Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

27 outubro 2014

Quem estava certo?

Na eleição estavam em discussão 2 visões do Brasil. Segundo o PT, o governo da Dilma está fazendo tudo certo. Segundo a oposição, as coisas não vão bem.

Não é um resultado de todo mau a vitória da situação. Se seu entendimento estiver correto, a oposição vai observar o continuado sucesso e terá que rever suas ideias. Senão, os erros na condução do governo ficarão claros ao longo dos próximos anos, dando uma oportunidade para o eleitor rever sua decisão.

Acredito na 2a hipótese, mas a certeza precisa esperar. A preocupação principal deve ser a defesa das instituições democráticas, que saem fortalecidas de mais um teste mas nunca se sabe.... o preço da liberdade é a eterna vigilância.

26 outubro 2014

Consórcio de gillette usada

Uma dica para o contribuinte sofredor que já está se preparando para mais 4 anos de impostos sem retorno: é fácil afiar barbeador numa calça jeans velha. Deslize pelo reles brim americano algumas vezes, na direção contrária do corte. As lâminas ficam alinhadas e o barbeador volta a cortar mais suavemente, como novo.

Para barbudos como eu a economia não é grande, mas sempre ajuda. Quem não guarda calça velha, não se programou bem para continuar gastando 40% de sua renda com impostos, deve estar ganhando mais do que merece mesmo.

Divulgação de pesquisa ilegal com metodologia discutível

Vou divulgar aqui os resultados de uma pesquisa flagrantemente ilegal, não registrada no TSE, que usou metodologia discutível, ouvindo as opiniões dos antigos presidentes e governantes do Brasil.

Votos para Dilma:  Dilma, Lula, Collor, Sarney, Geisel, Jango, Jânio, Getúlio, Dutra, Getúlio (votou 2 vezes), Nilo Peçanha, Deodoro, Pedro I.

Votos para Aécio: Fernando Henrique, Tancredo, Castelo Branco, Juscelino, Washington Luís, Epitácio Pessoa, Venceslau Brás, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Campos Sales, Prudente de Morais, Pedro II, Feijó, Nassau.

Indecisos: Itamar, Figueiredo, Café Filho.

Nulos: Médici, Costa e Silva, Arthur Bernardes, Marechal Hermes, Floriano.

13 votos para Dilma, 14 para Aécio, 3 em branco e 5 nulos. A margem de erro é uns 2 ou 3 que poderiam mudar de ideia se estivessem vivos (duvido). A possibilidade de fraude é 1 ou 2.

Não foram consultados interinos, membros de juntas, ou intermediários do poder colonial. A metodologia foi baseada na consulta à Wikipedia e não na consulta mediúnica.


Corrupção no Brasil aumentou?

Tem quem diga que durante o governo do PT a corrupção subiu a níveis antes inimagináveis. Há também quem sustente que nunca se investigou tanto, portanto a corrupção diminuiu muito.

Minha opinião é mais modesta. A roubalheira, depois de um arrefecimento durante o governo tucano, voltou aos padrões históricos, da época em que no governo tínhamos Delfim, Sarney, Maluf, Collor...... É a hipótese mais coerente com o fato de que todos eles apoiam o governo atual.

Como a imprensa é livre, e as polícias e tribunais mais profissionais, sabemos do que acontece com mais presteza. Isso explica a impressão de que nunca vimos tanta ladroeira. Adicionalmente, os corruptos do PT não contam com a simpatia automática dos corruptos tradicionais, e ficam mais expostos a delações e vazamentos. Azar deles, que poderiam ter se defendido pró-ativamente escolhendo o caminho da honestidade, caminho este que pelo menos um petista sabe encontrar. De fato nunca ficamos sabendo da corrupção com tanta certeza como sabemos agora.

18 outubro 2014

Desaprender as bobagens que ensinam nas escolas, demora 30 anos de muito estudo

Pergunta de época de eleição: Como é possível que o País funcione, considerando as opiniões sobre política? Porque funcionar, funciona; e não tão mal assim.

Acho que resolvi a charada: desaprender as bobagens que ensinam nas escolas, demora 30 anos de muito estudo.

Quem escreve nos çáites e comenta nas mídias em geral tem colegial e curso superior completos. Então realmente precisa dos 30 anos inteirinhos. Só que, quem tem mais de 2 quatorzenas de anos para ficar estudando? Entre os profissionais, médicos, advogados, engenheiros, cheios de obrigações, poucos. Certamente não os professores universitários - têm que ir em reunião, fazer greve, imprimir paper.... quando foi a última vez que você viu um professor estudando na biblioteca? Por isso prefiro viver numa sociedade governada por 6 mil nomes escolhidos à esmo do que pelos 6 mil professores da USP. Ah, e já que você vai me xingar de reacionário por causa dessa frase, se souber de onde vem, extremismo na defesa da liberdade não é vício. Pode xingar.

De alguma forma, só dizem besteira. E o povo, que não fez colégio nem faculdade, acaba votando acertado. Apesar de esforços em contrário por parte dos políticos bacharéis, ocupados demais para desaprenderem tudo que têm para desaprender.

Receio o que vai acontecer no País com a universalização dos estudos médio e superior. É bom ficar atento. O preço da liberdade é a eterna vigilância.

17 outubro 2014

Debate entre os candidatos

O debate foi bom. É importante saber como um futuro governante lida com a pressão e como convive com os inevitáveis erros, próprios e de seus aliados. A articulação das frases e a linguagem facial numa situação tensa ajudam a avaliar a preparação para governar.

Aécio se saiu bem. Dilma se perdeu. Repetia acusações depois de Aécio rebater, parecia estar jogando slogans para os partidários repetirem.

O desempenho da presidente foi o ponto negativo. Indica que os problemas - inevitáveis na política, e agravados por erros do PT - são maiores do que a capacidade que ela tem de corrigir, reprogramar, e contemporizar. A parte das acusações mútuas pode não ser agradável, pode até ter sido excessiva, mas a corrupção e o desrespeito à lei são temas importantes para o eleitor. Certamente mais importantes do que exposições acadêmicas de programas e ideologias de governo que nem no brasileiro com formação de bacharel eu identifico o conhecimento e inclinação para avaliar com correição.

Quem acha que o debate foi ruim está fazendo um raciocínio pseudo-sofisticado. Queriam que os debatedores fossem didáticos como um professor que explica a matéria que cai na prova. Vá conferir: é crítica de quem aprendeu a matéria do colégio, passou no vestibular, e acha que isso dá o direito de achar que sabe todas as respostas. Em inglês se diz que as críticas são "sophomoric".

(Assisti via internet, enquanto arrumava uns arquivos no computador, perdi uns pedaços quando o streaming da UOL falhou. Foi melhor que ficar parado no trânsito, que depois do debate estava mais ameno. É a vantagem de ser professor e funcionário do estado, não ter hora para ir nem para vir.)

14 outubro 2014

Em defesa da Dilma

Depois que perder a eleição o PT vai soltar os cachorros em cima da presidente, então é bom fazer uma defesa preventiva. Não foi um governo de todo ruim - o país continua numa situação razoável e sem grandes conflitos internos. Para começar, o executivo não criou sozinho os esquemas de corrupção que estão sendo revelados agora, como o da Petrobrás; e se não conseguiu bloquear a corrupção, como muitos deveriam mas também não conseguem, também não impediu as investigações.

O governo aplicou as políticas econômicas que acha recomendáveis, e que têm apoio de muitos economistas, industriais, e populares. É para isso que foi eleito. Minha opinião é que são incorretas. Faz parte da democracia discordar e votar contra.

Dilma invariavelmente defendeu as liberdades democráticas contra as pressões, majoritárias na esquerda, contrárias à liberdade de expressão e às eleições livres e diretas. Nisso segue o precedente do Lula em manter o PT, enquanto governo, como defensor da democracia. Em questões sociais não houve movimentação, pois em si elas não despertam maior atenção de qualquer partido. O interesse das esquerdas se encerra no aparelhamento dos assim-chamados movimentos sociais.

É nos assuntos internacionais que Dilma foi pior, provavelmente por falta de afinidade com o tema, dando espaço para o eixo Garcia-Amorim-Guimarães. Desviou da tradição brasileira de neutralidade, se afundando numa política neo-geiseliana de tiranofilia anti-americana ou ao menos tolerância com o obscurantismo racista. Mas mesmo aí não se pode dizer que tomou atitudes extremadas ou com consequências diplomaticamente irreversíveis. O mundo todo entende que o Brasil é um país bom, capaz de corrigir os erros de seus políticos. E de qualquer forma a população se interessa por política externa ainda menos que a presidente, então os deslizes não têm efeito eleitoral.

Dilma vai perder as eleições porque apareceu um candidato melhor, com propostas que o eleitor achou mais corretas. É o jogo democrático. Não merece a critica feroz, de caráter essencialmente liberticida, que virá dos antigos aliados quando resolverem procurar um culpado pela derrota deles.


12 outubro 2014

Aviso aos usuários de redes sociais

Para quem ainda não percebeu: a eleição acabou. O cidadão, em sua sabedoria, já decidiu o voto com base nos fatos que se lhe apresentaram. Aviso aos usuários de redes sociais: a hora da propaganda negativa, que de qualquer forma não foi muito eficaz nessa campanha, acabou.

Podem especular sobre as maravilhas do próximo governo, elogiar os pendores artísticos a serem desenvolvidos por futuros ex-políticos, voltar a botar foto de gato, ou então aproveitar essa excelente oportunidade para ficar de boca fechada. Posts falando mal de um ou outro candidato, e especialmente dando chute em cachorro morto, são despropositados, de mau gosto, e sujeitam o autor ao block e unfriend.

11 outubro 2014

Para entender: impostos federais

O governo federal arrecada 770 mil contos de réis por ano em impostos, dos quais 320 mil contos, uns 40%, no estado de S Paulo. No Rio de Janeiro o governo arrecada metade do que em S Paulo; em Brasília metade do que no Rio; em Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, e S Catarina cada um metade do que em Brasília, mais ou menos. Os outros 20 estados pagam os 10% que faltam.

Do total arrecadado a União transfere 300 mil contos para estados e municípios, e gasta o resto diretamente. Quase ⅔ das transferências são constitucionais, gastas na administração pública local. Saúde, educação, e bolsas são o outro ⅓, e há dezenas de programas que recebem menos de mil contos cada. Recebem mais em transferência do que pagam em impostos 17 estados. Pagam mais do que recebem em transferências Goiás, Amazonas, e Espírito Santo, além do nomeados acima. Menos de 10% dos impostos arrecadados em S Paulo voltam para o Estado na forma de transferências. Números do ano 2013.

Os 320 mil contos pagos por S Paulo superam o total de transferências para estados e municípios. O contribuinte de estados que arrecadam mais do que recebem tem certa razão em achar que os benefícios que recebe da União são pequenos em relação ao valor dos impostos pagos.

07 outubro 2014

Condução na USP

Hoje e ontem tentei pegar o circular da USP, no ponto próximo ao portão de pedestres da estação de trem, por volta das 8 horas. Foi impossível. O ônibus fica tão cheio que não dá para entrar. Os embarque dos poucos que conseguem encontrar lugar demora, atrasa o ônibus, e assim o problema piora. Acabei indo uma vez a pé e outra de carona com aluno.

A observação crucial é que os ônibus viajam vazios na maior parte do trajeto. O motivo é o desenho inadequado das linhas. Os erros são óbvios e já foram indicados nesse blog há mais de 2 anos.

Existem problemas na USP que são difíceis de resolver: exigem dinheiro, trabalho, mudança de atitudes, ou mudanças nas organizações. O problema de transporte não é um desses: basta corrigir os erros no trajeto. Um trajeto adequado economizaria dinheiro, porque os ônibus não andariam vazios na maior parte do trajeto. Se não for feito é por completa incompetência e indolência da prefeitura da cidade universitária e da Sptrans, que são responsáveis pelo transporte coletivo dentro do campus. E pela passividade e desinteresse das organizações de alunos, funcionários, e professores, que preferem gastar seu tempo em defesa de causas que não guardam qualquer relação com a qualidade de vida dentro do campus do que fazer algo que possa fugir do ritmo "quanto pior melhor".

05 outubro 2014

Poeminha depois do jejum

Que chegue a goiaba ao amanhecer.
Que suba o cheiro da goiaba madura ao entardecer.
E que sobre a casca da goiaba ao amanhecer.

Dia de eleição

A boa notícia é que 99% dos brasileiros vão votar em democratas para presidente. Os candidatos extremistas, de esquerda e de direita, que são contra o processo democrático e as liberdades individuais, vão ter menos de 2% dos votos!

Note que o eleitor se sai muito melhor nesse índice do que a elite: na USP, os partidos anti-democráticos teriam uma fração bem significativa dos votos. Temos 2 bons candidatos. Voto em Marina ou Aécio no 2o turno sem dúvidas. Foi excelente ter ambos, para levar o debate para o 2o turno.

A má notícia é que em MG, Pimentel vence com 61% dos votos válidos. PSDB vai perder assim em Minas? Confirma que o maior problema da política brasileira é a falta de renovação, especialmente dos tucanos. Em SP, ainda estamos com o vice do Covas. Precisamos de voto distrital!

Mais uma coisinha: os petistas nas redes parecem mais quietos. As revelações da delação premiada ou do discurso da Dilma pró-Daesh diminuíram o entusiasmo?

03 outubro 2014

A pindaíba da USP, mais uma vez

Quando uma organização se acha com falta de dinheiro, é necessário aumentar as receitas, reduzir as despesas, ou buscar economias nos gastos.

A USP, dependendo essencialmente da generosidade do sofrido mas não rancoroso contribuinte, não tem caminhos fáceis para ganhar mais. Excetuando a apoderação de uma fatia maior dos impostos, as sugestões para crescer a receita tendem a sugerir a mudança de ramo de atuação - do ensino para a consultoria, varejo, treinamento corporativo, ou outro negócio mais lucrativo. O próprio excesso de otimismo de tais propostas denota a praticidade limitada, ainda mais que a universidade é por hábito e por desígnio uma instituição essencialmente conservadora.

O corte de gastos, que consistem essencialmente em pagamento de pessoal, é difícil numa instituição que, para o bem ou para o mal, tem pouco mecanismo de demissão de funcionários, por justa ou injusta causa. A não ser que eu muito me engane, o programa de demissões voluntárias não vai atrair nem um em cada mil funcionários. Os gastos não salariais são pequenos, e já foram cortados radicalmente, com prejuízo para as atividades acadêmicas. Não há mais onde cortar.

Sobra a busca de eficiências e economias. O único grande gasto que não é salário ou benefício direto são as contribuições que os professores fazem obrigatoriamente ao SPPREV, que pagam pensão por morte de funcionário ativo. Esse gasto poderia ser cortado, de 11% dos salários, sem contar a contribuição oficial, para algum valor certamente menor que 1%. Foi o que escrevi no post anterior.

Preparei uma roda de samba só pra ela
Se ela não sambar
Isso é problema dela
Entreguei um palpite seguro só pra ela
Mas se ela não jogar
Isso é problema dela
Inventei na semana um domingo só pra ela
Se ela for trabalhar
Isso é problema dela

02 outubro 2014

O problema financeiro da USP

Encontrei a solução para o problema financeiro da USP. A USP retorna ao equilíbrio financeiro se assumir os encargos da SPPREV, antigo IPESP, e recolher diretamente as contribuições dos professores.

Os professores e funcionários concursados recolhem 11% de seus salários para a SPPREV. Há mais uma contribuição que é custeada pelo estado ou pela universidade, mas a informação sobre o valor não está disponível facilmente, talvez em razão da censura promovida pelo TSE em época de eleições. Talvez seja até de mais 11%! É a universidade que paga as aposentadorias da USP, não a organização de previdência do estado, que custeia apenas a pensão de quem morre em serviço. Trata-se provavelmente de um dos seguros de vida mais caros do planeta.

Um benefício semelhante pode ser adquirido de uma seguradora privada pagando menos de 1/6 desses 11%. Fiz cálculos aproximados, usando como referência o seguro de vida que tenho através de minha organização profissional, o IEEE. Para a USP, oferecer esses benefícios seria certamente muito mais barato, porque a universidade não incorreria custos administrativos, de marketing, remuneração do acionista, ou riscos de seleção adversa. Um contador ou atuário poderia fazer os cálculos, mas de qualquer forma a quase totalidade dos 11% da folha salarial estariam disponíveis para a universidade, após descontados os gastos com as pensões. Isso é mais do que suficiente para cobrir os problemas de caixa, e ainda dar um aumento para os esforçados docentes.

Nesse blog e em outras ocasiões já apresentei soluções para diversos problemas que afligem nossa universidade. Porém em cada caso a aplicação da minha proposta dependia 1) do reconhecimento de que o problema apontado era o real; 2) da concordância sobre o acerto de meu diagnóstico; e 3) de um compromisso com grupos de interesse que estão acostumados ao status quo. A presente proposta não está sujeita a tais restrições. Todos concordam que a USP passa por grave problema financeiro; ninguém se beneficia da contribuição ao SPPREV, nem mesmo o próprio renomado instituto, que arrecada recursos de tal vulto sem contrapartida da prestação de serviços comensuráveis; e as cifras são de tal magnitude que qualquer correção nos números que apresentei não alteram qualitativamente a situação.

A resolução do problema de caixa pelo qual a USP passa permitirá à universidade voltar a se dedicar integralmente às missões das quais é incumbida pelo generoso e visionário cidadão paulista: a educação e a ciência no estado de S Paulo. Minha resposta está aqui. Há outras, já amplamente debatidas, mas todas com senões e de aplicação mais complexa. Podem me ouvir. Ou não. Mas se não o fizerem, me eximo da culpa por todo e qualquer problema que a situação financeira da universidade venha a causar.


Política na capitania de S Paulo

Desde a guerra dos emboabas já se sabia que o candidato mineiro ia vencer na capitania de S Paulo. Já escrevi isso antes, repito agora. Apenas um candidato tem a capacidade de fazer um bom governo. Quem vai ganhar a eleição não sei, é decisão do eleitor.

Digo mais: o Fernando Haddad é o melhor prefeito de S Paulo desde Washington Luiz. Se Aécio for eleito e fizer um governo da mesma qualidade que o prefeito, vai se juntar ao seleto grupo dos grandes governantes brasileiros: Nassau, Pedro de Alcântara, e Juscelino Kubitschek. Talvez Fernando Henrique faça parte do grupo, mas ainda é cedo para dizer. A dúvida adicional, além do resultado das eleições, é o SE.

O maior perigo político está relacionado com a crise fiscal que se aproxima, causada pela inépcia administrativa e pelas consequências financeiras do dirigismo econômico dos últimos anos. O cenário de risco é a seguinte sequência de eventos: Aécio vence; bolha de empréstimos oficiais estoura; governo equaciona a questão com competência e sacrifício, usando uma combinação de aperto e frouxidão fiscais que pouca gente no mundo saberia manejar com consciência; situação leva a culpa pelo estouro provocado pela má gestão anterior; país inicia recuperação após 4 anos; salvador da pátria é eleito com a promessa de voltar às políticas anteriores à crise; economia começa a voltar aos eixos; salvador da pátria obtém poderes especiais, estabelece controle estatal da imprensa e das eleições, e eleições indiretas através de lista fechada ou outro dispositivo inconstitucional.

É um risco remoto mas real de argentinização. Outros cenários se encerram em corrupção e desperdício, são menos preocupantes.

Sei que só uma meia dúzia de 3 ou 4 entre os milhões de eleitores brasileiros concordam com a sequência de afirmações acima, mas é por excesso de foco em questões partidárias ou de curto prazo. Estou certo e quem discordar está errado.