Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

02 outubro 2014

O problema financeiro da USP

Encontrei a solução para o problema financeiro da USP. A USP retorna ao equilíbrio financeiro se assumir os encargos da SPPREV, antigo IPESP, e recolher diretamente as contribuições dos professores.

Os professores e funcionários concursados recolhem 11% de seus salários para a SPPREV. Há mais uma contribuição que é custeada pelo estado ou pela universidade, mas a informação sobre o valor não está disponível facilmente, talvez em razão da censura promovida pelo TSE em época de eleições. Talvez seja até de mais 11%! É a universidade que paga as aposentadorias da USP, não a organização de previdência do estado, que custeia apenas a pensão de quem morre em serviço. Trata-se provavelmente de um dos seguros de vida mais caros do planeta.

Um benefício semelhante pode ser adquirido de uma seguradora privada pagando menos de 1/6 desses 11%. Fiz cálculos aproximados, usando como referência o seguro de vida que tenho através de minha organização profissional, o IEEE. Para a USP, oferecer esses benefícios seria certamente muito mais barato, porque a universidade não incorreria custos administrativos, de marketing, remuneração do acionista, ou riscos de seleção adversa. Um contador ou atuário poderia fazer os cálculos, mas de qualquer forma a quase totalidade dos 11% da folha salarial estariam disponíveis para a universidade, após descontados os gastos com as pensões. Isso é mais do que suficiente para cobrir os problemas de caixa, e ainda dar um aumento para os esforçados docentes.

Nesse blog e em outras ocasiões já apresentei soluções para diversos problemas que afligem nossa universidade. Porém em cada caso a aplicação da minha proposta dependia 1) do reconhecimento de que o problema apontado era o real; 2) da concordância sobre o acerto de meu diagnóstico; e 3) de um compromisso com grupos de interesse que estão acostumados ao status quo. A presente proposta não está sujeita a tais restrições. Todos concordam que a USP passa por grave problema financeiro; ninguém se beneficia da contribuição ao SPPREV, nem mesmo o próprio renomado instituto, que arrecada recursos de tal vulto sem contrapartida da prestação de serviços comensuráveis; e as cifras são de tal magnitude que qualquer correção nos números que apresentei não alteram qualitativamente a situação.

A resolução do problema de caixa pelo qual a USP passa permitirá à universidade voltar a se dedicar integralmente às missões das quais é incumbida pelo generoso e visionário cidadão paulista: a educação e a ciência no estado de S Paulo. Minha resposta está aqui. Há outras, já amplamente debatidas, mas todas com senões e de aplicação mais complexa. Podem me ouvir. Ou não. Mas se não o fizerem, me eximo da culpa por todo e qualquer problema que a situação financeira da universidade venha a causar.


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