A 2a é a visão e liderança que inspira as pessoas a fazerem melhor do que são capazes. Steve Jobs tinha essa qualidade, que não é incomum entre fundadores de empresas.
Em 3o, existe a capacidade gerencial, a condução quotidiana dos negócios e busca de melhorias e eficiência. Para continuar nos computadores, Tim Cook, mas talvez um exemplo melhor sejam os executivos quase anônimos da Exxon e de outras indústrias estabelecidas.
Finalmente há a habilidade de encontrar oportunidades e firmar transações, obtendo controle do mercado e se livrando de operações menos eficientes. Essa é que fez as fortunas de Eike Batista e Mitt Romney.
Infelizmente para os eleitores americanos, que merece boas alternativas, essa última habilidade que o candidato republicano possui não tem qualquer relevância para o governo. A fatia de mercado de um país é 100%. O presidente governa ganhadores e perdedores. Não pode vender um estado pobre, nem comprar uma potência emergente para evitar a concorrência; e se um setor da economia fechar, os desempregados deixam de pagar impostos e se tornam um peso para a sociedade.
O trabalho de Romney na Bain não envolvia administração. Ele mostrou capacidade gerencial nas olimpíadas de inverno, porém não reproduziu esse sucesso como governador em Massachusetts, onde suas realizações foram poucas - algumas economias muito pequenas dentro do orçamento estadual, e a aprovação do sistema de saúde público, sobre o qual ele mudou de ideia e agora promete eliminar. De qualquer modo, o governo americano administra muito menos coisa que o brasileiro. Há poucas empresas estatais, as funções de governo são na maioria executadas pelos estados e cidades, e a maior parte do orçamento federal é dedicado a programas sociais e às forças armadas. A habilidade gerencial - que é o grande trunfo da presidente Dilma no meio político - é menos relevante nos Estados Unidos.
Ouvindo seus discursos e examinando suas declarações, é fácil notar que nem o carisma nem o conhecimento de assuntos de estado são os pontos fortes de Romney. Em resumo, na medida em que a experiência no mundo dos negócios é relevante para a administração pública, a experiência de Mitt Romney não o recomenda como presidente. Por default, independentemente de ideologia, a única alternativa são mais 4 anos com Barack Obama.
2 comentários:
quando eu leio um artigo assim sinto alívio por ter feito um curso de verdade numa universidade séria. Claro que você não usou muita matematíca no artigo; apenas lógica ginasial. Mas a Poli e a Fea são como bons médicos: em primeiro lugar, não desensine o certo.
Como diz meu ídolo Romário, técnico bom é o que atrapalha pouco.
E como você sabe, o conceito é do meu ídolo Krugman. Use a matemática que for necessária, mas não mais.
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