Os dinamarqueses têm um ditado: "Hvad udad tabes, skal indad vindes." O que foi perdido por fora, será ganho por dentro. Após perder um bom pedaço de seu território nas guerras de Bismarck, a Dinamarca se voltou para dentro, cultivando terras inóspitas e charnecas no interior do país e, mais importante, fortalecendo as instituições e a coesão social do povo. A resposta à derrota de 1864 é crucial para a formação do país mais feliz e próspero do mundo.
O Brasil não se mete em guerra. Quando é metido, escolhe bem os aliados. As 3 vezes guerras em que o Brasil esteve terminaram com a rendição incondicional do agressor. Estamos invictos, e somente os insanos atacam o impávido colosso.
Mas levamos a sério as vitórias e derrotas no futebol. Talvez o esporte sirva como sucedâneo para a batalha, uma droga huxleyana com efeito social. Talvez até entre os briguentos europeus. Seja como for, entre nós os jogos decisivos são lembrados por gerações.
O que perdemos para os outros, vamos ganhar para nós. Acertar a educação e a ciência no Brasil, porque educação e ciência são as únicas coisas que ajudam a felicidade e prosperidade de uma nação, mais do que conquistas econômicas, militares, ou esportivas. Reformar a administração dos esportes no Brasil e varrer a corja de ladrões que ocuparam a CBF e outras associações e ministérios esportivos. Porque não aproveitar a oportunidade para limpar os corruptos da política?
E tratar uns aos outros com respeito, inclusive os jogadores e técnicos de futebol que fizeram o que conseguiram no campo. Quem joga melhor do que eles, quem nunca perdeu uma partida, quem já marcou mais de mil gola, até tem o direito de criticar. Quem já perdeu de 14x1 sabe como eles se sentem. Por patriotismo, dê ao seu trabalho uma dedicação especial, trate com decência seu compatriota, e eleja bons políticos. Um jogo de futebol perdido vai ser um futuro ganho.
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