Acho que o diagnóstico desse artigo do Estadão está errado. As dificuldades para um brasileiro estudar numa dessas universidades são as seguintes:
1 - O programa Ciência sem Fronteiras é uma bagunça mal ajambrada, improvisada pelo governo federal sem consulta nem entendimento das necessidades e possibilidades do mundo acadêmico. Talvez com a melhor das boas intenções, mas é uma bagunça.
2 - O meio acadêmico brasileiro é corporativista e nem sempre prepara e estimula o estudante a ir ao exterior por iniciativa própria. Muitos professores até criam obstáculos culturais que prendem os pós-graduandos à tutela dos orientadores e programas. Esses obstáculos incluem a burocratização das publicações e a hipertrofia de linhas de pesquisa descoladas da realidade ou presas a ideologias irracionais.
3 - Essas universidades dos EUA têm professores e estudantes de muito gabarito. É um meio muito competitivo, de forma saudável que seja, mas é só uma pequena fração dos estudantes brasileiros que, reunindo a preparação, motivação, curiosidade, e flexibilidade intelectual necessárias, vão se virar bem nelas.
Não é como viajar para Miami, que está ao alcance de qualquer um. Também não é questão de criar mais uma burocra para forçar todo mundo a fazer cursinho de inglês da Capes. Para um aluno fazer uma boa pós-graduação não basta o generoso voluntarismo nem as diretrizes administrativas das autoridades. É bom que existam bolsas disponíveis, porque o fator mais importante - o talento - está disponível no Brasil em abundância.
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