Chapa 1 – Vahan Agopyan (Escola Politécnica) – reitor / Antonio Carlos Hernandes (Instituto de Física de São Carlos) – vice-reitor: Texto genérico e escorregadio. Situacionista de uma sequência de administrações calamitosas. Se distancia da administração anterior, da qual o candidato a reitor fez parte, junto com o atual reitor.
São coautores do plano de recrudescimento burocrático da atual administração e da repressão aos projetos de engenharia executados por professores.
Chapa 2 – Maria Arminda do Nascimento Arruda (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) – reitora / Paulo Borba Casella (Faculdade de Direito) – vice-reitor: Escondido entre trechos de linguagem barroca, tem conteúdo, ora progressista, ora reacionário. Uma leitura extremamente cuidadosa talvez pudesse identificar quais trechos são de cada tipo. Talvez.
Como mérito, consta que a candidata a reitora tenha batido o candidato polpotista a diretor de sua faculdade com a promessa de se manter no cargo até o fim do mandato, sem concorrer a reitorias ou prós ou vices. É a candidata dos sindicatos que na tal eleição a chamaram de farsante, elitista, e a acusaram de conduzir a polícia para desmantela a universidade a mando do reitor. Isso tudo parece ter relação com confrontos entre partidos políticos da esquerda totalitária e genocida com a esquerda meramente autoritária e corrupta.
Chapa 3 – Ildo Luís Sauer (Instituto de Energia e Ambiente) – reitor / Tércio Ambrizzi (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) – vice-reitor: às habituais generalidades e citações de diplomas legais, seguem dúzias de prioridades. Estabelecer uma cultura, incentivar, estimular, estudar a criação, apoiar, fomentar, orientar, buscar, melhorar, ampliar, aperfeiçoar, propor, garantir, discutir, valorizar, criar comitê. Tá.
Pontos positivos fora do programa: dizem que o candidato a reitor foi demitido pela Dilma porque se opôs à infame compra da refinaria Pasadena; mais importante, ele almoça no restaurante chinês como todo mundo. A maioria dos reitores e reitoráveis raramente é visto em pessoa.
Chapa 4 – Ricardo Ribeiro Terra (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) – reitor / Albérico Borges Ferreira da Silva (Instituto de Química de São Carlos) – vice-reitor: Kantiano. Foge às falsas dicotomias (o vulgar Fla-Flu). Inicia com as perguntas fundamentais. Identifica corretamente os problemas fundamentais: o corporativismo e a burocra. Texto conciso e adequado.
O programa da Kantiana Chapa 4 é de longe o melhor. Merece nota A. Nota C para o texto da Chapa 1: objetivos não estão claramente identificados, e transparece duplicidade na formulação do programa. Os programas das Chapas 2 e 3 são excessivamente longos. O da Chapa 3 apresenta um número excessivo de propostas prioritárias imprecisamente identificadas, cuja execução e verificação são difíceis. O da Chapa 2 tem excesso de gongorismos pouco objetivos, sugerindo tentativa de agradar a grupos de interesse através de palavras-código de apelo ideológico extremista, e não está assinado. Nota R para ambos os programas: reprovados sem direito a crédito.
Não sou muito fã de Kant mas não há comparação na qualidade dos programas. Não sou capaz de avaliar outros méritos dos candidatos, mas com base nos documentos apresentados é muito difícil imaginar como as Chapas 1, 2, ou 3 possam convencer racionalmente as faculdades que seus entendimentos sobre a universidade têm justificativa. Ipso facto, pelo Princípio de Peter, devem compor a lista tríplice, encabeçada pela mais medíocre e burocrática delas.
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