Marcos Pontes é um engenheiro de boa formação, dizem colegas do ITA, e uma celebridade por ter voado de Soyuz. Não sei se vocês acompanham ou conhecem administradores de ciência, nos EUA especialmente. São pessoas com realizações notáveis e credibilidade alta no meio científico.
No Brasil as posições de liderança nas universidades são burocráticas, por causa das regrinhas, e políticas, por causa das votações, então a ascendência científica conta menos. Temos menos gente com tais qualidades - a maioria ligada à Fapesp. Mas existem, e são preferíveis aos políticos que em geral são alçados aos ministérios.
O astronauta não tem realizações científicas conhecidas nem capacidade demonstrada de gerir a ciência. É uma celebridade, ponto final. Ou, se quiser, a ideia que um leigo completo faz do que seja um cientista.
02 novembro 2018
30 outubro 2018
Leis retroativas anticonstitucionais
Ontem Trump ameaçou rasgar a Constituição americana para tirar cidadania de pessoas de quem ele não gosta. O cada vez mais indispensável David Frum brincou que o próximo passo seria passar uma decisão administrativa permitindo a concessão de títulos de nobreza e a expedição de leis retroativas.
Não é que o finíssimo Alexandre Frota, grande autoridade moral do futuro governo Bolsonaro, do alto de seus elevados valores religiosos, promete exatamente passar leis retroativas, em violação às garantias individuais, com a intenção de destruir a Constituição e a República?
Isso ao lado dos ataques virulentos do chefe dele à Lügenpresse. Quem tinha curiosidade para saber como os vizinhos se comportariam na Alemanha em 1933 logo vai ficar sabendo.
Não é que o finíssimo Alexandre Frota, grande autoridade moral do futuro governo Bolsonaro, do alto de seus elevados valores religiosos, promete exatamente passar leis retroativas, em violação às garantias individuais, com a intenção de destruir a Constituição e a República?
Isso ao lado dos ataques virulentos do chefe dele à Lügenpresse. Quem tinha curiosidade para saber como os vizinhos se comportariam na Alemanha em 1933 logo vai ficar sabendo.
20 outubro 2018
Os 2 mais fortes argumentos para votar no Haddad
Acabei de ler os 2 mais fortes argumentos para votar no Haddad, feitos por um anti-petista convicto.
1 - "Não acho que o Bolsonaro seja responsável pela violência de certos grupos que supostamente o seguem. Acho que essas pessoas já estavam num estado de violência latente e o Bolsonaro apenas deu as condições de manifestação dessa violência."
Isso em resposta ao relato da mãe de uma jovem que foi ameaçada de violência aos gritos de "Bolsonaro!" quando saía do metrô.
O Bolsonaro deu condições para que pessoas violentas manifestem sua violência. Vai oferecer condições para que elas a pratiquem. O argumento é definitivo. O mais forte que tinha visto para tapar o nariz e votar contra o Bolsonaro. É imprescindível fazer tudo que estiver a nosso alcance para impedir que o País vire o império da violência.
2 - "Se o Haddad for eleito, os apoiadores do Bolsonaro vão causar uma violência generalizada e organizada".
Em seguida, um argumento até mais forte. O 1o argumento é que se o Bolsonaro for presidente, vai haver violência local e específica contra mulheres, negros e gays, que em princípio poderia ser contida pelas polícias estaduais. O 2o argumento é que se o Bolsonaro perder, a violência dos simpatizantes será generalizada contra a nação inteira, que o Estado não conseguirá conter.
A argumentação a favor do voto no Bolsonaro é chantagem. Com todos os defeitos do PT, é preferível a votar sob ameaça de violência.
1 - "Não acho que o Bolsonaro seja responsável pela violência de certos grupos que supostamente o seguem. Acho que essas pessoas já estavam num estado de violência latente e o Bolsonaro apenas deu as condições de manifestação dessa violência."
Isso em resposta ao relato da mãe de uma jovem que foi ameaçada de violência aos gritos de "Bolsonaro!" quando saía do metrô.
O Bolsonaro deu condições para que pessoas violentas manifestem sua violência. Vai oferecer condições para que elas a pratiquem. O argumento é definitivo. O mais forte que tinha visto para tapar o nariz e votar contra o Bolsonaro. É imprescindível fazer tudo que estiver a nosso alcance para impedir que o País vire o império da violência.
2 - "Se o Haddad for eleito, os apoiadores do Bolsonaro vão causar uma violência generalizada e organizada".
Em seguida, um argumento até mais forte. O 1o argumento é que se o Bolsonaro for presidente, vai haver violência local e específica contra mulheres, negros e gays, que em princípio poderia ser contida pelas polícias estaduais. O 2o argumento é que se o Bolsonaro perder, a violência dos simpatizantes será generalizada contra a nação inteira, que o Estado não conseguirá conter.
A argumentação a favor do voto no Bolsonaro é chantagem. Com todos os defeitos do PT, é preferível a votar sob ameaça de violência.
24 setembro 2018
Todas as pessoas de bem apavoradas com a eleição no Brasil
Então vou anotar minha previsão racionalmente otimista. O País está dividido entre PT e anti-petistas, por obra conjunta de ambos os lados. O eleitor simpático ao PT vai abandonar futuros e ex-petistas e migrar para o candidato do PT, do Lula. Em breve o Haddad fica em 1o lugar nas pesquisas.
Quem não quer que o PT volte ao governo só tem uma alternativa racional, que é votar no Geraldo. O candidato da extrema direita perde do PT no 2o turno. A candidata ex-petista não vai arrebatar os votos dos anti-petistas. O coronel ex-tucano com programa à esquerda do PT também não. Os palhaços vários continuam com migalhas nas pesquisas e nas urnas. Repito: Bolsonaro perde do PT, nem Marina nem Ciro atraem os anti-petistas. Alckmin é a única opção à volta do PT à presidência. Meu palpite é que o 2o turno vai ser entre PSDB e PT, como sempre. O PSDB ganha, mas tende a fazer um governo menos bom do que seria de esperar (espero estar errado nisso).
Se o 2o turno não for assim, é porque o TSE encurtou demais a campanha, por motivos inescrutáveis, usando seus poderes excessivos. Daí fica entre Haddad e Bolsonaro. O Haddad leva, e faz um governo melhor que o esperado, deixando a esquerda tão furiosa como ficou no 1o lulato. Em S Paulo, o Dória ganha, apesar de ser meio malandro e politiqueiro, porque a malandragem dele já é conhecida do eleitor. Os demais estados estão falidos e não têm muito peso na União.
Repito: há motivo para ser racionalmente otimista. Votem portanto em bons candidatos e partidos para o legislativo.
Quem não quer que o PT volte ao governo só tem uma alternativa racional, que é votar no Geraldo. O candidato da extrema direita perde do PT no 2o turno. A candidata ex-petista não vai arrebatar os votos dos anti-petistas. O coronel ex-tucano com programa à esquerda do PT também não. Os palhaços vários continuam com migalhas nas pesquisas e nas urnas. Repito: Bolsonaro perde do PT, nem Marina nem Ciro atraem os anti-petistas. Alckmin é a única opção à volta do PT à presidência. Meu palpite é que o 2o turno vai ser entre PSDB e PT, como sempre. O PSDB ganha, mas tende a fazer um governo menos bom do que seria de esperar (espero estar errado nisso).
Se o 2o turno não for assim, é porque o TSE encurtou demais a campanha, por motivos inescrutáveis, usando seus poderes excessivos. Daí fica entre Haddad e Bolsonaro. O Haddad leva, e faz um governo melhor que o esperado, deixando a esquerda tão furiosa como ficou no 1o lulato. Em S Paulo, o Dória ganha, apesar de ser meio malandro e politiqueiro, porque a malandragem dele já é conhecida do eleitor. Os demais estados estão falidos e não têm muito peso na União.
Repito: há motivo para ser racionalmente otimista. Votem portanto em bons candidatos e partidos para o legislativo.
07 setembro 2018
George Wallace
Para quem gosta de fazer paralelos entre política americana e brasileira.
George Wallace era um segregacionista asqueroso que se candidatou 4 vezes a presidente dos Estados Unidos. Sua melhor chance foi interrompida por uma tentativa de assassinato, por um maluco buscando fama, que o deixou paralisado. No final da vida se arrependeu de seus preconceitos, repudiou o racismo, e pediu perdão aos negros por seus atos e erros. Às vezes descrito como populista, foi durante sua longa carreira um político razoavelmente eficaz bem sucedido.
Não há paralelos perfeitos, esse é único ilustrativo. Leiam na Wikipédia se quiserem saber mais.
George Wallace era um segregacionista asqueroso que se candidatou 4 vezes a presidente dos Estados Unidos. Sua melhor chance foi interrompida por uma tentativa de assassinato, por um maluco buscando fama, que o deixou paralisado. No final da vida se arrependeu de seus preconceitos, repudiou o racismo, e pediu perdão aos negros por seus atos e erros. Às vezes descrito como populista, foi durante sua longa carreira um político razoavelmente eficaz bem sucedido.
Não há paralelos perfeitos, esse é único ilustrativo. Leiam na Wikipédia se quiserem saber mais.
20 agosto 2018
Declaração de voto
Como é meu hábito, escrevo aqui meus votos em novembro, começando com os mais fáceis. Por enquanto o texto é rascunho.
Representante estadual em Massachusetts: Rebecca Stone. De todos meus votos, a pessoa mais preparada para o cargo a que está se candidatando. Se mesmo assim não ganhar a primária, qualquer poste democrata.
Senado estadual de Massachusetts: Cindy Creem. Sem dúvida para reeleição.
Representante federal em Massachusetts: Joe Kennedy III. Jovem promissor, o melhor do clã. Não tem concorrente. Mesmo se houvesse, eu não votava nem em mim contra ele - está fazendo ótimo trabalho.
Senadora por Massachusetts: Elizabeth Warren. Não tem comparação com qualquer possível oposição.
Governador de Massachusetts: Jay Gonzalez. O atual governador é uma anta.
Senado por S Paulo: Mara Gabrilli, PSDB. Deputada atuante e correta. Não dá para imaginar motivo para votar em qualquer outro candidato.
Câmara de deputados por S Paulo: Gilberto Natalini, PV. Íntegro, acessível, trabalhando muito bem na Câmara de vereadores.
Presidente da República: Geraldo Alckmin. Nosso chefe na USP, não fez nada de errado conosco nem atrapalhou nosso trabalho, apesar do tremendo buraco em que meteram o País. Ao contrário das universidades federais e de outros estados, estamos recebendo salário e recursos normalmente, embora com inevitável aperto. A criminalidade no estado caiu 80% desde que Geraldo entrou no governo. Alguma coisa ele está fazendo certo. Marina tem seus méritos, seria uma opção, mas a experiência do Geraldo dá mais segurança. Para quem é de esquerda, o candidato correto seria o Haddad. Eu teria dificuldade em não votar no meu amigo, apesar de tudo que o PT fez. Mas o candidato a presidente não é ele, o que me libera para votar no Geraldo.
Governo do Estado: Aí é difícil. Todos os candidatos são profundamente falhos. Apesar de só ter feito política e mais absolutamente nada, palpito que o Doria vai ser eleito, por conta do governo razoável - excelente se comparado com a norma no País - que o PSDB tem feito em S Paulo. Se houver 2o turno talvez vote nele mesmo, mas no 1o acho que faço voto de protesto.
Deputada estadual: Sei lá. Na hora escolho alguma candidata do PV. A Assembleia estadual é um lixo, e por conta do voto proporcional, quem vota num partido grande puxa da rabeira algum desconhecido que entra sem compromisso com o eleitor, só com os caciques do partido. Melhor votar em partido pequeno.
2a vaga no Senado por S Paulo: Difícil acreditar que são 2 vagas, tais as nulidades que concorrem, exceto a deputada. Sei lá, Mário Covas, só por causa do nome?
Representante estadual em Massachusetts: Rebecca Stone. De todos meus votos, a pessoa mais preparada para o cargo a que está se candidatando. Se mesmo assim não ganhar a primária, qualquer poste democrata.
Senado estadual de Massachusetts: Cindy Creem. Sem dúvida para reeleição.
Representante federal em Massachusetts: Joe Kennedy III. Jovem promissor, o melhor do clã. Não tem concorrente. Mesmo se houvesse, eu não votava nem em mim contra ele - está fazendo ótimo trabalho.
Senadora por Massachusetts: Elizabeth Warren. Não tem comparação com qualquer possível oposição.
Governador de Massachusetts: Jay Gonzalez. O atual governador é uma anta.
Senado por S Paulo: Mara Gabrilli, PSDB. Deputada atuante e correta. Não dá para imaginar motivo para votar em qualquer outro candidato.
Câmara de deputados por S Paulo: Gilberto Natalini, PV. Íntegro, acessível, trabalhando muito bem na Câmara de vereadores.
Presidente da República: Geraldo Alckmin. Nosso chefe na USP, não fez nada de errado conosco nem atrapalhou nosso trabalho, apesar do tremendo buraco em que meteram o País. Ao contrário das universidades federais e de outros estados, estamos recebendo salário e recursos normalmente, embora com inevitável aperto. A criminalidade no estado caiu 80% desde que Geraldo entrou no governo. Alguma coisa ele está fazendo certo. Marina tem seus méritos, seria uma opção, mas a experiência do Geraldo dá mais segurança. Para quem é de esquerda, o candidato correto seria o Haddad. Eu teria dificuldade em não votar no meu amigo, apesar de tudo que o PT fez. Mas o candidato a presidente não é ele, o que me libera para votar no Geraldo.
Governo do Estado: Aí é difícil. Todos os candidatos são profundamente falhos. Apesar de só ter feito política e mais absolutamente nada, palpito que o Doria vai ser eleito, por conta do governo razoável - excelente se comparado com a norma no País - que o PSDB tem feito em S Paulo. Se houver 2o turno talvez vote nele mesmo, mas no 1o acho que faço voto de protesto.
Deputada estadual: Sei lá. Na hora escolho alguma candidata do PV. A Assembleia estadual é um lixo, e por conta do voto proporcional, quem vota num partido grande puxa da rabeira algum desconhecido que entra sem compromisso com o eleitor, só com os caciques do partido. Melhor votar em partido pequeno.
2a vaga no Senado por S Paulo: Difícil acreditar que são 2 vagas, tais as nulidades que concorrem, exceto a deputada. Sei lá, Mário Covas, só por causa do nome?
11 agosto 2018
Estratégia do PT para eleições
A estratégia do PT para as eleições parece ser: ficar fora dos debates para não ser atacado pelos resultados dos 13 anos de governo; usar o nome do Lula para não precisar vender o de um candidato menos conhecido; confiar na fragmentação, esperando que um número pequeno de votos seja suficiente para chegar ao 2o turno; e chegando lá torcer para que o adversário seja tão maligno e perigoso para o País que até os eleitores descontentes com a administração do PT prefiram, por patriotismo, votar no candidato solto do partido.
Talvez seja o caminho com maiores chances de sucesso, dado o buraco em que o Partido enfiou o País. Mas é difícil imaginar uma estratégia mais salafrária.
Talvez seja o caminho com maiores chances de sucesso, dado o buraco em que o Partido enfiou o País. Mas é difícil imaginar uma estratégia mais salafrária.
09 julho 2018
Pinimba no grupo dos ex-alunos
(Frases soltas. Não é para ninguém ler.)
Não acredito que sou eu que estou tendo que defender a USP de ataques de gente que nunca leu nada nem parou para pensar sobre o assunto e sai atacando a ética de todos os professores e funcionários sem o menor pudor. Logo eu, que já denunciei todo mundo publicamente no meu blog!
Mas o #fato é que essa thread está cheia de comentários mal informados e depreciativos sem base nenhuma na realidade. E feitos por colegas! Triste.
80%, 90%, não sei. 95% é muito, só se justifica numa emergência, gastando as reservas para evitar erros irrecuperáveis.
A USP tem um problema de funcionários pouco qualificados ou desmotivados. Professores também, mas menos. Uma parte do problema é que os benefícios de aposentadoria são desproporcionais aos salários - é um contrato, uma forma de pagamento, mas não muito eficaz em motivar.
O maior problema é o corporativismo, a visão estreita, burocrática, que impede a universidade de retornar mais à sociedade com os recursos que tem. Se fosse mais dinâmica, entendesse melhor seu próprio métier, o $ necessário entrava com facilidade. Essas questões aqui discutidas seriam de menor relevância.
Em tempo: o caminho para a universidade melhorar sua contribuição NÃO passa por essas sugestões toscas, pouco informadas, achísticas, ou ideológicas com as quais briguei aqui. Essas críticas generalizadas e caluniosas são parte dos obstáculosl.
Sim, 96% é muito. Uns 90% era o alvo. Faz sentido gastar mais quando há queda de arrecadação - a universidade tem atividades de longo prazo que não se recuperam com facilidade se forem cortadas.
Felizmente a USP acumulou reservas durante anos bons e conseguiu mais ou menos se manter por um período de baixa. Infelizmente na administração Rodas boa parte das reservas foi comprometida por antecipação, então quando chegou a crise nacional elas não estavam mais completamente disponíveis. Houve planejamento - infelizmente também houve uma falha logo num mal momento.
A grosso modo a universidade aguentou bem a crise, ao contrário de muitas empresas privadas. Não teve que demitir em massa, o que na universidade teria consequência a longo prazo, porque reconstruir é muito mais lento.
Meus pontos são 1) a universidade tem problemas, e tem dificuldades em reconhecer e consertar os erros; 2) os críticos externos em geral são ideológicos, superficiais, mal informados, e movidos pela arrogância e ignorância; e 3) no total geral se a universidade estaria muito pior se ouvisse algumas das críticas do pessoal que está comentando aqui.
Talvez seus professores não fossem os mais conectados. Talvez eles tivessem muito alunos presentes. Talvez você não tenha deixado muita saudade - já tive alunos assim.
Certamente não dá para esperar que os professores corram atrás do antigos alunos individualmente. Para aqueles que voltam para conversar, a maioria das portas está aberta.
Administrativamente a universidade deixa muito a desejar no contato com os ex-alunos. Não há $ designado para isso - posso garantir que não é fácil e exige trabalho. Mas mesmo com recursos poucos daria para tentar fazer mais. É uma falha da universidade.
Organizações como a AEP e os Amigos da Poli fazem uma boa parte do serviço. Sugeriria se informar e contribuir, a não ser para quem não tem nada a contribuir e prefere passar a vida reclamando que o governo não faz as coisas que eles mesmos poderiam fazer se tivessem caráter e competência para tal.
Uma organização de serviços DEVE gastar a maior fração possível de seu orçamento em pessoal.
Imagine ir a um médico e descobrir que metade da consulta é para pagar - não médicos e enfermeiros - mas artigos não diretamente relacionados com os cuidados de saúde?
Mesma coisa na universidade. Onde deviam ir os recursos? Móveis? Carros? Lembrancinhas? Quase tudo tem mesmo que ser gasto com pessoal.
Ataque pessoal. Agora levou a conversa para o nível que você queria.
Você poderia até ser a favor da tal privatização. Só "achar" que é mal ou bem administrada, sem se dar ao trabalho de uma olhadinha na informação disponível, não reflete bem na qualidade da sua opinião.
Quem tem sucesso na carreira profissional saberia reconhecer que os Amigos da Poli é uma organização séria, eficaz, com excelente propostas. E também teria disponibilidade para fazer uma contribuição, mesmo que pequena.
Quem não teve nenhum sucesso do qual se orgulhar pode continuar caluniando a USP inteira sem se informar, já que não tem reputação a perder.
Fale a respeito das organizações das quais você participa.
Na USP há erros, até desvios. A grande maioria dos professores faz muito mais pela sociedade do que recebe de volta.
Já escrevi muito, publicamente, sobre erros específicos no emprego da coisa pública.
Generalizar a respeito de todo o $ é certamente falso e provavelmente uma calúnia feita sem conhecimento de causa.
Sim, não sou capaz de afirmar que estão completamente abertas e acessíveis.
Leia o que está público antes de acusar os outros de falta de ética.
Veja minha resposta à (...) nesta thread e faça o dever de casa antes de acusar.
As contas da USP são razoavelmente abertas. Consulte os relatórios anuais, estão cheios de informação, antes de acusar.
A USP presta diversos serviços à sociedade além de dar aulas de graduação. Sua conta de dividir o orçamento pelo número de alunos de graduação não tem qq significado.
Uma organização de serviços DEVE gastar a maior fração possível de sua receita com salários, que são os serviços prestados. O resto, acima do minimamente necessário - luz, manutenção predial - é quase desperdício.
Quem tiver competência para ler essa thread vai poder se informar a respeito do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, que recebe doações com o objetivo de apoiar a Escola.
Não acredito que sou eu que estou tendo que defender a USP de ataques de gente que nunca leu nada nem parou para pensar sobre o assunto e sai atacando a ética de todos os professores e funcionários sem o menor pudor. Logo eu, que já denunciei todo mundo publicamente no meu blog!
Mas o #fato é que essa thread está cheia de comentários mal informados e depreciativos sem base nenhuma na realidade. E feitos por colegas! Triste.
80%, 90%, não sei. 95% é muito, só se justifica numa emergência, gastando as reservas para evitar erros irrecuperáveis.
A USP tem um problema de funcionários pouco qualificados ou desmotivados. Professores também, mas menos. Uma parte do problema é que os benefícios de aposentadoria são desproporcionais aos salários - é um contrato, uma forma de pagamento, mas não muito eficaz em motivar.
O maior problema é o corporativismo, a visão estreita, burocrática, que impede a universidade de retornar mais à sociedade com os recursos que tem. Se fosse mais dinâmica, entendesse melhor seu próprio métier, o $ necessário entrava com facilidade. Essas questões aqui discutidas seriam de menor relevância.
Em tempo: o caminho para a universidade melhorar sua contribuição NÃO passa por essas sugestões toscas, pouco informadas, achísticas, ou ideológicas com as quais briguei aqui. Essas críticas generalizadas e caluniosas são parte dos obstáculosl.
Sim, 96% é muito. Uns 90% era o alvo. Faz sentido gastar mais quando há queda de arrecadação - a universidade tem atividades de longo prazo que não se recuperam com facilidade se forem cortadas.
Felizmente a USP acumulou reservas durante anos bons e conseguiu mais ou menos se manter por um período de baixa. Infelizmente na administração Rodas boa parte das reservas foi comprometida por antecipação, então quando chegou a crise nacional elas não estavam mais completamente disponíveis. Houve planejamento - infelizmente também houve uma falha logo num mal momento.
A grosso modo a universidade aguentou bem a crise, ao contrário de muitas empresas privadas. Não teve que demitir em massa, o que na universidade teria consequência a longo prazo, porque reconstruir é muito mais lento.
Meus pontos são 1) a universidade tem problemas, e tem dificuldades em reconhecer e consertar os erros; 2) os críticos externos em geral são ideológicos, superficiais, mal informados, e movidos pela arrogância e ignorância; e 3) no total geral se a universidade estaria muito pior se ouvisse algumas das críticas do pessoal que está comentando aqui.
Talvez seus professores não fossem os mais conectados. Talvez eles tivessem muito alunos presentes. Talvez você não tenha deixado muita saudade - já tive alunos assim.
Certamente não dá para esperar que os professores corram atrás do antigos alunos individualmente. Para aqueles que voltam para conversar, a maioria das portas está aberta.
Administrativamente a universidade deixa muito a desejar no contato com os ex-alunos. Não há $ designado para isso - posso garantir que não é fácil e exige trabalho. Mas mesmo com recursos poucos daria para tentar fazer mais. É uma falha da universidade.
Organizações como a AEP e os Amigos da Poli fazem uma boa parte do serviço. Sugeriria se informar e contribuir, a não ser para quem não tem nada a contribuir e prefere passar a vida reclamando que o governo não faz as coisas que eles mesmos poderiam fazer se tivessem caráter e competência para tal.
Uma organização de serviços DEVE gastar a maior fração possível de seu orçamento em pessoal.
Imagine ir a um médico e descobrir que metade da consulta é para pagar - não médicos e enfermeiros - mas artigos não diretamente relacionados com os cuidados de saúde?
Mesma coisa na universidade. Onde deviam ir os recursos? Móveis? Carros? Lembrancinhas? Quase tudo tem mesmo que ser gasto com pessoal.
Ataque pessoal. Agora levou a conversa para o nível que você queria.
Você poderia até ser a favor da tal privatização. Só "achar" que é mal ou bem administrada, sem se dar ao trabalho de uma olhadinha na informação disponível, não reflete bem na qualidade da sua opinião.
Quem tem sucesso na carreira profissional saberia reconhecer que os Amigos da Poli é uma organização séria, eficaz, com excelente propostas. E também teria disponibilidade para fazer uma contribuição, mesmo que pequena.
Quem não teve nenhum sucesso do qual se orgulhar pode continuar caluniando a USP inteira sem se informar, já que não tem reputação a perder.
Fale a respeito das organizações das quais você participa.
Na USP há erros, até desvios. A grande maioria dos professores faz muito mais pela sociedade do que recebe de volta.
Já escrevi muito, publicamente, sobre erros específicos no emprego da coisa pública.
Generalizar a respeito de todo o $ é certamente falso e provavelmente uma calúnia feita sem conhecimento de causa.
Sim, não sou capaz de afirmar que estão completamente abertas e acessíveis.
Leia o que está público antes de acusar os outros de falta de ética.
Veja minha resposta à (...) nesta thread e faça o dever de casa antes de acusar.
As contas da USP são razoavelmente abertas. Consulte os relatórios anuais, estão cheios de informação, antes de acusar.
A USP presta diversos serviços à sociedade além de dar aulas de graduação. Sua conta de dividir o orçamento pelo número de alunos de graduação não tem qq significado.
Uma organização de serviços DEVE gastar a maior fração possível de sua receita com salários, que são os serviços prestados. O resto, acima do minimamente necessário - luz, manutenção predial - é quase desperdício.
Quem tiver competência para ler essa thread vai poder se informar a respeito do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, que recebe doações com o objetivo de apoiar a Escola.
02 julho 2018
Proposta de acabar com o curso de engenharia de computação da Poli
É isso mesmo que vocês leram. O PCS, departamento que dá o curso de engenharia de computação, aprovou uma proposta de acabar com o curso. Ficaria apenas o curso cooperativo, trimestral, com número reduzido de vagas.
O motivo é o seguinte: a nova estrutura curricular da elétrica ficou inviável, excessivamente pesada para alunos e professores. Alguns de nós bem avisamos que a tentativa dos departamentos de ocuparem o máximo espaço nas grades horárias ia dar errado, mas fomos voto vencido. Só não esperávamos que quem ia desistir antes de todos é justamente um dos departamentos que mais se empenhou em fazer a estrutura do modo como ficou.
Pena é que a solução seria simples: seguir as diretrizes gerais da Estrutura Curricular EC3 da Poli, 7 matérias por semestre sendo 1 eletiva livre. É a proposta dos CEE e dos atuais alunos engajados em debater currículos. Em vez de reconhecer o erro e consertar, o Departamento de Engenharia de Computação votou por acabar com o curso.
Imagino que alguns de vocês possam ter uma opinião semelhante à minha: desmontar um curso construído ao longo de décadas é um ato de depredação do patrimônio público. Postei alguma coisa no Facebook dos ex-alunos da Poli, aguardando moderação, encorajo vocês a darem suas opiniões. Agradeço o interesse!
O motivo é o seguinte: a nova estrutura curricular da elétrica ficou inviável, excessivamente pesada para alunos e professores. Alguns de nós bem avisamos que a tentativa dos departamentos de ocuparem o máximo espaço nas grades horárias ia dar errado, mas fomos voto vencido. Só não esperávamos que quem ia desistir antes de todos é justamente um dos departamentos que mais se empenhou em fazer a estrutura do modo como ficou.
Pena é que a solução seria simples: seguir as diretrizes gerais da Estrutura Curricular EC3 da Poli, 7 matérias por semestre sendo 1 eletiva livre. É a proposta dos CEE e dos atuais alunos engajados em debater currículos. Em vez de reconhecer o erro e consertar, o Departamento de Engenharia de Computação votou por acabar com o curso.
Imagino que alguns de vocês possam ter uma opinião semelhante à minha: desmontar um curso construído ao longo de décadas é um ato de depredação do patrimônio público. Postei alguma coisa no Facebook dos ex-alunos da Poli, aguardando moderação, encorajo vocês a darem suas opiniões. Agradeço o interesse!
27 maio 2018
Ferrovias no Brasil
O locaute dos transportadores e a greve anunciada dos petroleiros tem dado ocasião para muitas repetições do mito da destruição das ferrovias no Brasil. Chegam até a dizer que o Brasil teria sido o 2o maior país do mundo em transporte de passageiros! Não encontro base para essa afirmação, parece fantasiosa.
Minha impressão é que esse #mito da destruição das ferrovias no Brasil tem fundo ideológico anti-Juscelinista, ou anti-imperialista: é #mito mesmo. O tamanho da rede ferroviária no Brasil é próximo ao pico anterior à estatização. O transporte ferroviário de passageiros de longa distância realmente desapareceu. O transporte ferroviário no Brasil era restrito e capenga. Poderia talvez ter recebido mais investimentos, mas não é que foi destruído - nunca chegou a cobrir o país da forma necessária. Para se convencer das dificuldades que o transporte ferroviário encontrou, pense na Madeira-Mamoré, ou melhor ainda, leia sobre a estrada de ferro para Teófilo Otoni no excelente "Estradas da vida - Terra e trabalho nas fronteiras agrícolas do Jequitinhonha e Mucuri, Minas Gerais", de Eduardo Magalhães Ribeiro.
Na época do Getúlio as ferrovias foram sendo avacalhadas através de desinvestimentos e nacionalizações. Em parte por motivos ideológicos: as ferrovias estavam ligadas ao capital estrangeiro e à economia paulista. Em 1957 quando foi criada a Rede Ferroviária Federal o sistema estava mais do que falido. Nos anos 1960 os trens de passageiros já não eram mais do que uma curiosidade.
Pode-se argumentar que a opção pelo transporte rodoviário foi excessiva, os subsídios desnecessários. O Samuel Pessôa mostra como o subsídio dilmista aos caminhões criou uma bolha - agora sobra caminhão, as fábricas estão ociosas, e os caminhoneiros não conseguem aumentar o frete quando os custos aumentam. O governo petista só fez imitar as políticas perniciosas da ditadura militar.
Meus avós e bisavós andavam de trem pelo Brasil afora fazendo seus negócios. Eram poucas e insuficientes linhas - de S Paulo para o Rio ou para o Oeste paulista. O bisavô Dranger ia e vinha do Sul por navio. Meus tios usavam trem ocasionalmente, dependendo do destino. O #fato é que o transporte ferroviário era insuficiente e que nos anos 1950 as rodovias eram uma opção mais eficaz para cobrir o País. Quem sair andando pela região de Diamantina vai compreender a razão pela qual JK queria estimular o transporte rodoviário: sem estrada não tinha como chegar em lugar nenhum, não tinha como vender a produção nem comprar mercadorias. Nathaniel Leff tem a explicação de que as dificuldades de transporte atrasaram a industrialização do Brasil a partir do século 19.
O movimento de substituição de ferrovias por rodovias foi mundial. Uma herança visível das ferrovias desativadas são os caminhos que hoje estão sendo transformados em ciclovias. Entre países grandes só na China as ferrovias cresceram em tempos recentes. Já a ideia de que as ferrovias foram destruídas no Brasil, e só no Brasil - essa é uma jabuticaba.
Minha impressão é que esse #mito da destruição das ferrovias no Brasil tem fundo ideológico anti-Juscelinista, ou anti-imperialista: é #mito mesmo. O tamanho da rede ferroviária no Brasil é próximo ao pico anterior à estatização. O transporte ferroviário de passageiros de longa distância realmente desapareceu. O transporte ferroviário no Brasil era restrito e capenga. Poderia talvez ter recebido mais investimentos, mas não é que foi destruído - nunca chegou a cobrir o país da forma necessária. Para se convencer das dificuldades que o transporte ferroviário encontrou, pense na Madeira-Mamoré, ou melhor ainda, leia sobre a estrada de ferro para Teófilo Otoni no excelente "Estradas da vida - Terra e trabalho nas fronteiras agrícolas do Jequitinhonha e Mucuri, Minas Gerais", de Eduardo Magalhães Ribeiro.
Na época do Getúlio as ferrovias foram sendo avacalhadas através de desinvestimentos e nacionalizações. Em parte por motivos ideológicos: as ferrovias estavam ligadas ao capital estrangeiro e à economia paulista. Em 1957 quando foi criada a Rede Ferroviária Federal o sistema estava mais do que falido. Nos anos 1960 os trens de passageiros já não eram mais do que uma curiosidade.
Pode-se argumentar que a opção pelo transporte rodoviário foi excessiva, os subsídios desnecessários. O Samuel Pessôa mostra como o subsídio dilmista aos caminhões criou uma bolha - agora sobra caminhão, as fábricas estão ociosas, e os caminhoneiros não conseguem aumentar o frete quando os custos aumentam. O governo petista só fez imitar as políticas perniciosas da ditadura militar.
Meus avós e bisavós andavam de trem pelo Brasil afora fazendo seus negócios. Eram poucas e insuficientes linhas - de S Paulo para o Rio ou para o Oeste paulista. O bisavô Dranger ia e vinha do Sul por navio. Meus tios usavam trem ocasionalmente, dependendo do destino. O #fato é que o transporte ferroviário era insuficiente e que nos anos 1950 as rodovias eram uma opção mais eficaz para cobrir o País. Quem sair andando pela região de Diamantina vai compreender a razão pela qual JK queria estimular o transporte rodoviário: sem estrada não tinha como chegar em lugar nenhum, não tinha como vender a produção nem comprar mercadorias. Nathaniel Leff tem a explicação de que as dificuldades de transporte atrasaram a industrialização do Brasil a partir do século 19.
O movimento de substituição de ferrovias por rodovias foi mundial. Uma herança visível das ferrovias desativadas são os caminhos que hoje estão sendo transformados em ciclovias. Entre países grandes só na China as ferrovias cresceram em tempos recentes. Já a ideia de que as ferrovias foram destruídas no Brasil, e só no Brasil - essa é uma jabuticaba.
26 maio 2018
Mercado de óleo e gás
Um #fato confunde os analistas na questão dos combustíveis. Os preços no varejo se comportam como se as empresas fossem monopolistas, apesar da Petrobrás não ter monopólio da distribuição e comercialização ("downstream"), decerto por causa da formação de cartéis.
Por outro lado a Petrobrás se comporta de modo concorrencial na extração e refino de petróleo, apesar de não ter concorrência real - a empresa promove uma "concorrência virtual" consigo mesma, decerto para evitar o surgimento de concorrentes de verdade.
Aprendi isso com os alunos Artur Freitas de Mendonça e Nicolas Suzigan de Almeida, que fizeram trabalho de formatura "Análise da Estrutura e Competitividade do Mercado de ´Pleo e Gás" no LAC em 2014.
Por outro lado a Petrobrás se comporta de modo concorrencial na extração e refino de petróleo, apesar de não ter concorrência real - a empresa promove uma "concorrência virtual" consigo mesma, decerto para evitar o surgimento de concorrentes de verdade.
Aprendi isso com os alunos Artur Freitas de Mendonça e Nicolas Suzigan de Almeida, que fizeram trabalho de formatura "Análise da Estrutura e Competitividade do Mercado de ´Pleo e Gás" no LAC em 2014.
03 março 2018
Goodbye, old spruce
The old spruce may have been here for 80 years, but its N England roots were shallow. We barely knew it, and now it's gone.
16 fevereiro 2018
Propostas para representação de professores associados no C Universitário
Recebi 4 emails com propostas para representação de Professores Associados no Conselho Universitário da USP. Rápida avaliação segue.
Bruno Caramelli: mensagem inteira sobre a administração do Hospital Universitário. Não é a única questão, nem de longe a mais importante para a universidade. Descartada.
Adrián Pablo Fanjul: palavras de ordem e slogans ideológicos. Sem conteúdo. Descartada.
Marcílio Alves: candidato mostra experiência e afinidade com os trabalhos administrativos. Proposta com redação deficiente - além de erros de pontuação e capitalização, está redigida no estilo Powerpoint, burocrático e pouco informativo. A considerar.
Ana Estela Haddad. Mensagem escrita em português claro e direto, apresentando o compromisso de ouvir e representar os professores, sem promessas mirabolantes. Terá meu voto.
Bruno Caramelli: mensagem inteira sobre a administração do Hospital Universitário. Não é a única questão, nem de longe a mais importante para a universidade. Descartada.
Adrián Pablo Fanjul: palavras de ordem e slogans ideológicos. Sem conteúdo. Descartada.
Marcílio Alves: candidato mostra experiência e afinidade com os trabalhos administrativos. Proposta com redação deficiente - além de erros de pontuação e capitalização, está redigida no estilo Powerpoint, burocrático e pouco informativo. A considerar.
Ana Estela Haddad. Mensagem escrita em português claro e direto, apresentando o compromisso de ouvir e representar os professores, sem promessas mirabolantes. Terá meu voto.
02 fevereiro 2018
Derivative-free optimization
I uploaded the preprint "The Barycenter Method for Direct Optimization" onto arXiv. One thing I didn't mention is Bayesian optimization, a form of direct optimization which tries to learn about the shape of the function being optimized using statistical priors.
No mentioned is "Grad student descent", a term I have just learned, which seems to be due to @ryan_p_adams, although the method itself is as ancient as walking forwards. It may be better than my own barycenter method if grad student time is cheap enough.
Back to being serious, I am pretty sure that barycenter is better than Bayesian optimization, however hard working and poorly paid the grad students may be. The main difference from my point of view is that Bayesian optimization is trying to learn something about the complete function in the process of finding the minimum. That is bound to be more expensive and slow, plus it's sort of scary for a controls person - if you're using your candidate optimal to make decisions in real time, you want to be really careful exploring alternatives for the sake of knowledge.
The Bayesian optimization literature has ways to deal with such issues, but still - my guess is that in many applications the barycenter method is leaner, and more transparent from the point of view of implementing and understanding what goes one. Would welcome some testing - the necessary extensive simulations are something I don't have the grad student power to do.
No mentioned is "Grad student descent", a term I have just learned, which seems to be due to @ryan_p_adams, although the method itself is as ancient as walking forwards. It may be better than my own barycenter method if grad student time is cheap enough.
Back to being serious, I am pretty sure that barycenter is better than Bayesian optimization, however hard working and poorly paid the grad students may be. The main difference from my point of view is that Bayesian optimization is trying to learn something about the complete function in the process of finding the minimum. That is bound to be more expensive and slow, plus it's sort of scary for a controls person - if you're using your candidate optimal to make decisions in real time, you want to be really careful exploring alternatives for the sake of knowledge.
The Bayesian optimization literature has ways to deal with such issues, but still - my guess is that in many applications the barycenter method is leaner, and more transparent from the point of view of implementing and understanding what goes one. Would welcome some testing - the necessary extensive simulations are something I don't have the grad student power to do.
26 janeiro 2018
Colegas da #USP - CUIDADO COM FISHING!
Acabei de receber email abaixo - cuidado! Não clique, os links são fraudulentos!
O problema é que o email engana bem - a linguagem, incluindo os gongorismos e erros gramaticais, são exatamente o tipo de coisa que costumamos receber da burocra da USP. Os criadores de malware estão de parabéns - mas não vire vítima!
Prezado(a) Uspiano(a)
A criação do Gabinete Paralelo da USP representa uma ferramenta a mais, para que a gestão reitoral da Universidade, a se iniciar no próximo dia 29 de janeiro, possa ser efetiva, ética e transparente. Divulgar o artigo (clique aqui para ler), cujo teor é autoexplicativo, representa serviço de utilidade pública para os uspianos. Solicita-se sua leitura, bem como sua atenção para a página fb.com/uspgabineteparalelo e o e-mail usp.gabineteparalelo@gmail.com, por meio do qual poderá ser: (i) feita inscrição para continuar a receber informações do Gabinete Paralelo; bem como (ii) transmitido, mesmo anonimamente, comportamentos e abusos éticos e jurídicos de autoridades da USP.
Afinal, é útil disseminar: (i) uma vez mais, o e-mail usp.poderdisciplinar@gmail.com, meio eficiente para receber informações sobre irregularidades e abusos no âmbito do exercício do poder disciplinar da USP (https://www.conjur.com.br/2017-out-12/olhar-economico-regime-disciplinar-usp-assunto-interesse-todos); e (ii) o artigo “A Universidade de São Paulo, os políticos e os salvadores da pátria”, Revista Eletrônica Conjur, 28 de dezembro de 2017 (https://www.conjur.com.br/2017-dez-28/olhar-economico-universidade-sao-paulo-politicos-salvadores-patria).
Atenciosamente,
Gabinete Paralelo da USP
http://fb.com/uspgabineteparalelo
Conversa com colegas sobre artigo bolivarianístico
Conversa no Facebook com colegas da Poli sobre o artigo de Mark Weisbrot no NYTimes. Escrevi 4 posts, colo aqui sem reproduzir os textos dos interlocutores, agora chega - voltou à otimização sem derivadas.
1 - O autor do artigo de opinião não é confiável. É só consultar artigos anteriores para verificar que ele erra (o que é normal, nenhum problema nisso), nunca reconhece erros, e continua dando opiniões semelhantes como se os erros anteriores nunca tivessem servido para aprender nada.
O NYTimes errou em dar espaço para uma voz não confiável. Um caso semelhante nos EUA foi a NPR entrevistar Stephen Moore recentemente, outra mercador de opiniões que nunca reconhece erros crassos após ser desmentido pelos fatos.
Talvez haja algo correto no artigo, mas minha recomendação é não analisar. Citando Millôr: "O perigo de uma meia verdade é você dizer exatamente a metade que é mentira".
2 - No caso do Weisbrot, até dá para especular que o think tank dele receba contratos bolivarianos. Mas é pura especulação: também é possível que o viés seja individual e idiossincrático.
A imprensa séria de maneira geral não recebe jabaculê. Existem veículos completamente aparelhados, partidários e não confiáveis, cujo número e influência cresceu bastante desde mais ou menos os anos 1990. Os mais fortes e viesados são de direita e extrema-direita, mas há para outros gostos.
3 - A imprensa estrangeira é fraca sobre o Brasil porque 1) O Brasil é meio periférico então de fato eles não investem muito e 2) Nós sabemos muito sobre o Brasil então qq reportagem de fora parece curta e superficial. De modo geral q imprensa de um país X parece pouco informada quando ao país Y para os conhecedores desse último - há exceções. Comentaristas sobre assuntos internacionais que tem uma noção do que falam são raros nos jornais brasileiros - existem mas são raros.
Na época em que eu conheci correspondentes do WSJ no Brasil eles eram muito bons. Acho que os que conheci foram todos demitidos, seja por excesso de competência, seja por não afinarem ideologicamente, seja por falta de $ do Journal mesmo....
4 - Me parece que você não compreendeu o conceito de "hearsay". O que não é admitido em tribunais anglo são afirmações do tipo "ouvi fulano dizer que sicrano teria ditou ou feito X". A razão para a não admissibilidade é que tais afirmações não foram feitas no tribunal; o autor teria que ser ouvido pela justiça.
É diferente do testemunho: "eu assinei, eu vi, eu recebi". Testemunho naturalmente é uma das provas mais fortes, a menos que a idoneidade do autor seja contestada - mentir em juízo é crime em si.
Não tenho certeza sobre a admissibilidade do "hearsay" na justiça brasileira; acho que não é 100% clara. Testemunho tem forte valor legal, claro, apesar da preferência da justiça brasileira por documentos escritos.
1 - O autor do artigo de opinião não é confiável. É só consultar artigos anteriores para verificar que ele erra (o que é normal, nenhum problema nisso), nunca reconhece erros, e continua dando opiniões semelhantes como se os erros anteriores nunca tivessem servido para aprender nada.
O NYTimes errou em dar espaço para uma voz não confiável. Um caso semelhante nos EUA foi a NPR entrevistar Stephen Moore recentemente, outra mercador de opiniões que nunca reconhece erros crassos após ser desmentido pelos fatos.
Talvez haja algo correto no artigo, mas minha recomendação é não analisar. Citando Millôr: "O perigo de uma meia verdade é você dizer exatamente a metade que é mentira".
2 - No caso do Weisbrot, até dá para especular que o think tank dele receba contratos bolivarianos. Mas é pura especulação: também é possível que o viés seja individual e idiossincrático.
A imprensa séria de maneira geral não recebe jabaculê. Existem veículos completamente aparelhados, partidários e não confiáveis, cujo número e influência cresceu bastante desde mais ou menos os anos 1990. Os mais fortes e viesados são de direita e extrema-direita, mas há para outros gostos.
3 - A imprensa estrangeira é fraca sobre o Brasil porque 1) O Brasil é meio periférico então de fato eles não investem muito e 2) Nós sabemos muito sobre o Brasil então qq reportagem de fora parece curta e superficial. De modo geral q imprensa de um país X parece pouco informada quando ao país Y para os conhecedores desse último - há exceções. Comentaristas sobre assuntos internacionais que tem uma noção do que falam são raros nos jornais brasileiros - existem mas são raros.
Na época em que eu conheci correspondentes do WSJ no Brasil eles eram muito bons. Acho que os que conheci foram todos demitidos, seja por excesso de competência, seja por não afinarem ideologicamente, seja por falta de $ do Journal mesmo....
4 - Me parece que você não compreendeu o conceito de "hearsay". O que não é admitido em tribunais anglo são afirmações do tipo "ouvi fulano dizer que sicrano teria ditou ou feito X". A razão para a não admissibilidade é que tais afirmações não foram feitas no tribunal; o autor teria que ser ouvido pela justiça.
É diferente do testemunho: "eu assinei, eu vi, eu recebi". Testemunho naturalmente é uma das provas mais fortes, a menos que a idoneidade do autor seja contestada - mentir em juízo é crime em si.
Não tenho certeza sobre a admissibilidade do "hearsay" na justiça brasileira; acho que não é 100% clara. Testemunho tem forte valor legal, claro, apesar da preferência da justiça brasileira por documentos escritos.
22 janeiro 2018
Ópera dos 3 bilhões de vinténs
D. Inácio do Oiapoque ao Chuí - A Ópera dos 3 bilhões de vinténs.
Um distante principado na América do Sul, no século IXI (é "ichi" mesmo, não 9, nem 10, nem 11).
Dona Marisa van de Silva, corajosa nobre neerlandesa, contralto.
Barão A. de B., riquíssimo potentado local, barítono.
Acadêmica Oiapoque, a filósofa-geral da República da Lodoméria, soprano.
Senhor Inácio, um plebeu, baixíssimo.
Juó Bananere, ajudante-de-ordens, tenor falsete.
Mercador O. de Brecha, o próprio Barão A. de B. disfarçado.
General O. de Brecha, comandante supremo da cavalaria, irmão do Barão A. de B, não canta, nem dança.
Infante Inacinho, filho de D. Marisa e D. Inácio, mudo.
7 militantes mascarados; coro dos sindicalistas; viúvas dos sindicalistas vivos; estudantes de dialética; soldados; beleguins; guarda bolivariana.
(Dom Ferdinando, o primeiro cidadão, nunca aparece.)
Ato 1,
Cena 1: Um palácio nas Laranjeiras.
7 militantes mascarados, liderados por D. Marisa, invadem a residência do Barão A. de B. Distribuindo livros doutrinários e cantando canções de protesto, conseguem persuadir os vigias a facilitarem a entrada na sala do tesouro, e saem com o cofre do Barão, que sem perceber nada, canta no chuveiro a ária "Rouba mas faz". No pátio do palácio, D. Marisa e os mascarados distribuem $ do cofre aos sindicalistas. Dança dos ducados de ouro. Enquanto os militantes fogem, o Barão sobe à sacada, enrolado numa toalha, e finge jurar vingança.
Cena 2: Um calabouço nas Geraes.
D. Marisa lamenta a traição de um dos seus companheiros e promete vingança. Jura que nunca se casará com um ignorante em dialética materialista. Recebe a visita da Acadêmica Oiapoque, que discorre sobre a Teoria da Relatividade dos Crimes. Ária "Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão".
Cena 3: O Pátio de uma Montadora na Borda do Campo.
Seu Inácio se lamenta dos sucessos políticos e amorosos do príncipe Ferdinando. Juó Bananere, um sindicalista, entra no escritório e traz a notícia da prisão de D. Marisa. Seu Inácio se compadece de D. Marisa e concebe um plano para resgatá-la. Juó Bananere é incumbido das tratativas. Brinde de 51. Ária "Si, Barone Costaverde".
Ato 2,
Cena 1: O Pátio de uma Montadora na Borda do Campo.
Seu Inácio beija as viúvas do sindicato, que contribuem suas joias para o resgate. O mercador O. de Brecha, que ninguém mais é do que o Barão A. de B. disfarçado, entra no escritório e se dispõe a ajudar. Seu Inácio se retira cantando "Nunca saberei de nada". O ajudante-de-ordens Juó Bananere e o mercador cantam o dueto "Lá meteremo as mano", em dialeto. O mercador leva o dinheiro para o General nas Laranjeiras, enquanto Seu Inácio se dirige às Geraes com os sindicalistas e os estudantes. D Marisa é libertada, sob aclamação geral ao herói da hora, Seu Inácio. D. Marisa se lembra da jura feita no cárcere.
Cena 2: A Sala Magna da Congregação da Faculdade da Margem Esquerda do Rio dos Jerivás, também conhecida como palácio de D. Ferdinando.
Seu Inácio tem aulas de dialética com a Acadêmica Oiapoque. No intervalo das aulas, ele lamenta a cultura de D. Ferdinando, seu rival. Os estudantes jogam truco. Coro "Ai Tatu! Tatuzinho! Me abre a garrafa, me dá um pouquinho". Nas Geraes, D. Marisa estuda ciência política. Chega a notícia de que D. Ferdinando foi enviado em uma missão francesa.
Cena 3: O Pátio de uma Montadora na Borda do Campo.
Os sindicalistas liderados por Seu Inácio e os soldados liderados pelo General O. de Brecha formam 2 filas para depositarem seus votos numa só urna. Quando a urna fica cheia, é jogada na água. Seu Inácio e o General (movendo os lábios sem cantar) se juntam no dueto "Quem for contra a democracia, eu prendo e arrebento", enquanto D. Marisa chega em silêncio. O Mercador se revela como Barão A. de B., irmão do General que inexplicavelmente tem o nome de família de seu pseudônimo, e declara apoiar Seu Inácio. O General remove a farda e veste o pijama. Coro "Quero que vocês me esqueçam nesse inverno".
Ato 3,
Cena 1: A Sala Magna da Congregação da Faculdade da Margem Esquerda do Rio dos Jerivás, também conhecida como palácio de D. Ferdinando.
O agora D. Inácio se prepara para a coroação. A Acadêmica Oiapoque canta a famosa ária "Quando ele fala, o mundo se ilumina". Os estudantes de dialética jogam uma mão de truco e tiram o casal maior. Juó Bananere oferece o brinde "Chateaux Domaine de la Grande Romanée-Conti Açu" ao casal maior. D. Marisa e D. Inácio são coroados rainha e rei.
Cena 2: Um palácio nas Laranjeiras.
Beleguins leem uma vasta lista de calúnias contra D. Inácio. O sindicalistas se movimentam contra o neo-liberalismo. D. Inácio acusa D. Ferdinando. O Infante Inacinho se exila, sob a proteção do Leão de Damasco, velho amigo da Acadêmica Oiapoque. D. Inácio se recolhe a Ibiúna e reflete sobre o poder enquanto bebe uma aguardente de poire. Juó Bananere bebe um caldo de cana. D Marisa das Pontes governa sozinha.
Cena 3: Uma escola de samba, que é o próprio calabouço nas Geraes, com o resto dos cenários misturados.
Continua a leitura das calúnias pelos beleguins, agora liderados por Juó Bananere. D. Marisa se recolhe à Ilha Porchat. O Baile da Ilha Porchat. D. Inácio percorre o país em um ônibus, enguiçado no pátio da montadora. D. Ferdinando, ausente, ministra aulas na Sorbonne. Os sindicalistas e os soldados formam filas para encher uma nova urna. O Infante Inacinho retorna de Damasco com a guarda bolivariana, composta por soldados, sindicalistas, estudantes, viúvas, e beleguins. Juó Bananere e a Guarda põem os beleguins remanescentes para correr e aclamam Inacinho imperador. É carnaval.
Um distante principado na América do Sul, no século IXI (é "ichi" mesmo, não 9, nem 10, nem 11).
Dona Marisa van de Silva, corajosa nobre neerlandesa, contralto.
Barão A. de B., riquíssimo potentado local, barítono.
Acadêmica Oiapoque, a filósofa-geral da República da Lodoméria, soprano.
Senhor Inácio, um plebeu, baixíssimo.
Juó Bananere, ajudante-de-ordens, tenor falsete.
Mercador O. de Brecha, o próprio Barão A. de B. disfarçado.
General O. de Brecha, comandante supremo da cavalaria, irmão do Barão A. de B, não canta, nem dança.
Infante Inacinho, filho de D. Marisa e D. Inácio, mudo.
7 militantes mascarados; coro dos sindicalistas; viúvas dos sindicalistas vivos; estudantes de dialética; soldados; beleguins; guarda bolivariana.
(Dom Ferdinando, o primeiro cidadão, nunca aparece.)
Ato 1,
Cena 1: Um palácio nas Laranjeiras.
7 militantes mascarados, liderados por D. Marisa, invadem a residência do Barão A. de B. Distribuindo livros doutrinários e cantando canções de protesto, conseguem persuadir os vigias a facilitarem a entrada na sala do tesouro, e saem com o cofre do Barão, que sem perceber nada, canta no chuveiro a ária "Rouba mas faz". No pátio do palácio, D. Marisa e os mascarados distribuem $ do cofre aos sindicalistas. Dança dos ducados de ouro. Enquanto os militantes fogem, o Barão sobe à sacada, enrolado numa toalha, e finge jurar vingança.
Cena 2: Um calabouço nas Geraes.
D. Marisa lamenta a traição de um dos seus companheiros e promete vingança. Jura que nunca se casará com um ignorante em dialética materialista. Recebe a visita da Acadêmica Oiapoque, que discorre sobre a Teoria da Relatividade dos Crimes. Ária "Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão".
Cena 3: O Pátio de uma Montadora na Borda do Campo.
Seu Inácio se lamenta dos sucessos políticos e amorosos do príncipe Ferdinando. Juó Bananere, um sindicalista, entra no escritório e traz a notícia da prisão de D. Marisa. Seu Inácio se compadece de D. Marisa e concebe um plano para resgatá-la. Juó Bananere é incumbido das tratativas. Brinde de 51. Ária "Si, Barone Costaverde".
Ato 2,
Cena 1: O Pátio de uma Montadora na Borda do Campo.
Seu Inácio beija as viúvas do sindicato, que contribuem suas joias para o resgate. O mercador O. de Brecha, que ninguém mais é do que o Barão A. de B. disfarçado, entra no escritório e se dispõe a ajudar. Seu Inácio se retira cantando "Nunca saberei de nada". O ajudante-de-ordens Juó Bananere e o mercador cantam o dueto "Lá meteremo as mano", em dialeto. O mercador leva o dinheiro para o General nas Laranjeiras, enquanto Seu Inácio se dirige às Geraes com os sindicalistas e os estudantes. D Marisa é libertada, sob aclamação geral ao herói da hora, Seu Inácio. D. Marisa se lembra da jura feita no cárcere.
Cena 2: A Sala Magna da Congregação da Faculdade da Margem Esquerda do Rio dos Jerivás, também conhecida como palácio de D. Ferdinando.
Seu Inácio tem aulas de dialética com a Acadêmica Oiapoque. No intervalo das aulas, ele lamenta a cultura de D. Ferdinando, seu rival. Os estudantes jogam truco. Coro "Ai Tatu! Tatuzinho! Me abre a garrafa, me dá um pouquinho". Nas Geraes, D. Marisa estuda ciência política. Chega a notícia de que D. Ferdinando foi enviado em uma missão francesa.
Cena 3: O Pátio de uma Montadora na Borda do Campo.
Os sindicalistas liderados por Seu Inácio e os soldados liderados pelo General O. de Brecha formam 2 filas para depositarem seus votos numa só urna. Quando a urna fica cheia, é jogada na água. Seu Inácio e o General (movendo os lábios sem cantar) se juntam no dueto "Quem for contra a democracia, eu prendo e arrebento", enquanto D. Marisa chega em silêncio. O Mercador se revela como Barão A. de B., irmão do General que inexplicavelmente tem o nome de família de seu pseudônimo, e declara apoiar Seu Inácio. O General remove a farda e veste o pijama. Coro "Quero que vocês me esqueçam nesse inverno".
Ato 3,
Cena 1: A Sala Magna da Congregação da Faculdade da Margem Esquerda do Rio dos Jerivás, também conhecida como palácio de D. Ferdinando.
O agora D. Inácio se prepara para a coroação. A Acadêmica Oiapoque canta a famosa ária "Quando ele fala, o mundo se ilumina". Os estudantes de dialética jogam uma mão de truco e tiram o casal maior. Juó Bananere oferece o brinde "Chateaux Domaine de la Grande Romanée-Conti Açu" ao casal maior. D. Marisa e D. Inácio são coroados rainha e rei.
Cena 2: Um palácio nas Laranjeiras.
Beleguins leem uma vasta lista de calúnias contra D. Inácio. O sindicalistas se movimentam contra o neo-liberalismo. D. Inácio acusa D. Ferdinando. O Infante Inacinho se exila, sob a proteção do Leão de Damasco, velho amigo da Acadêmica Oiapoque. D. Inácio se recolhe a Ibiúna e reflete sobre o poder enquanto bebe uma aguardente de poire. Juó Bananere bebe um caldo de cana. D Marisa das Pontes governa sozinha.
Cena 3: Uma escola de samba, que é o próprio calabouço nas Geraes, com o resto dos cenários misturados.
Continua a leitura das calúnias pelos beleguins, agora liderados por Juó Bananere. D. Marisa se recolhe à Ilha Porchat. O Baile da Ilha Porchat. D. Inácio percorre o país em um ônibus, enguiçado no pátio da montadora. D. Ferdinando, ausente, ministra aulas na Sorbonne. Os sindicalistas e os soldados formam filas para encher uma nova urna. O Infante Inacinho retorna de Damasco com a guarda bolivariana, composta por soldados, sindicalistas, estudantes, viúvas, e beleguins. Juó Bananere e a Guarda põem os beleguins remanescentes para correr e aclamam Inacinho imperador. É carnaval.
Saving some links
"Crowdfunded" journalism, Kremlin-style, goes full Protocols.
http://www.unz.com/article/its-time-to-drop-the-jew-taboo/?utm_content=buffer22594&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer
http://russia-insider.com/en/its-time-drop-jew-taboo/ri22186
Palestinian activists boycott women's march - not Jew-free. http://www.latimes.com/local/lanow/la-me-ln-palestinian-protest-20180120-story.html
@ggreenwald on the warpath against Bollywood. RT @mehdirhasan: Bollywood disgraces itself. Yet again. https://t.co/znNwGALNPb
Palestinian activists boycott women's march - not Jew-free. http://www.latimes.com/local/lanow/la-me-ln-palestinian-protest-20180120-story.html
@ggreenwald on the warpath against Bollywood. RT @mehdirhasan: Bollywood disgraces itself. Yet again. https://t.co/znNwGALNPb
12 janeiro 2018
Vai haver greve na USP em 2018?
Através de análise bayesiana dos acontecidos durante a último quarto de século, podemos afirmar com confiança maior que 95% que haverá greve na Filosofia da USP durante todo o mês de junho desse ano. É o que diz o histórico. O último ano de copa e eleição nacional sem greve longa foi 1998 - o da greve nacional dos petroleiros, que fracassou. Nos anos olímpicos, de eleição local, as greves são algo menos confiáveis. Note que a Copa que vai desbancar o Brasil do pódio da corrupção ludopédica vai de meados de junho a meados de julho.
Esse post é fornecido como serviço público, para professores e estudantes de unidades que seguem a liderança paredista da maior universidade do Brasil. A comunidade politécnica e de outras escolas tradicionais pode ignorar as greves ao fazer sua agenda.
Segue o histórico das greves na USP durante os 5 lustros recentes.
Greve USP 2016: 12 maio - 19 julho, 67 dias.
Greve USP 2014: 27 maio - 19 setembro, 119 dias.
Greve USP 2012: estudantil, extemporânea, durante as férias de verão 2011-2012.
Greve USP 2010: 5 maio - 31 junho, 57 dias.
Greve USP 2009: 5 maio - 31 junho, 57 dias.
Greve USP 2007: (estudantil, extemporânea) 3 maio - 22 junho, 51 dias.
Greve USP 2006: 8 junho - 3 julho, 23 dias.
Greve USP 2004: 27 maio - 27 julho, 2 meses.
Greve USP 2002: 29 abril - 15 agosto, 106 dias.
Greve USP 2000: abril - junho, 54 dias.
Greve USP 1998: junho, muito curta.
Greve USP 1996: 3 junho - 17 junho, 2 semanas.
Greve USP 1994: 10 maio em diante, mais de 1 mês, 37 dias.
Mais info.
(Correção: a versão anterior desse post omitiu referência à greve de 2009, importante por ter sido uma das poucas greves em ano ímpar e por ter sido pretexto para a aplicação de censura pela reitoria.)
Antes de 1994 os dados escasseiam - os jornais não estavam na internet, e o Boletim Adusp número 1 é de julho de 1994. A pesquisa exigiria mais tempo, os dados abaixo são parciais.
Greve USP 1988: 58 dias. A grande greve. Entre 1987 e 1988 havia greve toda hora.
Esse post é fornecido como serviço público, para professores e estudantes de unidades que seguem a liderança paredista da maior universidade do Brasil. A comunidade politécnica e de outras escolas tradicionais pode ignorar as greves ao fazer sua agenda.
Segue o histórico das greves na USP durante os 5 lustros recentes.
Greve USP 2016: 12 maio - 19 julho, 67 dias.
Greve USP 2014: 27 maio - 19 setembro, 119 dias.
Greve USP 2012: estudantil, extemporânea, durante as férias de verão 2011-2012.
Greve USP 2010: 5 maio - 31 junho, 57 dias.
Greve USP 2009: 5 maio - 31 junho, 57 dias.
Greve USP 2007: (estudantil, extemporânea) 3 maio - 22 junho, 51 dias.
Greve USP 2006: 8 junho - 3 julho, 23 dias.
Greve USP 2004: 27 maio - 27 julho, 2 meses.
Greve USP 2002: 29 abril - 15 agosto, 106 dias.
Greve USP 2000: abril - junho, 54 dias.
Greve USP 1998: junho, muito curta.
Greve USP 1996: 3 junho - 17 junho, 2 semanas.
Greve USP 1994: 10 maio em diante, mais de 1 mês, 37 dias.
Mais info.
(Correção: a versão anterior desse post omitiu referência à greve de 2009, importante por ter sido uma das poucas greves em ano ímpar e por ter sido pretexto para a aplicação de censura pela reitoria.)
Antes de 1994 os dados escasseiam - os jornais não estavam na internet, e o Boletim Adusp número 1 é de julho de 1994. A pesquisa exigiria mais tempo, os dados abaixo são parciais.
Greve USP 1988: 58 dias. A grande greve. Entre 1987 e 1988 havia greve toda hora.
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