Ano passado a reitoria disse que ia dar zero bola de aumento e não ia negociar nada. No final teve que dar tudo que os grevistas pediram e ainda saiu humilhada. Os grevistas nem se deram ao trabalho de fingir que compensavam as horas paradas. Em muitos casos a diferença entre trabalho e greve é pouca, nem deu para perceber se estavam repondo ou não. O importante é que receberam pelos meses da greve, porque afinal quem não recebe quando não trabalha é proletário explorado, funcionário público tem que ser tratado com mais respeito. É uma questão de justiça social.
Conforme todo mundo previa, o resultado é que esse ano a reitoria já começou oferencendo reajuste integral das perdas com a inflação em alta, e os grevistas já iniciaram a campanha pedindo uns trocentos por cento de aumento e ameaçando greve. Desde a Constituição de 1988 já se sabe que não vai ter greve esse ano porque não é eleitoral, e se não prejudica o governador partidariamente, a greve não beneficia ninguém. Quer dizer, é sempre mais uma oportunidade para não trabalhar, mas a diferença é pequena, não vale o esforço de contratar caminhão de som. Fundamental é que o funcionário da USP não pode se sujeitar ao teto salarial igual ao salário do governador. É outra questão de justiça social, salário de 30, 40, 60 mil-réis por mês. Cortar isso é violar as conquistas dos trabalhadores mais humildes.
Antes que se esqueça, as demissões voluntárias deram com burros n'água. Foi um custo inicial grande com indenizações, que queimou metade do resto das reservas financeiras da universidade mas não diminuiu as despesas correntes, como a metade da torcida do Corinthians que lê esse blog já sabia. O mais provável é que saíram uns poucos que conseguem ganhar mais em empresas privadas, aqueles que estavam tocando o serviço, e outros que anteciparam a aposentadoria, resultando num custo maior para o Estado mas fora do orçamento da USP. Quem souber os detalhes não me conte.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário