016
Nominate Merrick Garland to the Supreme Court in a recess appointment
Dear Senator Markey,
I am writing to give my opinion: I hope you encourage President Obama to nominate Merrick Garland to the Supreme Court in a recess appointment.
I am aware of the legal and political objections. Let me state my reasons in favor. Our country is about to be subject to an unprecedented attack on our freedoms and the institutions of or Republic. The attack, which has already shown its contours, will be based on appeal to the basest sentiments of bigotry, a complete disregard for the rational and civil discourse that we have become accustomed to, and a level of personal corruption and malfeasance that we normally associate with countries with much less developed histories of democracy.
Our institutions are strong, but not infinitely strong. With all due respect to your colleagues, I do not fully trust the Senate's willingness and ability to defend us from a concerted attack from inside, when political expedience and short term gain may suggest folding. I have known how democracies collapse; it is not a pretty sight. Unless we manage to block the subversion of our values from the very start, there is a - hopefully small, but unbelievably scary - that they will not resist. The president elect is almost certain to nominate an incompetent, dishonest, or ideological justice, who will be amenable to corrupt deals.
We need to be vigilant from the very beginning, or it may be too late. We cannot let excessive deference to comity permit a takeover of our institutions by those who have no respect for them. The Supreme Court is the best hope of the Republic for the first year. After that, may God help the United States of America.
I admire and support you and your work for your constituents in Massachusetts and for our country, and I take the opportunity to express my gratitude to you and your staff.
Yours sincerely,
Felipe Pait
Brookline, MA
I am writing to give my opinion: I hope you encourage President Obama to nominate Merrick Garland to the Supreme Court in a recess appointment.
I am aware of the legal and political objections. Let me state my reasons in favor. Our country is about to be subject to an unprecedented attack on our freedoms and the institutions of or Republic. The attack, which has already shown its contours, will be based on appeal to the basest sentiments of bigotry, a complete disregard for the rational and civil discourse that we have become accustomed to, and a level of personal corruption and malfeasance that we normally associate with countries with much less developed histories of democracy.
Our institutions are strong, but not infinitely strong. With all due respect to your colleagues, I do not fully trust the Senate's willingness and ability to defend us from a concerted attack from inside, when political expedience and short term gain may suggest folding. I have known how democracies collapse; it is not a pretty sight. Unless we manage to block the subversion of our values from the very start, there is a - hopefully small, but unbelievably scary - that they will not resist. The president elect is almost certain to nominate an incompetent, dishonest, or ideological justice, who will be amenable to corrupt deals.
We need to be vigilant from the very beginning, or it may be too late. We cannot let excessive deference to comity permit a takeover of our institutions by those who have no respect for them. The Supreme Court is the best hope of the Republic for the first year. After that, may God help the United States of America.
I admire and support you and your work for your constituents in Massachusetts and for our country, and I take the opportunity to express my gratitude to you and your staff.
Yours sincerely,
Felipe Pait
Brookline, MA
21 novembro 2016
Entrevista do Haddad na Folha.
A entrevista está aqui. Há erros.
1 - A renda dos mais pobres do mundo - no Vietnam, na Indonésia - subiu muito nessa época de "crise" que ele descreve.
2 - "precarização do trabalho no nordeste, que era uma das regiões de base industrial nos EUA" é um erro. Meio Oeste, talvez; engano ou desinformação?
3 - "Ciclo das commodities acabou em 2008 porque a Arábia Saudita seguiu a política dos EUA" tem pelo menos 4 erros: existem outras commodities, preços caíram porque caiu a demanda, produção americana de combustíveis aumentou por causa do fracking, preços altos foram até 2014, enquanto a China absorvia a produção crescente.
4 - A leitura dos protestos de 2013 me parece ainda mais errada do que a do Lula.
No total acho que ele está chocado com a estupefaciente vitória do Trump, seguindo a derrota dele mesmo, e se refugiou em jargão ideológico. Com isso disse algumas bobagens. Pena, porque a parte sobre o papel dele mesmo e sobre a eleição municipal revelam um visão republicana e patriótica de um político dedicado e decente.
1 - A renda dos mais pobres do mundo - no Vietnam, na Indonésia - subiu muito nessa época de "crise" que ele descreve.
2 - "precarização do trabalho no nordeste, que era uma das regiões de base industrial nos EUA" é um erro. Meio Oeste, talvez; engano ou desinformação?
3 - "Ciclo das commodities acabou em 2008 porque a Arábia Saudita seguiu a política dos EUA" tem pelo menos 4 erros: existem outras commodities, preços caíram porque caiu a demanda, produção americana de combustíveis aumentou por causa do fracking, preços altos foram até 2014, enquanto a China absorvia a produção crescente.
4 - A leitura dos protestos de 2013 me parece ainda mais errada do que a do Lula.
No total acho que ele está chocado com a estupefaciente vitória do Trump, seguindo a derrota dele mesmo, e se refugiou em jargão ideológico. Com isso disse algumas bobagens. Pena, porque a parte sobre o papel dele mesmo e sobre a eleição municipal revelam um visão republicana e patriótica de um político dedicado e decente.
13 novembro 2016
Vou deixar a esquerda perplexa e a direita indignada
Já vi esse filme. De bom, só a cena de impeachment no final.
Não sou Obelix. Minhas previsões nem sempre se cumprem. Pelo que valem estão em 4 posts no Digestivo Cultural.
Previsões sobre o governo Trump, parte 1: economia
Previsões, parte 2: questões internas e sociais
Previsões sobre o governo Trump, parte 3: ambiente
Previsões sobre o governo Trump 4: internacional
E mais um comentário que não é uma previsão, é uma advertência.
Não sou Obelix. Minhas previsões nem sempre se cumprem. Pelo que valem estão em 4 posts no Digestivo Cultural.
Previsões sobre o governo Trump, parte 1: economia
Previsões, parte 2: questões internas e sociais
Previsões sobre o governo Trump, parte 3: ambiente
Previsões sobre o governo Trump 4: internacional
E mais um comentário que não é uma previsão, é uma advertência.
24 outubro 2016
Uspdigital horrendamente lenta
Os sistemas Uspdigital estão horrendamente parados já há umas semanas. Está difícil marcar férias, pedir afastamento, registrar frequência de bolsistas, verificar lista de matriculados.... Especulo que o motivo seja falta de pagamento.
O sistema adquirido de um fornecedor de software foi superdimensionado. Maior que as necessidades da universidade, e muito maior que suas possibilidades hoje com as dificuldade financeiras. A universidade até ganhou prêmio de bom comprador oferecido pelo fornecedor, sugerindo lucros extraordinários. Não descarto a possibilidade de que os pagamentos tenham sido interrompidos ou estejam atrasados agora num momento de penúria causada pelo excesso de gastos descontrolados.
É possível especular que a empresa fornecedora evita interromper totalmente os serviços, sabedora que é das condições nas quais o contrato foi firmado. Isso explicaria a excepcional lerdeza do sistema. Enquanto escrevi esses parágrafos, o sistema está parado abrindo campos para preencher num formulário.
Seja como for, a coisa está impraticável.
O sistema adquirido de um fornecedor de software foi superdimensionado. Maior que as necessidades da universidade, e muito maior que suas possibilidades hoje com as dificuldade financeiras. A universidade até ganhou prêmio de bom comprador oferecido pelo fornecedor, sugerindo lucros extraordinários. Não descarto a possibilidade de que os pagamentos tenham sido interrompidos ou estejam atrasados agora num momento de penúria causada pelo excesso de gastos descontrolados.
É possível especular que a empresa fornecedora evita interromper totalmente os serviços, sabedora que é das condições nas quais o contrato foi firmado. Isso explicaria a excepcional lerdeza do sistema. Enquanto escrevi esses parágrafos, o sistema está parado abrindo campos para preencher num formulário.
Seja como for, a coisa está impraticável.
08 setembro 2016
Bolsas e bombas
Reclamam nas redes sociais que as bombas de efeito moral usadas para dispersar indiscriminadamente manifestantes e baderneiros custam mais que uma bolsa mensal de iniciação científica da Fapesp. Então deveríamos apoiar mais os estudantes que pesquisam, e estimular menos os estudantes que participam de protestos político-partidários.
Porque são tão baixas as bolsas? As bolsas têm a finalidade de incentivar a ciência. As agências de apoio à pesquisa não tem a missão, nem os recursos, nem a competência para resolver problemas sociais. A Fapesp apoia a pesquisa; as agências federais, após 13 anos de butim, nem isso. Porém as universidades poderiam porém direcionar seus recursos de forma mais socialmente responsável, oferecendo bolsas aos alunos mais necessitados. Porque não o fazem?
No caso da USP, há 3 razões principais. Em 1o lugar, a universidade gasta mais de ⅔ de seu orçamento em salários de funcionários não-docentes. O que sobra é insuficiente para pagar as despesas diretamente relacionadas com pesquisa, ensino, e extensão, quanto mais para apoiar devidamente os estudantes necessitados.
Em 2o lugar, a universidade subsidia estudantes pobres e abastados sem distinção. Além de cursos inteiramente gratuitos, os possuidores de automóvel recebem subsídios adicionais, não disponíveis para pedestres. E os caminhos para obter recursos adicionais, que não saiam do bolso do sofrido (mas nunca rancoroso) contribuinte, ficam cada vez mais fechados por obstáculos ideológicos. É um uso pernicioso do dinheiro público.
Em 3o lugar, a universidade oferece cursos organizados pela sua lógica interna, sem muita consideração com a relevância para o estudante. O resultado é visível nas altas taxas de abandono, evasão, e reprovação, especialmente nos cursos mais acessíveis para indivíduos cuja situação econômica e preparo prévio os torna mais merecedores de apoio pela sociedade. Alternativas mais relevantes para o ensino são ferozmente combatidas pela burocra acadêmica.
Nas outras universidade públicas brasileiras menos bem competitivas e com apoio público menos generoso, a situação tende a ainda ser menos favorável. Em resumo: a falta de apoio aos estudantes mais necessitados decorre das políticas defendidas pelo estamento anti-liberal, que domina a universidade para seus próprios fins, e que considera qualquer forma alternativa de interferência pública no que eles julgam ser seu patrimônio pessoal coletivo uma "privatização" indevida.
Porque são tão baixas as bolsas? As bolsas têm a finalidade de incentivar a ciência. As agências de apoio à pesquisa não tem a missão, nem os recursos, nem a competência para resolver problemas sociais. A Fapesp apoia a pesquisa; as agências federais, após 13 anos de butim, nem isso. Porém as universidades poderiam porém direcionar seus recursos de forma mais socialmente responsável, oferecendo bolsas aos alunos mais necessitados. Porque não o fazem?
No caso da USP, há 3 razões principais. Em 1o lugar, a universidade gasta mais de ⅔ de seu orçamento em salários de funcionários não-docentes. O que sobra é insuficiente para pagar as despesas diretamente relacionadas com pesquisa, ensino, e extensão, quanto mais para apoiar devidamente os estudantes necessitados.
Em 2o lugar, a universidade subsidia estudantes pobres e abastados sem distinção. Além de cursos inteiramente gratuitos, os possuidores de automóvel recebem subsídios adicionais, não disponíveis para pedestres. E os caminhos para obter recursos adicionais, que não saiam do bolso do sofrido (mas nunca rancoroso) contribuinte, ficam cada vez mais fechados por obstáculos ideológicos. É um uso pernicioso do dinheiro público.
Em 3o lugar, a universidade oferece cursos organizados pela sua lógica interna, sem muita consideração com a relevância para o estudante. O resultado é visível nas altas taxas de abandono, evasão, e reprovação, especialmente nos cursos mais acessíveis para indivíduos cuja situação econômica e preparo prévio os torna mais merecedores de apoio pela sociedade. Alternativas mais relevantes para o ensino são ferozmente combatidas pela burocra acadêmica.
Nas outras universidade públicas brasileiras menos bem competitivas e com apoio público menos generoso, a situação tende a ainda ser menos favorável. Em resumo: a falta de apoio aos estudantes mais necessitados decorre das políticas defendidas pelo estamento anti-liberal, que domina a universidade para seus próprios fins, e que considera qualquer forma alternativa de interferência pública no que eles julgam ser seu patrimônio pessoal coletivo uma "privatização" indevida.
06 setembro 2016
Two half days in Mexico City
Weekend camping away from Facebook. Did you miss me? Maybe. Did I miss you? Not really. Did y'all say stupid things while I wasn't looking? For sure!
I posted this, and Katrine Dalsgård said "I miss hearing about your weekend camping!" My answer follows.
We only had 2 days - I taught Friday afternoon and flew through Mexico because the normal routes were too pricey, olympic effect, so I got home late on Saturday.
We found a state park not too far. Nothing spectacular, just woods, day hikes, a small and cold pond, burgers and vegetables cooked on the fire. Last year we went to Maine for Labor day - that was more spectacular, but farther away. This time there was no traffic, and the remainder of a hurricane arrived 2 days late, so the weather was perfect. Just to remind myself, the 3 great things about America are the national parks, the liberal arts colleges, and the Constitution. All the rest is just the gauge of the paper.
I enjoyed 2 half-days in Mexico also. The airport is not far from downtown, and things are rather inexpensive there. A small fraction of the money I saved by taking a longish airplane detour went a long way in the city. A little rushed, but I got some feel for Mexico City. The Aztec temple was only found in the 1970s and excavated when the buildings collapsed in an earthquake shortly thereafter. It's the main attraction. Mostly, it's a rather normal large city. Crowded but manageable, people mostly don't speak English but are very solicitous towards by Portuguese which I believe they consider a form of broken Spanish, incorrectly of course, the truth is exactly the opposite. Things work quite well, including public transportation and public fountains. Too many cars but traffic is alright.
There are many museums - I quickly looked at a couple. And a lot of downtown commerce. Gold and jewelry everywhere, and many many many specialized stores. Kind of old-fashioned, like S Paulo of half a century ago. There must be suburban enclosed shopping malls somewhere, but it seems that the people still come downtown for shopping. Street food is good and healthy, from what I sampled. I bought a few silver coins at one of the many numismatics, a shaving brush at a beard accessories store, would have bought pantuflas at a pantufla store but it was al por mayor only.
Well it was a rushed visit, actually, 2 very rushed half visits. The newspaper I read on the plane back was dreadful, though somewhat quaint. If I can read something about the country by comparing papers, I perhaps understand how come Mexico works as well and as poorly as Brazil, but at a rather different pace. But explaining that would take a lot more analysis than I'm able to. Mostly, it's a country with a lot more history than Brazil, or the US for that matter. Has a somewhat old-world feel, like Asian and European cities, which I don't associate with the Americas.
The paper informed me that the Donald had just been there. I can comfortably affirm that I was given a much warmer reception, and treated with a lot more deference, unless they are saying behind my back what they were saying about him after he left, which I judge unlikely.
My friends note that I as a Portuguese speaker was well-received in Mexico. I reply: Wonderfully well-received, if 2 half days can be used as a sample. English speakers also, by people who speak some English as well as by those who don't. I'd extrapolate to say it's a perfectly fine tourist destination if you stay away from places that the Mexicans themselves think unsafe. Given enough time for them to work on their problems, I'm sure the restriction will be removed.
And that my report from a brief trip gives them an idea of what to expect. I say: You have, but I don't ;-) As a friend says: "A simulation is something no one believes, except for the author. An experiment is something everyone believes, except for the author who knows how it was made." My visit was an experiment.
I posted this, and Katrine Dalsgård said "I miss hearing about your weekend camping!" My answer follows.
We only had 2 days - I taught Friday afternoon and flew through Mexico because the normal routes were too pricey, olympic effect, so I got home late on Saturday.
We found a state park not too far. Nothing spectacular, just woods, day hikes, a small and cold pond, burgers and vegetables cooked on the fire. Last year we went to Maine for Labor day - that was more spectacular, but farther away. This time there was no traffic, and the remainder of a hurricane arrived 2 days late, so the weather was perfect. Just to remind myself, the 3 great things about America are the national parks, the liberal arts colleges, and the Constitution. All the rest is just the gauge of the paper.
I enjoyed 2 half-days in Mexico also. The airport is not far from downtown, and things are rather inexpensive there. A small fraction of the money I saved by taking a longish airplane detour went a long way in the city. A little rushed, but I got some feel for Mexico City. The Aztec temple was only found in the 1970s and excavated when the buildings collapsed in an earthquake shortly thereafter. It's the main attraction. Mostly, it's a rather normal large city. Crowded but manageable, people mostly don't speak English but are very solicitous towards by Portuguese which I believe they consider a form of broken Spanish, incorrectly of course, the truth is exactly the opposite. Things work quite well, including public transportation and public fountains. Too many cars but traffic is alright.
There are many museums - I quickly looked at a couple. And a lot of downtown commerce. Gold and jewelry everywhere, and many many many specialized stores. Kind of old-fashioned, like S Paulo of half a century ago. There must be suburban enclosed shopping malls somewhere, but it seems that the people still come downtown for shopping. Street food is good and healthy, from what I sampled. I bought a few silver coins at one of the many numismatics, a shaving brush at a beard accessories store, would have bought pantuflas at a pantufla store but it was al por mayor only.
Well it was a rushed visit, actually, 2 very rushed half visits. The newspaper I read on the plane back was dreadful, though somewhat quaint. If I can read something about the country by comparing papers, I perhaps understand how come Mexico works as well and as poorly as Brazil, but at a rather different pace. But explaining that would take a lot more analysis than I'm able to. Mostly, it's a country with a lot more history than Brazil, or the US for that matter. Has a somewhat old-world feel, like Asian and European cities, which I don't associate with the Americas.
The paper informed me that the Donald had just been there. I can comfortably affirm that I was given a much warmer reception, and treated with a lot more deference, unless they are saying behind my back what they were saying about him after he left, which I judge unlikely.
My friends note that I as a Portuguese speaker was well-received in Mexico. I reply: Wonderfully well-received, if 2 half days can be used as a sample. English speakers also, by people who speak some English as well as by those who don't. I'd extrapolate to say it's a perfectly fine tourist destination if you stay away from places that the Mexicans themselves think unsafe. Given enough time for them to work on their problems, I'm sure the restriction will be removed.
And that my report from a brief trip gives them an idea of what to expect. I say: You have, but I don't ;-) As a friend says: "A simulation is something no one believes, except for the author. An experiment is something everyone believes, except for the author who knows how it was made." My visit was an experiment.
28 agosto 2016
Todos à USP!
Quanto custaria mandar metade dos jovens brasileiros estudarem numa universidade padrão USP?
O Brasil tinha aproximadamente 17 milhões de jovens em idade universitária, entre 20 e 24 anos, segundo o censo de 2010. Nos países com sistemas de ensino superior mais bem sucedidos, metade da população recebe diploma universitário. Levando em consideração que a faculdade no Brasil em geral demora entre 4 e 5 anos, seria desejável que aproximadamente 2 milhões de estudantes universitários recebessem diploma de graduação anualmente.
Quanto isso custaria se adotássemos o padrão USP, que combina ensino, pesquisa, extensão, e pós-graduação? A USP tem 60 mil alunos de graduação, dos quais 7 mil são diplomados anualmente. Para chegar à metade dos brasileiros, precisaríamos de 300 instituições como a USP. O orçamento da USP é um pouco mais do que R$5 bilhões; portanto o total necessário para educar metade dos nossos jovens seguindo o padrão USP seria de R$1½ trilhões. Quase 25% da renda nacional total, estimada para $6 trilhões em 2016.
Não vai acontecer.
O Brasil tinha aproximadamente 17 milhões de jovens em idade universitária, entre 20 e 24 anos, segundo o censo de 2010. Nos países com sistemas de ensino superior mais bem sucedidos, metade da população recebe diploma universitário. Levando em consideração que a faculdade no Brasil em geral demora entre 4 e 5 anos, seria desejável que aproximadamente 2 milhões de estudantes universitários recebessem diploma de graduação anualmente.
Quanto isso custaria se adotássemos o padrão USP, que combina ensino, pesquisa, extensão, e pós-graduação? A USP tem 60 mil alunos de graduação, dos quais 7 mil são diplomados anualmente. Para chegar à metade dos brasileiros, precisaríamos de 300 instituições como a USP. O orçamento da USP é um pouco mais do que R$5 bilhões; portanto o total necessário para educar metade dos nossos jovens seguindo o padrão USP seria de R$1½ trilhões. Quase 25% da renda nacional total, estimada para $6 trilhões em 2016.
Não vai acontecer.
25 agosto 2016
O pré-mestrado da Poli e o Processo de Bolonha
A inspiração formal para a criação de programas de pré-mestrado na Escola Politécnica é o Processo de Bolonha, que harmonizou o o estudo superior na Europa e criou programas de graduação e que conduzem diretamente ao título de mestre. O objetivo do Processo de Bolonha foi facilitar a mobilidade de estudantes entre variadas universidades de diferentes países, através de procedimentos comuns, e com isso expor os estudantes a experiências em instituições diversas. Com os laços estabelecidos entre ensino universitário e a indústria na Europa, os estudantes de engenharia em particular combinam também a formação acadêmica com a exposição à prática industrial.
O objetivo do pré-mestrado na Poli é diametralmente oposto: fixar os estudantes na escola de origem, de forma a estimular a continuidade dos estudos de pós-graduação na mesma instituição da graduação. Para tal as propostas indicam que a iniciação científica substitua o estágio na indústria durante o último ano, e que o trabalho de conclusão de curso seja preferencialmente uma prévia de uma tese acadêmica individual, no lugar de projetos mais aplicados, realizados em equipe, como é mais comum atualmente.
O pré-mestrado reforça portanto as tendências à endogenia e ao distanciamento entre o ensino universitário e a prática da engenharia, que são fraquezas significativas do nosso ensino superior, ao lado da burocratização. Pelo lado positivo, o pré-mestrado encurta aos politécnicos o caminho da pós-graduação, o que pode trazer bons alunos para os programas de pós da Poli. Em resumo, as propostas trazem benefícios potenciais para o corpo docente, em compensação às deficiências de formação dos alunos que optarem por tal programa, que são, repito, a falta de exposição a experiências industriais, ao estudo em instituições diversas, e ao trabalho e formas de avaliação diversas da tradicional aula + prova.
Me parece um caso inovador da aplicação da Síndrome de Estocolmo como ferramenta de marketing para um público semi-cativo. O ponto mais positivo do programa proposto é não ser obrigatório.
O objetivo do pré-mestrado na Poli é diametralmente oposto: fixar os estudantes na escola de origem, de forma a estimular a continuidade dos estudos de pós-graduação na mesma instituição da graduação. Para tal as propostas indicam que a iniciação científica substitua o estágio na indústria durante o último ano, e que o trabalho de conclusão de curso seja preferencialmente uma prévia de uma tese acadêmica individual, no lugar de projetos mais aplicados, realizados em equipe, como é mais comum atualmente.
O pré-mestrado reforça portanto as tendências à endogenia e ao distanciamento entre o ensino universitário e a prática da engenharia, que são fraquezas significativas do nosso ensino superior, ao lado da burocratização. Pelo lado positivo, o pré-mestrado encurta aos politécnicos o caminho da pós-graduação, o que pode trazer bons alunos para os programas de pós da Poli. Em resumo, as propostas trazem benefícios potenciais para o corpo docente, em compensação às deficiências de formação dos alunos que optarem por tal programa, que são, repito, a falta de exposição a experiências industriais, ao estudo em instituições diversas, e ao trabalho e formas de avaliação diversas da tradicional aula + prova.
Me parece um caso inovador da aplicação da Síndrome de Estocolmo como ferramenta de marketing para um público semi-cativo. O ponto mais positivo do programa proposto é não ser obrigatório.
19 agosto 2016
Proposta de pré mestrado na elétrica
Entendo que a proposta tem embasamento em resoluções, portarias, e regimentos, bem como arcabouços, diretrizes, procedimentos, e detalhamentos. Só tenho uma dúvida.
Qual a utilidade de fazer um pré-mestrado no último ano de graduação? O pré-mestrado traz algum benefício profissional para o formado, ou alguma vantagem para a prática da engenharia no Brasil?
Aguardo o final da reunião para divulgar eventuais respostas. Comentários são bem vindos.
Qual a utilidade de fazer um pré-mestrado no último ano de graduação? O pré-mestrado traz algum benefício profissional para o formado, ou alguma vantagem para a prática da engenharia no Brasil?
Aguardo o final da reunião para divulgar eventuais respostas. Comentários são bem vindos.
26 julho 2016
O Tao da Fiesp
Os antigos Mestres diziam: "Quem quer ter tudo, tudo entrega". Se busca o caminho do Tao, faça seu trabalho, e se vá.
É possível o governante ficar quieto por 13 anos, enquanto a dívida sobe a 7 bilhões? Esse é o Tao da corrupção, o Tao da incompetência.
O Tao da Fiesp, 3. Laodse disse: Quanto mais regra, mais contravenção. Quem tuita demais, estraga a piada.
O Tao da Fiesp, 2. Laodse disse: Sem dívida, não há Poupança. A utilidade de um cofre é estar vazio para receber propina.
O Tao da Fiesp. Laodse disse: A prisão de mil bandidos começa com um par de algemas. Quando a honestidade se perde, manda a lei.
Agora basta. Excesso de diversão não é o Tao.
É possível o governante ficar quieto por 13 anos, enquanto a dívida sobe a 7 bilhões? Esse é o Tao da corrupção, o Tao da incompetência.
O Tao da Fiesp, 3. Laodse disse: Quanto mais regra, mais contravenção. Quem tuita demais, estraga a piada.
O Tao da Fiesp, 2. Laodse disse: Sem dívida, não há Poupança. A utilidade de um cofre é estar vazio para receber propina.
O Tao da Fiesp. Laodse disse: A prisão de mil bandidos começa com um par de algemas. Quando a honestidade se perde, manda a lei.
Agora basta. Excesso de diversão não é o Tao.
20 julho 2016
Don't Nobody Bring Me No Bad News
It is summer in New England. I am writing a lovely paper. I eat cherries, swim in the lake, ride a bicycle. I'm with Susanna, and Hannah is coming home Sunday.
26 junho 2016
The Constitution of the United States of Europe
I'm renewing my offer to write a Constitution for Europe. Buy a bottle of vin ordinaire or plain beer for me and for a friend, plus some decent champagne to summon the spirit of Madison, we'll deliver a good one in 72 hours. Guaranteed to last one hundred and twenty years and then again as many, and bring your love back. Free sample follows.
We the Peoples of Europe, in Order to form a more perfect Union and secure the Blessings of Liberty and Justice for all, do ordain and establish this Constitution for the United States of Europe.I said it before and I say it again: if Europeans shanghaied Beethoven to write their anthem, they surely should be able to have a proper Constitution written by James Madison. Direct elections, separation of powers, legislature with an upper house representing the Nations and a lower house representing the People, devolution of responsibilities to the lower levels, what's so hard about all that?
17 junho 2016
Post racista da Erundina
Esse post da Erundina é tão esclarecedor que vou repostar. 1o o texto da Unesco não tem nada de apoio à Palestina, é apenas contra Israel. Isso mostra que a nobre deputada não se deu ao menor trabalho de ler antes de dar opinião; prefiro ignorar a hipótese de que para ela ser a favor dos da Palestina signifique simplesmente ser contra Israel.
2o pelo racismo declarado e execrável. O presidente Temer tem que ser contra os judeus e a favor dos árabes por causa da origem étnica dele. Pelo mesmo raciocínio a nobre deputada deveria defender a escravidão dos descendentes do africanos, por causa da cor da pele dele.
Vou copiar e colar aqui porque se perceber o teor racista do post, a deputada decerto vai apagar, e não corrigir e admitir o erro. Leiam! O post da deputada, seguido de meus comentários repetidos.
"O forte do presidente interino,Michel Temer, não é mesmo a lealdade. Sabe o que ele aprontou dessa vez? Seu governo interino revisou o voto na ONU e ficou contra a Palestina e Serra, Ministro das Relações Exteriores, decidiu também mudar o voto na 199a Sessão da UNESCO, e não mais apoiar o Estado da Palestina. Justo ele, Temer, filho de migrantes libaneses. Isso é deslealdade. Isso é muito feio."
Mas o racismo explícito da nobre deputada serve para colocar em seu devido lugar as demais posições dela. Em particular a opinião de que o presidente Temer deve agir contra algum grupo por consequência de sua origem étnica, mesmo que seja em oposição aos interesses do País.
1o a decisão à qual o governo Temer se opõe não é a favor dos palestinos, ela é contra Israel. 2o dizer que o Temer tem que tomar uma posição ou outra por causa da origem étnica dele é racismo.
A esquerda de maneira geral não sabe diferenciar posições pró-palestinos e anti-Israel porque a esquerda não é a favor dos palestinos, apenas contra os judeus, ou sionistas, como os esquerdistas preferem chamar.
E pelo raciocínio de que os políticos devem tomar decisões de acordo com sua etnia, e não de acordo com os interesses da Nação, o Lula, a Dilma, e Erundina deviam batalhar pela escravidão das pessoas de pele escura. O que eles já fazem, embora não com esse nome - escravidão é o nome do que eles chamam de socialismo.
Racismo mais explícito, só no site oficial do PCdoB.
2o pelo racismo declarado e execrável. O presidente Temer tem que ser contra os judeus e a favor dos árabes por causa da origem étnica dele. Pelo mesmo raciocínio a nobre deputada deveria defender a escravidão dos descendentes do africanos, por causa da cor da pele dele.
Vou copiar e colar aqui porque se perceber o teor racista do post, a deputada decerto vai apagar, e não corrigir e admitir o erro. Leiam! O post da deputada, seguido de meus comentários repetidos.
"O forte do presidente interino,Michel Temer, não é mesmo a lealdade. Sabe o que ele aprontou dessa vez? Seu governo interino revisou o voto na ONU e ficou contra a Palestina e Serra, Ministro das Relações Exteriores, decidiu também mudar o voto na 199a Sessão da UNESCO, e não mais apoiar o Estado da Palestina. Justo ele, Temer, filho de migrantes libaneses. Isso é deslealdade. Isso é muito feio."
Mas o racismo explícito da nobre deputada serve para colocar em seu devido lugar as demais posições dela. Em particular a opinião de que o presidente Temer deve agir contra algum grupo por consequência de sua origem étnica, mesmo que seja em oposição aos interesses do País.
1o a decisão à qual o governo Temer se opõe não é a favor dos palestinos, ela é contra Israel. 2o dizer que o Temer tem que tomar uma posição ou outra por causa da origem étnica dele é racismo.
A esquerda de maneira geral não sabe diferenciar posições pró-palestinos e anti-Israel porque a esquerda não é a favor dos palestinos, apenas contra os judeus, ou sionistas, como os esquerdistas preferem chamar.
E pelo raciocínio de que os políticos devem tomar decisões de acordo com sua etnia, e não de acordo com os interesses da Nação, o Lula, a Dilma, e Erundina deviam batalhar pela escravidão das pessoas de pele escura. O que eles já fazem, embora não com esse nome - escravidão é o nome do que eles chamam de socialismo.
Racismo mais explícito, só no site oficial do PCdoB.
14 junho 2016
Half a dialogue about impeachment
My side of a discussion about the impeachment with some bloggers who argue, roughly speaking, "Fora Temer therefore it was a coup therefore Fora Temer". Repetitive, posted here for safekeeping.
The rationale for the impeachment procedures, the reader must be told because the article doesn't, was not personal enrichment or accusations of corruption by the president. Rather, the president was accused of budget fraud, which IS a crime of responsibility according to the Brazilian Constitution: the executive branch of the government clearly and deliberately disrespected the federal budget approved by Congress, by amount of dozens of billions of dollars.
These fraudulent acts artificially propped up the economy in the year before the election, and directly led to an explosion of public debt and inflation, and to the subsequent collapse of growth. The unprecedented unemployment level is a direct consequence of the budget fraud committed by the PT government. Corruption is a part of it all, as is incompetence; but the fact is that the so-called "pedaladas fiscais", the reason for impeachment which the article goes out of its way to avoid mentioning, are not "legal formalities", but rather concrete actions which led to an unprecedented economic crisis.
* * *
Now I agree with you: the argument against impeachment is based on legal formalities. It is up to the Senate to judge whether the high crimes and misdemeanors are sufficient grounds for impeachment.
The fact remains that the president under trial willfully violated the laws of the land, and that her acts directly led to a crisis the proportions of which have not been experienced by Brazilians in 3 generations.
* * *
Just to clarify in a separate comment, because it is really an issue of smaller importance: the whole line of defense presented above rests on a particular interpretation of Art. 86, § 4o The incumbent president, during the mandate, is not liable for acts unrelated to the exercise of his functions.
The reading that exonerates the president under trial is that her reelection makes her in-imputable for crimes of responsibility committed in the previous mandate. This is indeed how the Brazilian Supreme Court decided to interpret the paragraph, although in plain language it only says that while president she is not responsible for acts that are unrelated to the presidency.
In any case, it's a technicality. The president is of course allowed to mount of full defense, but in her supporters thought she truly were not guilty as charged they would have come up with a better argument.
* * *
Absolutely correct.
Those who think that the "high crimes and misdemeanors" of the president don't rise to the level of an impeachable offense only have to persuade ⅓ of the Senate of their thesis. Given the state's representations in the Senate, that could be achieved by the votes of the representatives of as little as 8% of Brazil's voters! And considering the difficulties that the current president has encountered in establishing a government with relatively clean support, it may well happen.
* * *
Thanks for explaining the issue carefully. Except you didn't.
You just listed relevant documents and stated that some are right according to you and others are not. Weak argument, to the extent that it can be considered an argument.
* * *
Thanks for clarifying that 1st of all comes the desired conclusion, and then perhaps some argument for it. Or not even, who needs an argument when the conclusion will never change?
* * *
The 1st paragraph confirms that your starting point are your conclusions. Bad, bad logic.
The 2nd and 3rd, thanks for your condescending explanations.
The 3rd is incorrect. The "very few informed persons" suggests that the universe of people you hear from is rather limited. Or perhaps that the universe of people you deem to be informed only includes those who agree you your premise, which coincides with your conclusion.
You end by restating your premise-conclusion. Not a persuasive style of reasoning. Have a good day!
* * *
I think this requires a detailed response.
1 - The article attacked the impeachment procedures by defending the personal honesty of the impeached president. I pointed out that the grounds were accusations of fiscal fraud. That is a #fact which I stated unequivocally, yes. Whether they rise to the level of crimes that merit impeachment has to be decided by a political process. That is also a #fact and we have to wait for the process to see its conclusion. Of course everyone is entitled to their opinion.
2 - This stuff about the pedaladas being legal is utter nonsense. I suppose that minor deviations from the budget could be dealt with by quick and dirty fudges. This in fact is the essence of the president's current legal defense: everyone does it. The "pedaladas" were deliberate, voluminous, repeated, and premeditated. Once again, whether they are ground for impeachment is for the Senate to judge. Opponents are meanwhile entitled to their opinions, but not to invent their facts.
3 - It really doesn't matter who I am and who you are. In case you are a graduate student or a recent graduate, I should say that forming arguments by innuendo, picking and choosing facts, appeal to authority, and so on, is an expedient that is unfortunately often very successful in academia, but it is a sad spectacle to behold. Please do not follow that route, even when it brings approval and applause from colleagues and mentors.
4 - No need for apologies. Make sure you don't fool yourself. As that most penetrating analyst of Brazilian academy, Richard Feynman, used to write, the important thing is not to fool yourself. The easiest person to fool is yourself. If you are not fooling yourself you're off to a good start.
5 - The "very few informed people" is again only a sign of a circumscribed world. The overwhelming majority of professionals, businesspeople, shopkeepers, and small business owners are relieved that the cause of the collapse of the Brazilian economy has been removed. I believe that is true about a large fraction of the 11 million unemployed as a consequence of the expedient of pushing expenses from a year to the other.
I will add that many of those don't particularly care that the procedures were legal and constitutional. They just wanted their nightmare over. Of course, people who rely on government support or who benefit from subsidies to their lines of work may have different opinions, more in accordance to their financial interest. That includes many academics and artists working in areas that don't often lead to attractive career prospects.
6 - Yes, the Constitution wisely determines that the impeachment procedure is essentially political, with judicial safeguards. It would not have gone anywhere if not that the crimes of responsibility of which the president is accused had not directly led to financial collapse.
7 - The reason to oust an elected president is that the Executive was impinging on the prerogatives of the equally elected Legislature and the equally legitimate Judiciary. The argument that the president was elected doesn't fly - so was Congress and the votes for the people's representatives are equally legitimate.
Unless one reasons that the elected president has a mandate to pretty much govern as they please. Unfortunately that IS the thought of many of the supporters of the ousted president, as exemplified by proposals that "the president should call new general elections once reinstated" although the president has absolutely no legal power to call elections in Brazil. This of course only reinforces the political argument for ousting a president, which is, I repeat, to prevent undue assumption of powers by the executive.
8 - Thanks for going back to the premise. No, I don't expect that any argument for the "Fora Temer" campaign will appear beyond that he was the vice president and therefore shares by association all the president's guilt.
* * *
Ambassador Gordon was wrong. Ambassador Fitzpatrick is right. The argument that one was wrong 50 years ago so the other must be wrong now as well is a non sequitur.
Of course you are entitled to your opinion, although it is shared by less than ⅓ of Brazilian elected senators or representatives; but you have not made a convincing argument for it.
* * *
The argument why impeachment proceedings are admissible, despite the fact that the legislature itself is far from, well, unimpeachable, is as follows:
Both branches of government were duly elected, and, as the judiciary, are equally legitimate, and equally bound by the law. The impeachment procedures were designed to prevent the executive branch from assuming undue powers, and are not dependent on individual honesty of the politicians involved, which is the case is not being judged.
Whether the accusations of abuse of power are valid and sufficient for removing the president from office is up to the Senate to decide, under Supreme Court supervision. This being to a large extent a political judgement, all citizens - and if fact why not non-citizens as well? - is entitled to voice their opinions and try to influence the Senators. Only ⅓ of them need to be convinced of the argument in defense of the suspended president for it to be successful.
The point of my post is that the fact that the US ambassador expressed a wrong opinion in 1964 is not a logically relevant argument for any position in the current situation. Overall the post is a non-sequitur, and though it is erudite, it is not convincing.
* * *
Thanks for the explanation, such as it is. From my point of view, a lot has happened between 1964 and former minister Jucá's firing. To give just 2 examples, the president of the US is Barack Obama, and Brazil has a rather solid Constitution. So the continuity over a span of 52 years needs to be argued in more detail than just the mention of beginning and end point.
My argument as to why the impeachment procedures are perfectly constitutional is above; though Brazil's Congress as well as its Supreme Court agrees, of course one is allowed to disagree. I don't see on what basis you do, so I still see the procedure as constitutional, and the original argument as a non-sequitur.
* * *
I can't resist adding one more thing that happened in the last half-century, the fall of the Berlin Wall in 1989.
* * *
Well, formal democracy is what we have. What's the alternative, absolute power to the elected president? In any case, as I pointed out above, if the impeached president's defense can persuade just ⅓ of the Senate, she is back in power.
The flaws in Brazilian democracy, according to the defenders of the impeachment, are that it allowed the president to commit budget frauds that subsequently threw the country in a recession the likes of which have not been known for at least 3 generations. Impeachment is the answer, not the problem, according to this view. You may disagree with it, but you cannot logically dismiss it by claiming that it is undemocratic without a more solid analysis.
And no, sorry, the similarities between 1964 and 2016 are nonexistent, and both you and the original article failed to mention any relevant ones, or to make any case for continuity across 2 generations. Just claiming that the procedure is undemocratic doesn't support the argument; it is a circular argument: "the procedure is undemocratic because it is supported by the US ambassador therefore it is undemocratic".
Sorry, the arguments are still unpersuasive.
The rationale for the impeachment procedures, the reader must be told because the article doesn't, was not personal enrichment or accusations of corruption by the president. Rather, the president was accused of budget fraud, which IS a crime of responsibility according to the Brazilian Constitution: the executive branch of the government clearly and deliberately disrespected the federal budget approved by Congress, by amount of dozens of billions of dollars.
These fraudulent acts artificially propped up the economy in the year before the election, and directly led to an explosion of public debt and inflation, and to the subsequent collapse of growth. The unprecedented unemployment level is a direct consequence of the budget fraud committed by the PT government. Corruption is a part of it all, as is incompetence; but the fact is that the so-called "pedaladas fiscais", the reason for impeachment which the article goes out of its way to avoid mentioning, are not "legal formalities", but rather concrete actions which led to an unprecedented economic crisis.
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Now I agree with you: the argument against impeachment is based on legal formalities. It is up to the Senate to judge whether the high crimes and misdemeanors are sufficient grounds for impeachment.
The fact remains that the president under trial willfully violated the laws of the land, and that her acts directly led to a crisis the proportions of which have not been experienced by Brazilians in 3 generations.
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Just to clarify in a separate comment, because it is really an issue of smaller importance: the whole line of defense presented above rests on a particular interpretation of Art. 86, § 4o The incumbent president, during the mandate, is not liable for acts unrelated to the exercise of his functions.
The reading that exonerates the president under trial is that her reelection makes her in-imputable for crimes of responsibility committed in the previous mandate. This is indeed how the Brazilian Supreme Court decided to interpret the paragraph, although in plain language it only says that while president she is not responsible for acts that are unrelated to the presidency.
In any case, it's a technicality. The president is of course allowed to mount of full defense, but in her supporters thought she truly were not guilty as charged they would have come up with a better argument.
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Absolutely correct.
Those who think that the "high crimes and misdemeanors" of the president don't rise to the level of an impeachable offense only have to persuade ⅓ of the Senate of their thesis. Given the state's representations in the Senate, that could be achieved by the votes of the representatives of as little as 8% of Brazil's voters! And considering the difficulties that the current president has encountered in establishing a government with relatively clean support, it may well happen.
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Thanks for explaining the issue carefully. Except you didn't.
You just listed relevant documents and stated that some are right according to you and others are not. Weak argument, to the extent that it can be considered an argument.
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Thanks for clarifying that 1st of all comes the desired conclusion, and then perhaps some argument for it. Or not even, who needs an argument when the conclusion will never change?
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The 1st paragraph confirms that your starting point are your conclusions. Bad, bad logic.
The 2nd and 3rd, thanks for your condescending explanations.
The 3rd is incorrect. The "very few informed persons" suggests that the universe of people you hear from is rather limited. Or perhaps that the universe of people you deem to be informed only includes those who agree you your premise, which coincides with your conclusion.
You end by restating your premise-conclusion. Not a persuasive style of reasoning. Have a good day!
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I think this requires a detailed response.
1 - The article attacked the impeachment procedures by defending the personal honesty of the impeached president. I pointed out that the grounds were accusations of fiscal fraud. That is a #fact which I stated unequivocally, yes. Whether they rise to the level of crimes that merit impeachment has to be decided by a political process. That is also a #fact and we have to wait for the process to see its conclusion. Of course everyone is entitled to their opinion.
2 - This stuff about the pedaladas being legal is utter nonsense. I suppose that minor deviations from the budget could be dealt with by quick and dirty fudges. This in fact is the essence of the president's current legal defense: everyone does it. The "pedaladas" were deliberate, voluminous, repeated, and premeditated. Once again, whether they are ground for impeachment is for the Senate to judge. Opponents are meanwhile entitled to their opinions, but not to invent their facts.
3 - It really doesn't matter who I am and who you are. In case you are a graduate student or a recent graduate, I should say that forming arguments by innuendo, picking and choosing facts, appeal to authority, and so on, is an expedient that is unfortunately often very successful in academia, but it is a sad spectacle to behold. Please do not follow that route, even when it brings approval and applause from colleagues and mentors.
4 - No need for apologies. Make sure you don't fool yourself. As that most penetrating analyst of Brazilian academy, Richard Feynman, used to write, the important thing is not to fool yourself. The easiest person to fool is yourself. If you are not fooling yourself you're off to a good start.
5 - The "very few informed people" is again only a sign of a circumscribed world. The overwhelming majority of professionals, businesspeople, shopkeepers, and small business owners are relieved that the cause of the collapse of the Brazilian economy has been removed. I believe that is true about a large fraction of the 11 million unemployed as a consequence of the expedient of pushing expenses from a year to the other.
I will add that many of those don't particularly care that the procedures were legal and constitutional. They just wanted their nightmare over. Of course, people who rely on government support or who benefit from subsidies to their lines of work may have different opinions, more in accordance to their financial interest. That includes many academics and artists working in areas that don't often lead to attractive career prospects.
6 - Yes, the Constitution wisely determines that the impeachment procedure is essentially political, with judicial safeguards. It would not have gone anywhere if not that the crimes of responsibility of which the president is accused had not directly led to financial collapse.
7 - The reason to oust an elected president is that the Executive was impinging on the prerogatives of the equally elected Legislature and the equally legitimate Judiciary. The argument that the president was elected doesn't fly - so was Congress and the votes for the people's representatives are equally legitimate.
Unless one reasons that the elected president has a mandate to pretty much govern as they please. Unfortunately that IS the thought of many of the supporters of the ousted president, as exemplified by proposals that "the president should call new general elections once reinstated" although the president has absolutely no legal power to call elections in Brazil. This of course only reinforces the political argument for ousting a president, which is, I repeat, to prevent undue assumption of powers by the executive.
8 - Thanks for going back to the premise. No, I don't expect that any argument for the "Fora Temer" campaign will appear beyond that he was the vice president and therefore shares by association all the president's guilt.
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Ambassador Gordon was wrong. Ambassador Fitzpatrick is right. The argument that one was wrong 50 years ago so the other must be wrong now as well is a non sequitur.
Of course you are entitled to your opinion, although it is shared by less than ⅓ of Brazilian elected senators or representatives; but you have not made a convincing argument for it.
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The argument why impeachment proceedings are admissible, despite the fact that the legislature itself is far from, well, unimpeachable, is as follows:
Both branches of government were duly elected, and, as the judiciary, are equally legitimate, and equally bound by the law. The impeachment procedures were designed to prevent the executive branch from assuming undue powers, and are not dependent on individual honesty of the politicians involved, which is the case is not being judged.
Whether the accusations of abuse of power are valid and sufficient for removing the president from office is up to the Senate to decide, under Supreme Court supervision. This being to a large extent a political judgement, all citizens - and if fact why not non-citizens as well? - is entitled to voice their opinions and try to influence the Senators. Only ⅓ of them need to be convinced of the argument in defense of the suspended president for it to be successful.
The point of my post is that the fact that the US ambassador expressed a wrong opinion in 1964 is not a logically relevant argument for any position in the current situation. Overall the post is a non-sequitur, and though it is erudite, it is not convincing.
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Thanks for the explanation, such as it is. From my point of view, a lot has happened between 1964 and former minister Jucá's firing. To give just 2 examples, the president of the US is Barack Obama, and Brazil has a rather solid Constitution. So the continuity over a span of 52 years needs to be argued in more detail than just the mention of beginning and end point.
My argument as to why the impeachment procedures are perfectly constitutional is above; though Brazil's Congress as well as its Supreme Court agrees, of course one is allowed to disagree. I don't see on what basis you do, so I still see the procedure as constitutional, and the original argument as a non-sequitur.
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I can't resist adding one more thing that happened in the last half-century, the fall of the Berlin Wall in 1989.
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Well, formal democracy is what we have. What's the alternative, absolute power to the elected president? In any case, as I pointed out above, if the impeached president's defense can persuade just ⅓ of the Senate, she is back in power.
The flaws in Brazilian democracy, according to the defenders of the impeachment, are that it allowed the president to commit budget frauds that subsequently threw the country in a recession the likes of which have not been known for at least 3 generations. Impeachment is the answer, not the problem, according to this view. You may disagree with it, but you cannot logically dismiss it by claiming that it is undemocratic without a more solid analysis.
And no, sorry, the similarities between 1964 and 2016 are nonexistent, and both you and the original article failed to mention any relevant ones, or to make any case for continuity across 2 generations. Just claiming that the procedure is undemocratic doesn't support the argument; it is a circular argument: "the procedure is undemocratic because it is supported by the US ambassador therefore it is undemocratic".
Sorry, the arguments are still unpersuasive.
13 junho 2016
Einstein já dizia: tem muita bobagem na rede
Ninguém é infalível. Isaac Newton era muito bom, mas os trabalhos dele sobre alquimia não estavam certos, e os escritos teológicos são discutíveis.
Albert Einstein também poderia ser considerado um pouco ingênuo na visão do mundo, embora seja uma visão moralmente positiva. As teorias científicas estão sobejamente comprovadas, mesmo que talvez um dia se encontrem casos especiais onde não se aplicam.
Richard Feynman foi excelente! Conseguiu explicar boa parte da física quântica sem usar equações, e também os fundamentos da universidade brasileira sem ocupar cátedra de sociologia.
Falando em ilustres professores visitantes ao Brasil, um dos meus historiadores preferidos é Braudel. Nos milhares de páginas que escreveu decerto há imprecisões para todos os gostos.
Dos nativos gosto do Faoro.
Sobre a América do Norte, Bill Cronon e Hackett Fischer me ensinaram muito. Garanto que não acertaram 100%.
THE ROAD TO WISDOM
The road to wisdom?—Well, it's plain
and simple to express:
Err
and err
and err again,
but less
and less
and less.
— Piet Hein
Também errar 100% é quase impossível. "Alguna parte de un error es siempre correcta", como já dizia Tartakower, o maior filósofo do xadrez.
Mas dá para chegar assintoticamente próximo a 100% de erro. Muitos comentaristas da internet conseguem.
Albert Einstein também poderia ser considerado um pouco ingênuo na visão do mundo, embora seja uma visão moralmente positiva. As teorias científicas estão sobejamente comprovadas, mesmo que talvez um dia se encontrem casos especiais onde não se aplicam.
Richard Feynman foi excelente! Conseguiu explicar boa parte da física quântica sem usar equações, e também os fundamentos da universidade brasileira sem ocupar cátedra de sociologia.
Falando em ilustres professores visitantes ao Brasil, um dos meus historiadores preferidos é Braudel. Nos milhares de páginas que escreveu decerto há imprecisões para todos os gostos.
Dos nativos gosto do Faoro.
Sobre a América do Norte, Bill Cronon e Hackett Fischer me ensinaram muito. Garanto que não acertaram 100%.
THE ROAD TO WISDOM
The road to wisdom?—Well, it's plain
and simple to express:
Err
and err
and err again,
but less
and less
and less.
— Piet Hein
Também errar 100% é quase impossível. "Alguna parte de un error es siempre correcta", como já dizia Tartakower, o maior filósofo do xadrez.
Mas dá para chegar assintoticamente próximo a 100% de erro. Muitos comentaristas da internet conseguem.
04 junho 2016
Tudo que você sabia sobre a queda do Shah da Pérsia estava errado
Melhor artigo da semana: Carter-Khomeini talks on regime transition in Iran https://t.co/5M3oLN4Utw \\ All you thought you knew was wrong.
Explicação: O artigo deve estar certo. Carter tentou negociar com Khomeini. Kennedy também, acho que não está nesse artigo, até Bob _quase_ foi à Pérsia e encontrou membros da oposição, mas os amigos do Shah impediram. Estavam teoricamente certos porque o Shah um dia ia cair, como caiu, então os EUA precisavam abrir canal com as oposições não-soviéticas. Mas Khomeini deu um golpe em cima dos liberais e dos comunistas. Enganou americanos e russos, para orgulho e desastre do seu país. É meio absurdo, contradiz as narrativas da esquerda, da direita, do centro, e do muito pelo contrário. Ipso facto deve ser tudo verdade. All we knew was wrong.
Nem a Pérsia depende dos EUA! Foi essa a esperteza dos ayatollahs. Podem se orgulhar de terem dado um golpe nos americanos e nos russos. Para o país foi um desastre porque fuzilaram liberais e comunistas, resultando em 40 anos de ditadura teocrática. Sem amigos fortes, convidaram o louco do Saddam à guerra - um pouco mais de proximidade a EUA ou União Soviética, ou até à França ou Inglaterra, poderia ter evitado a guerra desastrosa. Khomeini foi não-alinhado 3o-mundista, o único verdadeiro talvez, o único bem sucedido com certeza. Azar dos persas.
Explicação: O artigo deve estar certo. Carter tentou negociar com Khomeini. Kennedy também, acho que não está nesse artigo, até Bob _quase_ foi à Pérsia e encontrou membros da oposição, mas os amigos do Shah impediram. Estavam teoricamente certos porque o Shah um dia ia cair, como caiu, então os EUA precisavam abrir canal com as oposições não-soviéticas. Mas Khomeini deu um golpe em cima dos liberais e dos comunistas. Enganou americanos e russos, para orgulho e desastre do seu país. É meio absurdo, contradiz as narrativas da esquerda, da direita, do centro, e do muito pelo contrário. Ipso facto deve ser tudo verdade. All we knew was wrong.
Nem a Pérsia depende dos EUA! Foi essa a esperteza dos ayatollahs. Podem se orgulhar de terem dado um golpe nos americanos e nos russos. Para o país foi um desastre porque fuzilaram liberais e comunistas, resultando em 40 anos de ditadura teocrática. Sem amigos fortes, convidaram o louco do Saddam à guerra - um pouco mais de proximidade a EUA ou União Soviética, ou até à França ou Inglaterra, poderia ter evitado a guerra desastrosa. Khomeini foi não-alinhado 3o-mundista, o único verdadeiro talvez, o único bem sucedido com certeza. Azar dos persas.
21 maio 2016
Imprensa aparelhada na Rússia e na China
A máquina de propaganda russa parece bem ineficiente. Seu foco é internacional - a imprensa interna é quase toda controlada e coagida pelo governo. A audiência internacional que assiste ou lê matérias da RT e veículos aparentados é um traço. No Brasil devem ser as caixas de ressonância da imprensa aparelhada nacional, mas o número é tão pequeno que nem dá para fazer estatística. Segundo quem conhece, o objetivo da máquina de propaganda russa é desembolsar recursos - a propaganda em si é só um pretexto.
Já o "Fifty Cent Party" chinês tem como objetivo principal espalhar boas notícias que enalteçam o Partido Comunista. O debate com os críticos e agressões a governos estrangeiros é de menor importância. Parece que o sistema chinês é maior e mais bem sucedido, ou ao menos mais eficiente na produção de matérias. Informações sobre audiência não são facilmente disponíveis.
A mídia aparelhada brasileira é um pouco diferente. Não duvido que um dos objetivos principais seja "desembolsar para embolsar", como na Rússia. Ma so objetivo principal é interno, como na China. Ela dedica mais esforços a atacar os adversários, a jogar excremento em todas as direções para dificultar a localização da sujeira, e subsidiariamente à construção de narrativas falsas e positivas para o Partido. Como ficará a mídia aparelhada com a mudança do governo? Ainda é cedo para ver as consequências.
Já o "Fifty Cent Party" chinês tem como objetivo principal espalhar boas notícias que enalteçam o Partido Comunista. O debate com os críticos e agressões a governos estrangeiros é de menor importância. Parece que o sistema chinês é maior e mais bem sucedido, ou ao menos mais eficiente na produção de matérias. Informações sobre audiência não são facilmente disponíveis.
A mídia aparelhada brasileira é um pouco diferente. Não duvido que um dos objetivos principais seja "desembolsar para embolsar", como na Rússia. Ma so objetivo principal é interno, como na China. Ela dedica mais esforços a atacar os adversários, a jogar excremento em todas as direções para dificultar a localização da sujeira, e subsidiariamente à construção de narrativas falsas e positivas para o Partido. Como ficará a mídia aparelhada com a mudança do governo? Ainda é cedo para ver as consequências.
18 maio 2016
Mais posts no Digestivo Cultural
O Blogspot não anda funcionando bem. Talvez já tenha virado abandonware do Google. Então vou por aqui links de alguns posts que escrevi no Digestivo Cultural.
Feriado do FGTS
Peraí!
Uma propina da mesma Orcrim quando apareceu
Rabiscando a saída da sinuca
Instituições em frangalhos
Feriado do FGTS
Peraí!
Uma propina da mesma Orcrim quando apareceu
Rabiscando a saída da sinuca
Instituições em frangalhos
04 maio 2016
Fim da liberdade acadêmica na USP?
A reitoria da USP encaminhou aos professores uma proposta de regimento tendente a restringir a liberdade de investigação e opinião na universidade. O ponto que pode ter consequências absolutamente desastrosas para a universidade é Artigo 201 do Regimento Geral:
Podemos conceder o benefício da dúvida aos autores da proposta, e assumir que não foi essa a intenção do trecho. Acredito sim que a intenção de toda o processo foi apenas redigir um estatuto detalhista e gerar papel, justificando a carga burocrática dos autores e aumentando-a para todos os demais docentes, e que os redatores da proposta não analisaram o conteúdo do documento nem perceberam suas implicações. Mesmo assim a ameaça é grave.
Indo direto ao ponto: o poder concedido pelo artigo cita é contrário à liberdade de pesquisa e opinião. Acredito que não será fácil exercer pressões através desse artigo, mas sua mera existência é uma ameaça à vida intelectual e científica dentro da universidade. É indispensável retirar esse artigo da proposta em discussão.
"Artigo 201 – A permanência em um determinado regime de trabalho não é definitiva, podendo o docente, a qualquer tempo, por decisão prévia do Conselho do Departamento, ouvido o CTA, com anuência da CERT, ser transferido de um regime de trabalho para outro."Essa redação dá para os conselhos e comissões, entre outros poderes, o de transferir um docente de tempo integral para turno completo, o que significa na prática que a universidade obriga o docente a buscar outro emprego e corta o apoio a seu trabalho de pesquisa. Não havendo limitação no regulamento, esse poder pode ser usado para excluir da vida intelectual e científica alguém cujas opiniões ou linhas de pesquisa sejam divergentes das dos conselhos e comissões.
Podemos conceder o benefício da dúvida aos autores da proposta, e assumir que não foi essa a intenção do trecho. Acredito sim que a intenção de toda o processo foi apenas redigir um estatuto detalhista e gerar papel, justificando a carga burocrática dos autores e aumentando-a para todos os demais docentes, e que os redatores da proposta não analisaram o conteúdo do documento nem perceberam suas implicações. Mesmo assim a ameaça é grave.
Indo direto ao ponto: o poder concedido pelo artigo cita é contrário à liberdade de pesquisa e opinião. Acredito que não será fácil exercer pressões através desse artigo, mas sua mera existência é uma ameaça à vida intelectual e científica dentro da universidade. É indispensável retirar esse artigo da proposta em discussão.
02 maio 2016
Voltando ao ensino na Poli
Parece que estamos enfrentando uma emergência. Correm os boatos de que alguma comissão, ninguém sabe exatamente precisar qual, vai dar um jeito de obrigar todos os cursos a oferecerem pacotes fechados no 5o ano, sem possibilidade de eletivas ou alternativas.
Isso é contrário a tudo que foi discutido e aprovado pela Escola Politécnica como um todo, mas "parece" que é do interesse de certos caciques, que através dos currículos fechados mantém seu poder de distribuir carga didática sem ter a preocupação com o futuro profissional dos estudantes. Isso já aconteceu dentro da engenharia elétrica, onde uma proposta originalmente positiva foi deturpada, resultando um um currículo rígido, inchado, e ultrapassado.
Escrevi para os colegas que me contaram isso as frases abaixo, mas não enviei a mensagem:
Para referência vou listar alguns links anteriores sobre o assunto.
http://fmpait.blogspot.com/2013/05/curriculos-da-poli.html
http://fmpait.blogspot.com/2013/09/curriculo-de-engenharia-eletrica-na_18.html
http://fmpait.blogspot.com/2013/09/curriculo-de-engenharia-eletrica-na.html
http://fmpait.blogspot.com/2013/10/proposta-de-curriculo-de-engenharia.html
http://fmpait.blogspot.com/2012/10/curriculo-da-poli-engenharia-eletrica.html
Isso é contrário a tudo que foi discutido e aprovado pela Escola Politécnica como um todo, mas "parece" que é do interesse de certos caciques, que através dos currículos fechados mantém seu poder de distribuir carga didática sem ter a preocupação com o futuro profissional dos estudantes. Isso já aconteceu dentro da engenharia elétrica, onde uma proposta originalmente positiva foi deturpada, resultando um um currículo rígido, inchado, e ultrapassado.
Escrevi para os colegas que me contaram isso as frases abaixo, mas não enviei a mensagem:
Parece um golpe. Não foi isso que foi aprovado pela congregação. "Parece" que alguma comissão está dando um jeito de fazer valer a preferência dos canalhas em cima dos interesses dos alunos. Não sei como se poderia fazer para evitar esse desastre, e também não sei se vale a pena fazer parte de uma organização onde os mais canalhas conseguem impor sua vontade por meio de subterfúgios, sem discussão nem oposição.Não sei como proceder. Talvez seja o caso de pular fora e deixar a canoa afundar. Será que alguém com mais habilidade ou poder político consegue mobilizar alguma força contra esse estrago premeditado numa das pouca unidades de ensino relativamente funcionais da USP? Não sei.
Para referência vou listar alguns links anteriores sobre o assunto.
http://fmpait.blogspot.com/2013/05/curriculos-da-poli.html
http://fmpait.blogspot.com/2013/09/curriculo-de-engenharia-eletrica-na_18.html
http://fmpait.blogspot.com/2013/09/curriculo-de-engenharia-eletrica-na.html
http://fmpait.blogspot.com/2013/10/proposta-de-curriculo-de-engenharia.html
http://fmpait.blogspot.com/2012/10/curriculo-da-poli-engenharia-eletrica.html
26 abril 2016
Hashtags orquestrados
Impressionante a capacidade das massas mobilizadas criarem movimentos com finalidades partidárias específicas e vernizes éticos brilhantes mas superficiais. Me ajudem a fazer uma listinha.
#VocêTambémÉCorrupto: durou enquanto valia a pena argumentar que comprar um notebook sem pagar alfândega é a mesma coisa do que desviar 1 trilhão de dólares.
#ForaCunha: durou enquanto ele podia parar o processo de impeachment, sumiu imediatamente após a votação na Câmara.
#ImprensaEstrangeiraDizQueÉGolpe: em curso, enquanto o pessoal procura os artigos e descobre que são todas citações de colunistas brasileiros aparelhados.
#EleiçõesGeraisJá: é o próximo, dura até perceberem que a ideia de fechar o congresso para extinguir os processos contra os corruptos não vai ter muita ressonância.
Quais foram os anteriores? Quais serão os próximos? Me ajudem a completar a lista e acertar os hashtags mais apropriados!
#VocêTambémÉCorrupto: durou enquanto valia a pena argumentar que comprar um notebook sem pagar alfândega é a mesma coisa do que desviar 1 trilhão de dólares.
#ForaCunha: durou enquanto ele podia parar o processo de impeachment, sumiu imediatamente após a votação na Câmara.
#ImprensaEstrangeiraDizQueÉGolpe: em curso, enquanto o pessoal procura os artigos e descobre que são todas citações de colunistas brasileiros aparelhados.
#EleiçõesGeraisJá: é o próximo, dura até perceberem que a ideia de fechar o congresso para extinguir os processos contra os corruptos não vai ter muita ressonância.
Quais foram os anteriores? Quais serão os próximos? Me ajudem a completar a lista e acertar os hashtags mais apropriados!
18 abril 2016
18 março 2016
O engenheiro constitucionalista ataca novamente
O vice presidente pode aceitar a sugestão resumida em 3 tweets, e tirar Brasília da sinuca. Depois acrescento como sair do buraco econômico.
@MichelTemer Graças ao instituto do indulto, a presidente e o ex- podem renunciar sem medo de condenação criminal. Está nas mãos do vice!
@MichelTemer Assuma a presidência e conceda indulto. O país sofre menos do que com a presidência homiziando criminalidade.
@MichelTemer Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XII - conceder indulto e comutar penas \\ Talvez a saída do buraco
@MichelTemer Graças ao instituto do indulto, a presidente e o ex- podem renunciar sem medo de condenação criminal. Está nas mãos do vice!
@MichelTemer Assuma a presidência e conceda indulto. O país sofre menos do que com a presidência homiziando criminalidade.
@MichelTemer Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XII - conceder indulto e comutar penas \\ Talvez a saída do buraco
17 março 2016
Me pediram um discurso breve
Então vou contar uma anedota.
O famoso professor Schlesinger, conferencista de Leipzig, veio aqui dar uma conferência em Chelm. Toda a cidade veio ouvir o grande palestrante, e os yidn das shtetlakh vizinhas. A sinagoga estava cheia, os homens no andar de baixo, as mulheres em cima.
Herr Professor Doktor Doktor falou... er redt... un er redt... e falou... ia passando o tempo, todos cansados, em pé, ficando com fome, as bobes preocupadas com o tshulent no fogo.
Depois de horas de discurso o professor olha para o relógio e se desculpa misturando Yiddish e alemão:
"Entschuldigen Sie bitte, dos zeigerl is bay mir geven kaputt", meu relógio quebrou.
O nebekh, o bobo de Chelm, que parecia dormir, diz "Azoy hot der rebbe a luach" - se era por isso, era só ter pedido o calendário do rabino.
A juventude de hoje, vocês são mais preparadas do que as gerações anteriores. Felizmente, porque estamos deixando uns problemas bem complicados para vocês resolverem. Ouçam o tsaddik, o sábio, mas ouçam também o maluco, o meshuga.
O famoso professor Schlesinger, conferencista de Leipzig, veio aqui dar uma conferência em Chelm. Toda a cidade veio ouvir o grande palestrante, e os yidn das shtetlakh vizinhas. A sinagoga estava cheia, os homens no andar de baixo, as mulheres em cima.
Herr Professor Doktor Doktor falou... er redt... un er redt... e falou... ia passando o tempo, todos cansados, em pé, ficando com fome, as bobes preocupadas com o tshulent no fogo.
Depois de horas de discurso o professor olha para o relógio e se desculpa misturando Yiddish e alemão:
"Entschuldigen Sie bitte, dos zeigerl is bay mir geven kaputt", meu relógio quebrou.
O nebekh, o bobo de Chelm, que parecia dormir, diz "Azoy hot der rebbe a luach" - se era por isso, era só ter pedido o calendário do rabino.
A juventude de hoje, vocês são mais preparadas do que as gerações anteriores. Felizmente, porque estamos deixando uns problemas bem complicados para vocês resolverem. Ouçam o tsaddik, o sábio, mas ouçam também o maluco, o meshuga.
11 março 2016
Alguns posts no Digestivo Cultural
Vou ponhar aqui links para alguns posts no blog do meu heterônimo homônimo:
Atividades para o dia de hoje
O fenômeno Trump: uma abordagem Gaussiana
O fenômeno Trump 2: uma abordagem meta-ideológica
5 anos da Primavera Árabe
Tipos inesquecíveis da política americana
Sinceramente, foi de graça.
Porque lá, porque aqui? Não sei.
Atividades para o dia de hoje
O fenômeno Trump: uma abordagem Gaussiana
O fenômeno Trump 2: uma abordagem meta-ideológica
5 anos da Primavera Árabe
Tipos inesquecíveis da política americana
Sinceramente, foi de graça.
Porque lá, porque aqui? Não sei.
03 março 2016
PT ou GOP?
Quem racha antes: o PT ou o Partido Republicano? Pago uma pizza para quem acertar.
Palpites nos comentários ou via twitter. Vale apostar nos 2, até novembro de 2016. Você leu aqui antes.
08 fevereiro 2016
AlphaGo
I'm still trying to digest the news of AlphaGo's win against a Go (Baduk, Weqi) professional. I read the Nature paper - which is not to say I understand it. Of course the paper is not meant to be a full explanation that I would understand of how the software works ;-) Todays is a triply off day - carnaval in Brazil, my official vacation at USP, and a snow day in Boston - so I'll take the opportunity to jot down some thoughts.
The jump in strength from what was previously achieved by Go machines was enormous. An 8-stone improvement (800 Elo, whatever) over the best programs. Incredible. That's very much unlike what happened in chess - then everybody could see the progress of machines and knew that the champion's defeat was coming.
The main questions is: what is a "convolutional" neural network, and how is it so different from a garden-variety neural network that it can learn to evaluate positions? Positional evaluation had not been achieved in any significant way by any algorithm before. Convolutional neural networks, also called "deep learning", are said to be suited for pattern recognition - although they still have to deal with the standard issues of neural networks, namely, the need for enormous training sets, and the problem of local minima in gradient search. Although there are claims that deep learning deals with local minima effectively. The main question though is more subtle - who expected that Go positional evaluation is amenable to pattern recognition? What is the topology of a winning Go board? How did AlphaGo figure it out, as it is clear that no human did?
There are 3 hypothesis:
1 - Go turns out to be significantly easier that we had thought. That rhymes with the idea that chess books are (used to be, before machines) a lot better - more fun - than Go books. Chess books used to talk about real strategic insights - until all the insights became available: then they devolved into a morass of listings of 30 move long openings which are almost like exhaustive searches. Lasker wrote "Chess must not be memorized... You should keep in mind no names, nor numbers, nor isolated incidents, not even results, but only methods." That worked 100 years ago, but it turns out that memorizing works better now.
Go books range from the soft, metaphysical, to the exhaustive lists of josekis and tsumegos. Now this might be explained away by saying that "we don't understand the mysterious ways of Asian culture" but this explanation is nonsense. Conceivably chess had found the deep tactical insights which are halfway between the vague and the overly concrete, and Go was still jumping from one extreme to the other. Is that because chess had been better studied? Or because Go is more complex, less structured, and thus less amenable to literary description?
Chances are we will never know. The most likely explanation is that the secrets of Go are hidden more deeply than those of chess, yet not so deep that computers cannot find them. But there are others.
2 - Artificial intelligence is advancing faster now. After 50 years of having been the technology of the future for now and all ages. Maybe. This is the 1st AI (defined in broad terms) advance that is unexpected. Do you remember another one? I don't.
Of course Go WAS more complex than chess and took a while longer to solve; but now computers are more powerful and the advances come faster. I don't much believe this line of reasoning but we cannot discount that the pace of advancement in artificial intelligence will quicken. This hypothesis is testable: just wait 5 years and see if other, bigger problems fall. The technological singularity folks would be happy, but don't really think it will happen.
3 - Least likely explanation: well, most published research findings are false. The disagreement is on the meaning of most - my favorite estimate is 92%. Every field has its way of being false - outright fraud is rare except in the medical sciences. In engineering, false tends to mean that the conditions assumed in the paper never happen in the situation to which it wants itself applicable. But I digress.
The reason this alternative is unlikely is because if there is something false in the publication it will get checkmated, just as Lasker said of hypocrites (he actually meant anti-semites) on the chessboard. Now again I cannot evaluate the publication, and I much doubt that it is meant to be evaluated the way mathematicians check proofs in peer review. But I did look at a commented game - again I cannot compete with the pros - and one cannot imagine how the computer was playing if it wasn't running a very good algorithm.
So hypothesis 3 is the least likely - not that I put it above any scientists to punish false results, or that science depends on individual honesty or competence - but it's the most easily testable. Pity, because at some level it would be the most satisfying - another 10 or 20 years of gradual improvement in Go playing would have been fun to watch.
The jump in strength from what was previously achieved by Go machines was enormous. An 8-stone improvement (800 Elo, whatever) over the best programs. Incredible. That's very much unlike what happened in chess - then everybody could see the progress of machines and knew that the champion's defeat was coming.
The main questions is: what is a "convolutional" neural network, and how is it so different from a garden-variety neural network that it can learn to evaluate positions? Positional evaluation had not been achieved in any significant way by any algorithm before. Convolutional neural networks, also called "deep learning", are said to be suited for pattern recognition - although they still have to deal with the standard issues of neural networks, namely, the need for enormous training sets, and the problem of local minima in gradient search. Although there are claims that deep learning deals with local minima effectively. The main question though is more subtle - who expected that Go positional evaluation is amenable to pattern recognition? What is the topology of a winning Go board? How did AlphaGo figure it out, as it is clear that no human did?
There are 3 hypothesis:
1 - Go turns out to be significantly easier that we had thought. That rhymes with the idea that chess books are (used to be, before machines) a lot better - more fun - than Go books. Chess books used to talk about real strategic insights - until all the insights became available: then they devolved into a morass of listings of 30 move long openings which are almost like exhaustive searches. Lasker wrote "Chess must not be memorized... You should keep in mind no names, nor numbers, nor isolated incidents, not even results, but only methods." That worked 100 years ago, but it turns out that memorizing works better now.
Go books range from the soft, metaphysical, to the exhaustive lists of josekis and tsumegos. Now this might be explained away by saying that "we don't understand the mysterious ways of Asian culture" but this explanation is nonsense. Conceivably chess had found the deep tactical insights which are halfway between the vague and the overly concrete, and Go was still jumping from one extreme to the other. Is that because chess had been better studied? Or because Go is more complex, less structured, and thus less amenable to literary description?
Chances are we will never know. The most likely explanation is that the secrets of Go are hidden more deeply than those of chess, yet not so deep that computers cannot find them. But there are others.
2 - Artificial intelligence is advancing faster now. After 50 years of having been the technology of the future for now and all ages. Maybe. This is the 1st AI (defined in broad terms) advance that is unexpected. Do you remember another one? I don't.
Of course Go WAS more complex than chess and took a while longer to solve; but now computers are more powerful and the advances come faster. I don't much believe this line of reasoning but we cannot discount that the pace of advancement in artificial intelligence will quicken. This hypothesis is testable: just wait 5 years and see if other, bigger problems fall. The technological singularity folks would be happy, but don't really think it will happen.
3 - Least likely explanation: well, most published research findings are false. The disagreement is on the meaning of most - my favorite estimate is 92%. Every field has its way of being false - outright fraud is rare except in the medical sciences. In engineering, false tends to mean that the conditions assumed in the paper never happen in the situation to which it wants itself applicable. But I digress.
The reason this alternative is unlikely is because if there is something false in the publication it will get checkmated, just as Lasker said of hypocrites (he actually meant anti-semites) on the chessboard. Now again I cannot evaluate the publication, and I much doubt that it is meant to be evaluated the way mathematicians check proofs in peer review. But I did look at a commented game - again I cannot compete with the pros - and one cannot imagine how the computer was playing if it wasn't running a very good algorithm.
So hypothesis 3 is the least likely - not that I put it above any scientists to punish false results, or that science depends on individual honesty or competence - but it's the most easily testable. Pity, because at some level it would be the most satisfying - another 10 or 20 years of gradual improvement in Go playing would have been fun to watch.
Jeb!
Half of the 6 of you may know of my habit of blogging votes. It is a form of expressing confidence in our freedoms. So: I plan to vote for Jeb Bush in the Republican presidential primaries in Massachusetts for the following reason.
I judge that the remaining Republican presidential candidates are a clear and present danger to the welfare of this country, to the freedom and liberty we enjoy, and to peace among our allies around the world. Not only the most talked about candidates, who do not deserve to be mentioned by name, but also the ones who supposedly are more acceptable to the conservative establishment. The absentee governor of N Jersey, a mean, incompetent, and vindictive fellow who would quarantine my daughter after a trip to Brazil. The pretty boy who skips Senate votes so as not to be on record as supporting anything but boilerplate blurbs. (How come it has taken so long for the pundits to declare his suit is empty?) The executive who destroyed the 2 greatest technology companies of the 20th century, but is excluded from debates for being female. Any of the vice-presidential candidates going to debates for the airtime. The crazies.
It is not at all likely that I would vote for Jeb against Hillary Clinton. However that would be a reasonable election in which they would have to express and defend their opinions. This is good for the country and the voter would have a chance to decide. Between repealing Obamacare because it goes to far, and repealing Obamacare because it doesn't go far enough, am I still more likely to vote for Sanders? Perhaps, but in either case it will be a question of who has the better proposals, not of absolute dread. Bush is not crazy, nor racist. He was a reasonable governor - I may disagree with his priorities and note that he surfed a real estate bubble, but the voters were happy. Sanders is to the left as Bush is to the right; you can agree or disagree with them depending on your positions. The alternatives to these 3 are mean and insane.
I judge that the remaining Republican presidential candidates are a clear and present danger to the welfare of this country, to the freedom and liberty we enjoy, and to peace among our allies around the world. Not only the most talked about candidates, who do not deserve to be mentioned by name, but also the ones who supposedly are more acceptable to the conservative establishment. The absentee governor of N Jersey, a mean, incompetent, and vindictive fellow who would quarantine my daughter after a trip to Brazil. The pretty boy who skips Senate votes so as not to be on record as supporting anything but boilerplate blurbs. (How come it has taken so long for the pundits to declare his suit is empty?) The executive who destroyed the 2 greatest technology companies of the 20th century, but is excluded from debates for being female. Any of the vice-presidential candidates going to debates for the airtime. The crazies.
It is not at all likely that I would vote for Jeb against Hillary Clinton. However that would be a reasonable election in which they would have to express and defend their opinions. This is good for the country and the voter would have a chance to decide. Between repealing Obamacare because it goes to far, and repealing Obamacare because it doesn't go far enough, am I still more likely to vote for Sanders? Perhaps, but in either case it will be a question of who has the better proposals, not of absolute dread. Bush is not crazy, nor racist. He was a reasonable governor - I may disagree with his priorities and note that he surfed a real estate bubble, but the voters were happy. Sanders is to the left as Bush is to the right; you can agree or disagree with them depending on your positions. The alternatives to these 3 are mean and insane.
03 fevereiro 2016
As 3 diferenças entre Brasil e EUA
A 1a diferença é a Constituição. Os representantes nos EUA são muito mais acessíveis. É muito mais fácil eu contatar meu deputado aqui, e receber uma resposta, do que no Brasil, onde eu nem bem sei quem é o meu representante, nem eles se importam em responder. Em parte é por causa do voto distrital, em parte por causa da cultura política - seja como for, é uma diferença interessante.
A 2a diferença são os liberal arts colleges. Nos EUA o estudante entra na universidade, e não num curso específico, enquanto no Brasil o estudo universitário é voltado para treinamento em profissões específicas - algumas delas nem são profissões que realmente existem de forma bem definida, ou não oferecem empregos. Então o aluno entra, sai, reprova, desiste, presta vestibular novamente... enquanto nos EUA o jovem passa 4 anos buscando seus interesses com ajuda da universidade e dos professores.
A 3a grande diferença são os parques nacionais, que nos EUA existem para serem visitados, e têm infra estrutura para turistas; enquanto no Brasil raramente há estrutura e os parques servem para impedir a visitação, ficando mais expostos aos palmiteiros, motoserras, e outros devastadores.
Fora essas 3 diferenças Brasil e EUA são iguais - só muda a bitola do papel higiênico que nos EUA é mais larga.
A 2a diferença são os liberal arts colleges. Nos EUA o estudante entra na universidade, e não num curso específico, enquanto no Brasil o estudo universitário é voltado para treinamento em profissões específicas - algumas delas nem são profissões que realmente existem de forma bem definida, ou não oferecem empregos. Então o aluno entra, sai, reprova, desiste, presta vestibular novamente... enquanto nos EUA o jovem passa 4 anos buscando seus interesses com ajuda da universidade e dos professores.
A 3a grande diferença são os parques nacionais, que nos EUA existem para serem visitados, e têm infra estrutura para turistas; enquanto no Brasil raramente há estrutura e os parques servem para impedir a visitação, ficando mais expostos aos palmiteiros, motoserras, e outros devastadores.
Fora essas 3 diferenças Brasil e EUA são iguais - só muda a bitola do papel higiênico que nos EUA é mais larga.
Votação para o C Universitário da USP
A USP enviou 2 dúzias de mensagens sobre "Eleição do representante dos Professores Associados junto ao Conselho Universitário, conforme Portaria GR...." Não vou entrar em detalhes - procedimentos técnicos, senhas, métodos eletrônicos, testes, contagens. Daí quando chega a hora da votação tem as 3 opções, e nenhuma dica de quem são os candidatos.
Sou eleitor compulsivo - voto em todas as sociedades profissionais. Sempre junto com a cédula vem uma biografia e a proposta de cada candidato. Sem isso, como o eleitor vai saber em uma votar? Acho que veio email dos candidatos em algum momento, mas não estou localizando. As informações não estão disponíveis nos sites da USP - ao menos não de forma fácil de encontrar. Uma das chapas de professores doutores tem um blog - as dos associados, não encontrei.
Então votei nulo.
12 janeiro 2016
Ameaças racistas dos colunistas da esquerda
Essa semana o Jânio de Freitas escreveu uma coluna ameaçando acabar com o convívio pacífico que o Brasil dá à comunidade judaica caso Israel não siga os ditames do colunista. Sem entrar na questão da competência do colunista para conceder e retirar o convívio pacífico para algum grupo de cidadãos brasileiros, noto que essa ameaça racista é não é a 1a vinda do Jânio de Freitas. Faz algum tempo ele escrevia artigos sobre o Joaquim Barbosa, dando a entender que, por ser negro, o ministro devia obediência às autoridades defendidas pelo colunista.
Naquele caso o racismo aparecia de forma mais sutil - por exemplo com uma menção completamente despropositada ao presidente Obama como exemplo de quem fez mau uso do poder. Despropositada no sentido de que Obama não tinha nenhuma relação com o artigo, e não é citado de forma relevante ao tema, não havendo nada exceto pela semelhança de côr e a desobediência aos dogmas do colunista que o aproximasse do ministro Barbosa. A insinuação, embora menos explícita do que a ameaça anti-semita da coluna recente, ficava bem clara.
Outros colunistas ideologicamente próximos ao Jânio de Freitas foram menos sutis em seu racismo contra o ministro Barbosa, mas não tenho estômago para ler. O racismo pouco disfarçado dos setores da esquerda foi notado pela mídia e pelos tribunais. No momento quem também está sendo vítima desse preconceito é o Jean Willys - as críticas ao deputado por ocasião de sua visita a Israel são frequentemente no tom "um homossexual que desafiar a autoridade da esquerda e do Partido vai sofrer consequências". A esquerda no Brasil é isso aí.
Naquele caso o racismo aparecia de forma mais sutil - por exemplo com uma menção completamente despropositada ao presidente Obama como exemplo de quem fez mau uso do poder. Despropositada no sentido de que Obama não tinha nenhuma relação com o artigo, e não é citado de forma relevante ao tema, não havendo nada exceto pela semelhança de côr e a desobediência aos dogmas do colunista que o aproximasse do ministro Barbosa. A insinuação, embora menos explícita do que a ameaça anti-semita da coluna recente, ficava bem clara.
Outros colunistas ideologicamente próximos ao Jânio de Freitas foram menos sutis em seu racismo contra o ministro Barbosa, mas não tenho estômago para ler. O racismo pouco disfarçado dos setores da esquerda foi notado pela mídia e pelos tribunais. No momento quem também está sendo vítima desse preconceito é o Jean Willys - as críticas ao deputado por ocasião de sua visita a Israel são frequentemente no tom "um homossexual que desafiar a autoridade da esquerda e do Partido vai sofrer consequências". A esquerda no Brasil é isso aí.
08 janeiro 2016
Negócios da China
O Coringão foi desmontado. Renato Augusto e Ralf acertaram a transferência para o Beijing Goan, da Chinese Super League, a 1a divisão do futebol chinês.
Já o ex-jogador sãopaulinho Luis Fabiano foi jogar no time do Vanderlei Luxemburgo, o Tianjin Quanjian, da China League One, a segundona da China. O ex-corintiano Jadson também foi para lá, mas o meio-corintiano, meio sãopaulinho Pato recusou a proposta, talvez com receio de ser laqueado.
País da piada pronta!
Academic citations
ResearchGate, one of those citations services that have been popping up recently, sends me email to inform that an old paper of mine has been cited. Out of curiosity I looked at the citing paper.
It is completely unrelated to the topic of my paper, which was not used in any meaningful way. The citation doesn't give a clue as to why my paper was cited, and the context in which it appears is not related either to the cited or to the citing paper.
I know there is an academic citation industry but I can't quite make sense of this.
07 janeiro 2016
Every house needs a Ridgid Wet/Dry Vac
My neighbor left an outside faucet open for the N England winter (who is the Yankee here?), and predictably a pipe junction got disconnected. By the time I noticed and closed a valve, the basement was filled with a good quarter-inch of water.
I vacuumed about 50 gallons with my Ridgid Wet/Dry Vac, and the damage doesn't seem that bad. You need one, even if you don't know why, so go to Home Depot and buy yours. Use with the filter for dust and dirt, without it for liquids. The larger models are for professionals, the portable models are probably adequate for home use - mine is the 3-gallon and smallest one. As a reward I made steak à Camões, potatoes, and asparagus for Hannah, with a glass of cranberry wine myself.
Thanks Ridgid, and God bless America!
I vacuumed about 50 gallons with my Ridgid Wet/Dry Vac, and the damage doesn't seem that bad. You need one, even if you don't know why, so go to Home Depot and buy yours. Use with the filter for dust and dirt, without it for liquids. The larger models are for professionals, the portable models are probably adequate for home use - mine is the 3-gallon and smallest one. As a reward I made steak à Camões, potatoes, and asparagus for Hannah, with a glass of cranberry wine myself.
Thanks Ridgid, and God bless America!
05 janeiro 2016
Taxas de juros desenvolvimentistas do PT
Que o governo cobra dos municípios (IGP-DI + 9%): 20%.
Que o governo cobra dos empresários bem relacionados (TJLP): 7%.
Que o governo cobra dos empresários muito amigos (PSI): 4%.
Que o governo paga para os bancos amigos (SELIC): 14%.
Que o governo paga pela poupança: 8%.
Que o governo paga para os trabalhadores (FGTS, TR + 3%): 5%.
Em 2016 alguns desses índices mudaram, mas não é fácil corrigir uma coisa assim tão mal construída. Não dá para explicar só por incompetência nem só por maldade nem só por roubalheira.
Que o governo cobra dos empresários bem relacionados (TJLP): 7%.
Que o governo cobra dos empresários muito amigos (PSI): 4%.
Que o governo paga para os bancos amigos (SELIC): 14%.
Que o governo paga pela poupança: 8%.
Que o governo paga para os trabalhadores (FGTS, TR + 3%): 5%.
Em 2016 alguns desses índices mudaram, mas não é fácil corrigir uma coisa assim tão mal construída. Não dá para explicar só por incompetência nem só por maldade nem só por roubalheira.
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