Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

08 março 2010

Convite à filosofia

Olhem que lindo trecho um colega encontrou no livro "Convite à Filosofia," de Marilena Chauí:
"... segundo [a fórmula E = m c^2] a energia é a transformação que acontece à massa de um corpo quando sua velocidade é o quadrado da velocidade da luz."

Há outras preciosidades como:
"... a teoria da relatividade mostrou que as leis da Natureza dependem da posição ocupada pelo observador... para um observador situado fora de nosso sistema planetário a Natureza poderá seguir leis completamente diferentes"

18 comentários:

Anônimo disse...

acho que é erro de tradução. confira no original.
sgold

Anônimo disse...

quem chegou até aqui merecer ver algo legal:

http://www.youtube.com/watch_popup?v=vOhf3OvRXKg

abs
sgold

Unknown disse...

facepalm

Felipe Pait disse...

E a destradução seria em que língua? Facepalmês, seja lá o que for?

Anônimo disse...

javanês?

sgold

Anônimo disse...

mas eu confesso que nunca entendi a formula do einstein. suponho que nao se pode viajar à velocidade da luz ao quadrado. o que diz, tem termos gerais, a tal equacao?
abs
sgold

Anônimo disse...

isso aqui explica:

http://fotonowy.pl/index.php?main_page=page&id=6

abs
sgold

Felipe Pait disse...

Quando a gente não entende alguma coisa, um caminho é ir pesquisar - a escolha do Professor Goldbaum. Outra alternativa é escrever um livro dizendo que tudo é relativo.

Carlos disse...

Esqueceram de fazer o convite a um revisor. Não sei se é o caso da professora, mas esse raciocínio de que tudo é relativo (ou subjetivo, quando falam de física quântica) tem servido para justificar um certo relativismo moral. Também há um interesse em distorcer o trabalho do Thomas Kuhn para dizer que as leis da ciência são "socialmente construídas" e que a revolução é o motor do progresso.
Se estiver com o livro em mãos, procure o que a professora fala sobre o Karl Popper. Minha lembrança é que ela também não entende o conceito de falseabilidade.

Felipe Pait disse...

"Quando, por exemplo, comparamos a geometria clássica ou geometria euclidiana (que opera com o espaço plano) e a geometria contemporânea ou topológica (que opera com o espaço tridimensional), vemos que não se trata de duas etapas ou de duas fases sucessivas da mesma ciência geométrica, e sim de duas geometrias diferentes, com princípios, conceitos, objetos, demonstrações completamente diferentes. Não houve evolução e progresso de uma para outra, pois são duas geometrias diversas e não geometrias sucessivas.

Quando comparamos as físicas de Aristóteles, Galileu-Newton e Einstein, não estamos diante de uma mesma física, que teria evoluído ou progredido, mas diante de três físicas diferentes, baseadas em princípios, conceitos, demonstrações, experimentações e tecnologias completamente diferentes. Em cada uma delas, a idéia de Natureza é diferente; em cada uma delas os métodos empregados são diferentes; em cada uma delas o que se deseja conhecer é diferente.

(...)

Popper afirma que as mudanças científicas são uma conseqüência da concepção da verdade como coerência teórica. E propõe que uma teoria científica seja avaliada pela possibilidade de ser falsa ou falsificada.

Uma teoria científica é boa, diz Popper, quanto mais estiver aberta a fatos novos que possam tornar falsos os princípios e os conceitos em que se baseava. Assim, o valor de uma teoria não se mede por sua verdade, mas pela possibilidade de ser falsa. A falseabilidade seria o critério de avaliação das teorias científicas e garantiria a idéia de progresso científico, pois é a mesma teoria que vai sendo corrigida por fatos novos que a falsificam.

A maioria dos filósofos da ciência, entre os quais Khun, demonstrou o absurdo da posição de Popper. De fato, dizem eles, jamais houve um único caso em que uma teoria pudesse ser falsificada por fatos científicos. Jamais houve um único caso em que um fato novo garantisse a coerência de uma teoria, bastando impor a ela mudanças totais.

Cada vez que fatos provocaram verdadeiras e grandes mudanças teóricas, essas mudanças não foram feitas no sentido de “melhorar” ou “aprimorar” uma teoria existente, mas no sentido de abandoná-la por uma outra. O papel do fato científico não é o de falsear ou falsificar uma teoria, mas de provocar o surgimento de uma nova teoria verdadeira. É o verdadeiro e não o falso que guia o cientista, seja a verdade entendida como correspondência entre idéia e coisa, seja entendida como coerência interna das idéias."

Fascinante.

Germano Machado disse...

Professor,

Uma contribuição, de um livro muito divertido (porém realista) chamado "Como a Picaretagem Conquistou o Mundo", do jornalista do "The Guardian" Francis Wheen:

"Embora boa parte do pós-modernismo possa ser um disparate, trata-se de um disparate com uma finalidade: ao usarem uma terminologia quase científica, os teólogos pós-modernistas pretenderam desacreditar a 'objetividade' da própria ciência. O fato de nada saberem de matemática, física ou química não constitui um obstáculo. Luce Irigaray, uma das grandes sacerdotisas do movimento, denunciou o E=mc^2 de Einstein como uma 'equação sexista', uma vez que 'ela privilegia a velocidade da luz em detrimento de outras velocidades [menos masculinas] que são de uma necessidade vital para nós."

Se não chorarmos de desgosto, dá pra rir bastante.

Abs

Felipe Pait disse...

Um corpo que se desloca com a velocidade da luz não pode ser considerado nem timelike nem spacelike, ou seja, nem para cá nem para lá. Então discordo que seja uma velocidade masculina (ou feminina ;-)

Unknown disse...

hmmm... nem masculino, nem feminino... Isso me faz lembrar de Pepeu:

"Olhei tudo que aprendi
E um belo dia eu vi...
Que ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino..."

... será?

Germano Machado disse...

Senhores,

É muito fácil...a masculinidade (ou não) da velocidade da luz pode ser observada a partir do tamanho do gogó do fóton...apenas o Ronaldo Fofômeno não sabe disso...

Unknown disse...

Essas e outras asneiras científicas foram mantidas nesse livro por pelo menos 11 edições, a despeito de repetidas advertências de colegas e estudantes daqui, algumas feitas diretamente à autora (me disseram). Na 12a ou 13a edição foram finalmente eliminadas.

A autora é também conhecida pela frase "quando Lula fala tudo se ilumina"...

A propósito, uma pergunta: Chaui é uma filósofa ou uma historiadora de idéias? Não precisam responder, a pergunta é retórica. Não estou mesmo interessado na resposta.

Felipe Pait disse...

A frase que Fritz John é consequência direta da afirmação tudo é relativo, que pode ser usada para demonstrar qualquer coisa.

Felipe Pait disse...

"Contudo, a teoria da relatividade mostrou que as leis da Natureza dependem da posição ocupada pelo observador, isto é, pelo sujeito do conhecimento e, portanto, para um observador situado fora de nosso sistema planetário, a Natureza poderá seguir leis completamente diferentes, de tal modo que, por exemplo, o que é o espaço e o tempo para nós poderá não ser para outros seres (se existirem) da galáxia; a geometria que seguimos pode não ser a que tenha sentido noutro sistema planetário; o que pode ser contraditório para nós poderá não ser para habitantes de outra galáxia e assim por diante."

Essa é da edição de 2000. Desapareceu da mais recente, mas em compensação entrou o quadrado da velocidade da luz que nem errada está mas é muito mais engraçada, feito pérolas do vestibular.

rayssa gon disse...

abaixo einstein! abaixo a velocidade maxista da luz! eu tenho um sonho que um dia todas as velocidades poderão viver em paz e harmonia independete de sexo, energia ou matéria!