Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

30 dezembro 2008

Editorial "The Gas Tax"

Since the NYTimes continues to publish this insanity, I continue writing letters that they will not publish........

From: Felipe M Pait
Date: 30 December 2008 2:20:19 PM EST
To: letters@nytimes.com
Cc: robert_lawrence@Harvard.Edu
Subject: Editorial "The Gas Tax"

Dears,

You rightly propose a gas tax, something America and the world badly need. Unfortunately, you undermine the argument by suggesting that a gas tax could come in the form of a price floor. A price floor would have disastrous consequences, because US importers would lose all incentive and leverage to negotiate lower crude oil prices. Thus a significant part of the tax would end up not with the US government but with oil exporters, which are involved in most of the sources of instability the world, many in countries run by tyrants and supporters of international terrorism. A simple tax on fossil fuel imports would have no such disadvantage, and would be much welcome from the environmental, geopolitical, and even health points of view.

Sincerely,

Felipe Pait
São Paulo, Brazil

Incidentally, this transatlantic lunacy also has space in FT.com.

20 dezembro 2008

Mugabista Amorim visita o Zimbabwe

O tiranófilo Amorim esteve no Zimbabwe em 17 de outubro em visita de solidariedade ao ditador Mugabe, para parabenizá-lo pelo trabalho em prol da inflação e da disseminação do vibrião colérico. E para somar um insulto à injúria, faz discurso de bom moço, "nós brasileiros somos a favor do diálogo."

19 dezembro 2008

Controle adaptativo: ementa igual ao soneto

Ementa igual ao soneto
ou,
As aventuras de um controlador adaptativo
nos domínios do Gigante Burocrator

O controle adaptativo
É um assunto interessante.
A ementa, em vez de livro,
É um soneto, meio pedante.

Se este ano oferecido,
Será quem sabe, é o Gigante
Burocrator, esbravecido
Terror de mestre e estudante!

Mas voltando à ementa.
Equação em verso, em rima.
Li o Goodwin, li o Narendra,

Fiz robot com eletroímã.
Não há mesmo quem entenda,
Sem geometria, a de Riemann.

(Soneto já antigo, escrito em julho 2005 a título de ementa para um curso de controle adaptativo, e encontrado acidentalmente pelo Spotlight.)

17 dezembro 2008

O segredo da didática

Após 20 anos como professor, entendi que para dar uma boa aula são necessários 3 ingredientes principais:

1 - Gostar do assunto;
2 - Tratar os alunos como gente; e
3 - Verificar se o zíper está fechado.

Talvez até sejam úteis outras mumunhas como: profundo domínio do assunto; excelente didática; e modernas ferramentas tecnológicas de ensino. Mas na minha experiência, para alunos de primário, graduação, ou pós, no hemisfério sul ou no hemisfério norte, o fundamental são os itens 1,2, e 3, e um pouco de bom senso.

"If programming languages were religions"

Hilariante. E bem escrito. LOL feito um bobo apesar de que estou tão defasado com programação que não conseguiria identificar em qual linguagem uma linha de código foi escrita. Não vou dizer que aprendi sobre linguagens lendo isso, mas sobre religião quem sabe...... Divirtam-se!

Aproveitando que estou aqui, tem coisa que acontece na Usp para deixar o "Gigante Burocrator" sem fôlego. Então esperem para logo uma nova edição, a mesma história com melhorias tipográficas para tornarem a leitura menos penosa, e uma tradução parcial para segundo idioma no qual Goscinny escreveu quadrinhos.

17 novembro 2008

How High Gas Prices Can Save the Car Industry

(Letter to the authors of the article "How High Gas Prices Can Save the Car Industry" published in the New York Times on Sunday 16 November.)

Dears Daniel Sperling and Deborah Gordon

I am writing about your piece in the NYTimes entitled "How High Gas Prices Can Save the Car Industry". You have not considered the implications that a variable tax in the form of a price floor would have on international politics and domestic security. If such a tax were enacted, US oil companies would lose all incentive or leverage to negotiate lower crude oil prices from suppliers. The consequence will be an increase in prices towards the level determined by the floor, limited perhaps thanks to other oil importing nations that do not follow such a wrong-headed floor policy.

Producers - rather than the US Treasury - would be able to keep a big part of the increase of consumer prices due to the floor. Oil exporters such as Iran, Russia, Venezuela, and Saudi Arabia are involved in most of the sources of geopolitical instability in today's world. Many are run by tyrants and supporters of international terrorism, and most of their leaders care very little for our democratic values. Their windfall profits would be a disaster for the free world.

Much better for the US would be a straight tax on imports of fossil fuels from outside North America, at a rate equivalent to $70 per barrel or so. That would have a similar effect on promoting conservation and fuel efficiency, without diverting funds to oil exporting countries. It is very dangerous to formulate policy without considering all its implications. Your piece looked at the question of oil taxes exclusively from the point of view of your narrow specialty, and came up with a disastrous proposal.

Yours sincerely,
Felipe Pait
University of São Paulo

14 novembro 2008

Discurso de inauguração de estacionamento

Prezado Professor Fulano de Tal, Chefe em Exercício do Departamento de Altas Engenharias Mesoscópicas - PMO -, resultante do desmembramento do antigo Gabinete de Engenharia Microscópica e Macroscópica; Excelentíssimo Senhor Sicrano do Qual, representante da Magnífica Reitoria; Sr. Diretor do CREA - Camorra Regional de Engenharia Automotiva -; otoridades e desotoridades; meus caros colegas professores; Admiráveis Veículos Estacionados; Folhas de Grama; Senhoras Saúvas, Içás, Tanajuras, e outras representantes do gênero Hymenoptera; e por último alunos e estudantes, se houver.

É imensa minha satisfação e honra em poder tomar do megafone para lhes dirigir algumas brevíssimas palavras no evento da inauguração do Estacionamento Politécnico Professor Doutor Catedrático Themístocles Brasileiro von Kswagen. Esta obra de inaudito alcance social e profundo apelo cultural e tecnológico, que vem abrilhantar a já gloriosa e portanto dispensante de apresentações história da nossa Escola Politécnica, ou Poli como é familiarmente denominada, fundada em 1893 através do Parecer n.o 142 da Comissão de Instrução do Congresso Legislativo de São Paulo - favorável à fusão das Leis n.o 26 (11/5/1892) e 64 (17/08/1892) e à aprovação do regulamento da Escola Politécnica, resultante desta fusão (4/7), e da Lei Estadual n.o 191 (1o Regulamento da Escola Politécnica para execução das Leis n.o 26 e 64), assinada no governo de Bernardino de Campos, constituindo o Ato de nomeação de Antonio Francisco de Paula Souza para diretor da Escola Politécnica, com base no artigo 8o do Regulamento da Escola Politécnica (14/11), e que há mais de 116 anos portanto vem efetivamente formando engenheiros e contribuindo para a formação de profissionais que tanto engrandecem a história de nossa cidade, nosso estado, e porque não dizer efetivamente, de nossa nação,

.... esta obra, dizia, de grande alcance social, constituindo um subsídio efetivo aos Srs. Proprietários de Viaturas Motorizadas e um importante empecilho ao deslocamento de pedestres, vêm a acrescentar ao patrimônio da Universidade um total de 25 vagas para Estacionamento de Automóveis das mais diversas marcas entre as mais plenas de Tradição e Modernidade do mundo, e ocupa uma localização privilegiada praticamente no interior do edifício do Biênio, onde se realizariam as aconchegantes atividades de ensino da Física e do Cálculo - relembrando que os Institutos de Física e de Matemática foram fundados por professores auridos e exauridos da Escola Politécnica - se os alunos se encontrassem nas salas de aula e não nos já mencionados Estacionamentos.

Esteticamente podemos também afirmar que o Estacionamento forma um conjunto harmonioso com o magnífico Estacionamento Prof Doutor Antonio Hélio Guerra Vieira, criador do primeiro computador brasileiro, o Patinho Feio, em cuja memória foram armazenados os dados referentes aos processos de caça às bruxas ocorridos nesta Universidade durante os anos negros do regime ditatorial, um Estacionamento com E maiúsculo, este sim localizado no interior de um Edifício, o da Engenharia Elétrica, cujo nome não recordo, em lugar outrora ocupado por aprazíveis azaléias, ambos estacionamentos que se constituem em obras-marco da engenharia nacional, estorvos de altíssima tecnologia utilizando métodos construtivos inovadores e consagrados que já hoje são referência internacional, e ocupando espaços que outrossim poderiam ser detonados à atividades acadêmicas menos nobres tais como aulas.

Ressaltamos também que hoje em dia com as propostas dos nossos destacados departamentos de Engenharia de Transportes Rodoviários - PTB - e Engenharia Ambiental - PTA - torna-se cada vez mais necessário para a Universidade e, - porque não dizer? - a Escola Politécnica incentivarem cada vez mais aperfeiçoadamente o Transporte Individual de forma a efetivamente contribuirem para a indústria do trânsito e da Poluição Ambiental nessa pujante Metrópole, pois afinal de contas como dizia o poeta, que talvez não tenha sido Politécnico mas bem poderia ter sido, "Ensinar é construir Estacionamentos."

Passo então a palavra ao meu querido colega Ilustríssimo Sr Engenheiro Beltrano do Val, enviado plenipotenciário da Liga dos Ex-Formandos da Escola Politécnica, seção do Clube Federal de Detenção do Alto Carandiru, que vai nos relembrar um pouco das histórias e da carreira do Professor Doutor Catedrático Themístocles Brasileiro von Kswagen, a quem tão merecidamente prestamos nossa singela homenagem parquimétrica.

(Rascunho de discurso a ser proferido pelo Ilmo. Diretor da Escola Politécnica por ocasião da inauguração do estacionamento supre-citado, seja lá quem for o Diretor quando e se alguma obra na USP algum dia ficar pronta. Confidencial. Circulação restrita.)

13 novembro 2008

Apple University

What is Apple University? Apple as usual is not talking, nor letting anyone talk. Business media, with its usual lack of imagination, is writing about yet another corporate training center. But you don't need the dean of Yale's School of Management to teach powerpoint engineering. Apple has as much cash as a large university endowment, and the new recruit talked to the Yale Alumni Magazine about a once-in-a-lifetime opportunity. Expect something interesting.

06 novembro 2008

Red states and blue states

In the of maps here, obtained from Wikipedia, states that voted for Obama in 2008 or for Brazil's Social Democrats in 2006 are shown in BLUE. The states that voted for the Republican Party or for Lula's Worker's Party are shown in RED.

In both maps, the states almost form connected sets. Have fun spotting other similarities, and some differences.

Where are the leading universities, and who brags about ignorance? Where are the large, empty states, and where are the hard working taxpayers? Where did the sugarcane and cotton plantations use to be, and where is "colonel" a term of respect? In which states do religious obscurantist politicians live off oil royalties? Where is the media, and where do the news take longest to arrive?

But in a democracy, news do arrive. As control theorist say, learn to live with delay.

03 novembro 2008

Vendo MacBook

MacBook branco 2006 primeira geração tela 13.3" processador Intel 1.83GHz, turbinado, memória 2GB, disco 200GB rápido (7200 rpm), CD apenas (não DVD), bateria 100%. Caixa um pouco encardida e empenada. Motivo: quero um feito em alumínio usinado. Preço original US$1100, preço no mercadolivre.com.br uns R$2800, preço no craigslist.org uns US$700. Aceito qualquer oferta razoável. Promoção para leitores desse blog: pagamento em 10x sem juros, compre agora e só comece a pagar após a posse do Obama.

01 novembro 2008

Canalha-mor da república visita a Pérsia

O canalha-mór da República, Celso Amorim, visita amanhã a Pérsia, com o propósito de fazer conluio com o presidente Ahmadinejad. Não confundir com o assessor especial de canalhices Marco Aurélio Garcia, mais recentemente visto nessas páginas dando apoio ao genocídio no Sudão, e na televisão comemorando um acidente de avião com gestos obscenos. Ou melhor, pode confundir, são gente da mesma laia. Já o Lula prefere ir para Cuba. Num lugar tem rum, no outro lima-da-Pérsia, na Coréia do Norte e no Zimbabwe eles não sabem bem o que tem então não vão?

Isso só não é mais preocupante porque o Itamaraty há décadas não faz nada. O impacto cumulativo das declarações e dos acordos que nossos diplomatas assinam é nulo. Outro alívio é que a extrema esquerda liberticida, reunida em partidecos comunistas e socialistas, teve mais de 99% de rejeição na eleição para prefeito em São Paulo. Esse pessoal sonha com a volta do muro de Berlim, consegue sinecuras no governo e nas universidades públicas, joga dinheiro no lixo, e avacalha com o bom nome do nosso país, mas fora isso felizmente não tem maior impacto no mundo real. Confinados no Butantã e em Brasília, fazem estrago limitado.

27 outubro 2008

O mais nobre dos brasileiros

D. Pedro II
José Murilo de Carvalho
Companhia das Letras, 2007.
R$39,00 na Livraria Cultura (ou uma pequena fortuna na livraria do aeroporto, mas valeu o preço).

Relatos honestos sobre a vida de Pedro d'Alcântara e a obra de D Pedro II lhe são favoráveis, como indicam as sugestões bibiográficas dessa biografia recente, também bastante simpática a nosso segundo imperador. Porém, não é tão positiva a imagem que um estudante colegial faz do mais nobre dos brasileiros - corrijam-me as novas gerações educadas após o fim de ditadura se eu estiver errado. Ao reinado de Pedro II associamos a guerra do Paraguai, a escravidão, o baile da Ilha Fiscal - o atraso da monarquia num país de analfabetos. Porque a contradição entre essas visões?

Por transparência, devo declarar que sempre fui fã do "Pedrão." Quando minhas filhas perdem seus dentes de leite, de preferência a moedas mais práticas e econômicas, a fada dos dentes deixa embaixo do travesseiro patacas compradas do Sr Edgar Andersen na Praça Benedito Calixto. A Susanna não se esquece quando, visitando o Parque de Caraça nas Minas Gerais, e violando meu pão-durismo natural, insisti em pagar mais por um quarto onde teria dormido nosso imperador. (Recomendo ambos como destinos turísticos.)

Pedro II foi um rei republicano, deposto na velhice por um militar monarquista. Democrata, abolicionista, contrário ao racismo, favorável a educação de todos os homens e mulheres, foi um iluminista à moda antiga e um soberano à frente de seu tempo. Trabalhava pela constituição. Defendia o voto livre e distrital - por círculos como chamava em seu tempo - a liberdade de consciência e de expressão. Não por coincidência, e tal qual outros democratas que governaram no Brasil - Nassau, Juscelino, Fernando Henrique - era amigo dos judeus. Simpatizava também com o Islã, e estudava as línguas dos livros sagrados.

Se lá das terras de Brahms, Maxwell, e Poincaré algum de seus parentes europeus tivesse mostrado tanta humanidade, do que duvido, não teria feito mais do que a obrigação. Mas eles deixaram impérios que se esfacelaram em guerras; o "Habsburgo perdido nos trópicos" deixou uma república intacta e sem inimigos.

Era culto, generoso, cuidadoso com o dinheiro público, e avesso à ostentação. Virtudes que ficaram fora de moda no século 20 das ideologias extremistas, e que lhe renderam o amor do povo, mas pouco dividendo político entre as elites. Trabalhou pela abolição com o poder limitado de monarca constitucional em um país de poucas leituras. Sem muito apoio, a abolição demorou, mas a demora evitou conflitos de resultados incertos e sofrimento incalculável. Foi à guerra com relutância, mas com determinação, pela honra do Brasil. A guerra do Paraguai, última em solo brasileiro, não foi uma "guerra para acabar com as guerras"? Não podemos ler nas entrelinhas das críticas, por parte dos liberticidas que ainda têm espaço entre nossas elites intelectuais, uma admiração pelos métodos do tirano Solano López?

Quem ri de Pedro II o faz pelas caricaturas da imprensa contemporânea, e não havia mais livre no mundo da época. Não é intuitivo entender que o soberano seja mais próximo à vontade popular do que os representantes do povo, por mais viciada que seja a eleição. Em uma leitura maniqueísta da história, onde forças sobre-humanas ordenam o progresso constante na direção do tempo em que cresce a entropia, é difícil aceitar que um rei liberal tenha sido sucedido por republicanos escravagistas. E o estudo de uma época em que o imperador era cultíssimo e os súditos semi-analfabetos corre o risco de cair naquela historiografia chata de "reis e datas" que provoca sonolência todo colegial. Porém......

Ouvimos críticas a Pedro II não por seus erros, mas por seus méritos, e pelos vícios de outros.

O mais poderoso presidente

Os jornais estão começando a perceber que Barack Obama vai ser o mais poderoso presidente do Estados Unidos desde Franklin Delano Roosevelt. Com algum atraso: a reação do eleitor era inevitável desde que os republicanos cometeram o erro de reeleger o mais incompetente presidente desde Herbert Hoover. Os democratas vão ter maiorias confortáveis no Congresso, e não há nenhum líder em qualquer partido que vai se opor ao futuro presidente depois da confusão em que o atual meteu o país. Com o apoio da parte não podre do mundo dos negócios, e boa vontade pelo mundo afora, o que Obama vai fazer?

A primeira prioridade é destravar a economia. A forma mais eficiente de colocar dinheiro no bolso do povo é com um programa nacional de saúde. Para desarmar a oposição e apressar as coisas, o mais fácil é encarregar Hillary Clinton de escrever o texto - ela já tem um pronto, com o aval daqueles governadores e ex-governadores republicanos que não saíram totalmente desacreditados. Outra forma: créditos para educação. Com o desemprego em alta, é bom segurar o povo na escola por mais alguns anos. Facilitar os empréstimos para o estudo é um uso melhor do dinheiro do governo do que subsidiar casas e carros cada vez maiores, alternativas infelizmente preferidas por industriais e sindicatos.

Como pagar por isso, hoje, não é uma questão urgente. Os economistas responsáveis concordam que o déficit das contas públicas não é a maior preocupação no momento. Em 2 anos, as doações do Bush para os milionários expiram, e os impostos voltam a um valor mais normal. Será um bom momento para o futuro presidente ficar com a fama de bonzinho, se cortes dirigidos ainda forem necessários.

Internacional: como o McCain observou, a situação no Iraque melhorou depois que o Rumsfeld foi demitido e colocaram gente do ramo conduzindo as operações. Está se aproximando o momento de declarar vitória e sair. Se alguém perguntar, os militares não vão ficar sem serviço. Será que os tiranos do cenário internacional vão ser mais simpáticos ao Obama do que ao Bush? Muito pelo contrário. Os salafistas (liberticidas do Oriente Médio) já declararam preferir a continuidade do governo atual, e não duvido que os solanolopistas (liberticidas da América do Sul) bem como os tchekistas (os da Europa) torçam contra Obama em silêncio. O importante para o mundo são as relações entre as democracias - América do Norte, Europa, Brasil, Indonésia, Turquia, Índia, África do Sul por exemplo - que vão melhorar com o governo democrata.

Para diminuir a força dos regimes extremistas do mundo, o melhor seria uma pesada taxa de importação de combustíveis fósseis de fora da América do Norte. Pode ser vendida como um imposto verde, como um apoio para a tecnologia e indústria domésticas, um agrado aos países do Nafta, uma fonte de recursos para programas sociais, uma maneira de defender Israel, um investimento em segurança futura. A conseqüência mais imediata seria baixar as verbas à disposição dos países exportadores de petróleo, de terroristas, e de instabilidade. Será que o Presidente Obama vai ter a coragem de empurrar uma lei assim por cima de um congresso de gente fraca? Por improvável que pareça, acho mais possível isso do que as tarifas que os democratas, a cada 4 anos, prometem aos sindicatos de indústrias americanas incompetentes. O conselheiros de Obama vão sair de Silicon Valley, não de Detroit.

Na política interna, após 2 secretários de estado e um presidente negros em seguida, vamos ver o fim das guerras culturais. Racistas continuam a existir, mas o preconceito deixa de ser arma para decidir eleições. Isso vai ser bom para a América.

Quanto pior a situação, mas fácil é para um presidente impor seus projetos. O desgoverno republicano é um presente pessoal para Obama, de alto custo para todos os outros. Acredito que ele vai saber aproveitar. Os republicanos podem começar a pensar nas eleições de 2024.

22 outubro 2008

Flora patrimoniada

A USP instalou chapinhas de patrimônio nas árvores da Física e da Matemática. G02-1095 por exemplo é um eucalipto. Aguardamos ansiosamente para que esse programa de inacreditável alcance sócio-ambiental seja estendido às árvores da Politécnica.

21 outubro 2008

A USP em números

Valor médio da hora de trabalho de um professor da USP: R$400 (trabalho em atividades-fim, incluindo overhead).

Custo médio para o contribuinte de uma reunião de departamento: R$20 mil.

Subsídio para estacionamento de automóveis no campus do Butantã: R$20 milhões por ano.

Compras anuais de livros pelas bibliotecas da USP: R$1 milhão.

Número médio de vezes que um professor ouve um aluno dizer "não comprei o livro texto porque é muito caro": 20 por ano.

Entraram na USP em 2005: 9.567 estudantes.

Não conseguiram entrar: 139.734 (94% dos vestibulandos).

Formaram-se em 2005: 5.946 estudantes.

Desistiram do curso: 38%.

Área dos campus: 77km quadrados.

Fiscais da receita lotados na USP que seriam necessários para atingir padrões de primeiro mundo, segundo pesquisa do Ipea / Sealopra: 24.

Ganhadores de prêmio Nobel nascidos no Brasil: 1.

07 outubro 2008

Variedade não diferenciável na USP

A Faculdade de Economia acaba de construir um belo exemplo de variedade não-diferenciável, que pode ser apreciada em pessoa na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária. A variedade, disfarçada de escultura modernista, não é diferenciável pelos seguintes motivos:
  1. As soldas entre as cartas locais, construídas com placas de aço, não são suaves.
  2. As placas apresentam arestas em pontos onde a calandragem foi mal feita, resultando em dobras.
  3. O mapa de inclusão da superfície bidimensional no espaço ambiente não é uma imersão, pois necessita de escoras para se manter em pé.
Exemplos de esculturas diferenciáveis em metal vermelho podem ser vistos espalhados em obras de Henrique Pait espalhadas pela cidade, por exemplo no Credicard Hall e no Blue Tree Hotel na Av Faria Lima com Juscelino Kubitschek. Quem estuda geometria diferencial deve ficar grato aos colegas da FEA pelo contra-exemplo!

30 setembro 2008

Diálogos que gostaria de ter ouvido

Diálogo que gostaria de ter ouvido no debate dos candidatos a prefeito de S Paulo:

Maluf: "Nunca mudei de partido."
Soninha: "Mudou sim. Você começou na Arena, que era o partido da ditadura, depois foi para o PDS, partidos dos salafrários, mudou para o PPR, depois para o PPB, mudou tantas vezes que hoje nem sei mais qual o nome do seu partido."
Maluf: "Sempre fui do mesmo partido. O número do meu partido sempre foi 11. Só mudou o nome do partido. O número sempre foi o mesmo."
Qualquer um: "Maluf, quem muda de nome mas fica sempre com o mesmo número é presidiário."

Infelizmente não ouvi. Nossos políticos não são suficientemente bem preparados.

23 setembro 2008

Comissão de falta de ética da USP

A assim chamada comissão de ética da USP acaba de passar um atestado de falta de idoneidade contra si própria. Um comunicado distribuído ontem afirma que a comissão investigou uma acusação de plágio, e tendo concluído os trabalhos, vai manter o resultado em segredo. O pretexto para o segredo não vale os elétrons do email: invoca o fato de que a constituição garante a inviolabilidade da vida privada das pessoas como se isso desse imunidade a funcionários públicos para cometerem maracutaias no exercício de suas funções públicas. Um argumento imbecil que nem merece análise. E a reitoria ainda pede que a gente aceite o próprio segredo do relatório como prova de sua ética e competência!

Ainda sem saber se houve ou não plágio, a comunicação da reitoria é uma vergonha. Tão descarada que é pior do que seria o plágio, por não deixar dúvida quanto à premeditação. Enquanto o relatório da reitoria, se é que essa investigação realmente occoreu, fica em segredo, e ficamos sem saber se os plagiadores, se é que plagiaram, foram punidos, vale lembrar que os autores da denúncia de plágio já foram punidos sem maiores cerimônias.

27 agosto 2008

IEEE Job site





Maestro deixa orquestra da Usp e ataca burocracia

No jornal de hoje: o maestro Carlos Moreno responsabilizou a burocracia interna da Universidade de São Paulo pela decisão de se demitir da direção musical de sua orquestra sinfônica. Seu contrato não foi transformado num cargo permanente, e a metade dos músicos não é contratada, precisando se apresentar em troca de cachês. Queixou-se também da interrupção da série "Aquarela" de concertos e do projeto "Academia", pelo qual a Osusp mantinha 25 jovens bolsistas.

"Aconteceram algumas coisas que eu prefiro não comentar". Entre as que comentou há o exemplo de suas duas últimas viagens ao exterior. Ele foi ao Japão e à República Tcheca, onde há três anos leciona regência num festival. No dia de seu primeiro embarque, a direção administrativa da orquestra argumentou não ter encontrado uma forma para que a viagem fosse oficialmente autorizada. Sem a autorização, ele se exporia a ser demitido por abandono do cargo.

O pró-reitor de cultura e extensão universitária da USP, Ruy Alberto Altafim, afirma que a passagem do regente pela orquestra "atendeu às necessidades e à legislação vigente. A ação desta pró-reitoria, na qual se inserem as atividades de cultura e extensão da orquestra da USP, obedece aos princípios acadêmicos e normativos da universidade pública. As decisões são colegiadas e embasadas em análises de mérito por suas comissões e conselhos na defesa do interesse público e acadêmico, sempre com o sentido de elevar as condições de ensino, a produção do conhecimento e o nosso patrimônio cultural".

Em resumo: o que vale são os princípios normativos que embasam as reuniões perenes das comissões. Sorte dos burocratas, e azar dos músicos.

23 agosto 2008

Movimento brasileiro pró-tirania continua atuante

Deu na Folha hoje: "Em reação ao seu indiciamento por crimes contra a humanidade pelo procurador do Tribunal Penal Internacional, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, despachou emissários para ações de relações públicas na América Latina, na Ásia e no Oriente Médio -onde deseja obter apoio político. (...) O presidente sudanês foi indiciado pelo procurador do TPI, Luis Moreno Ocampo, por genocídio e outros crimes contra a humanidade, após o massacre de mais de 300 mil pessoas na região de Darfur. (...) Durante sua visita a Brasília, Karti foi recebido pelo assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e pelo secretário-geral das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães."

Continuem escrevendo aos políticos brasileiros contra os massacres no Sudão! Apesar de que enquanto esse Marco Aurélio Garcia continuar no Planalto, não vai ajudar quase nada.

19 agosto 2008

Saladino Aranda

O atleta panamenho Irving Jahir Saladino Aranda ganhou a medalha de ouro em salto em distância nas olímpiadas, a primeira de seu país. O campeão considera a medalha metade brasileira porque ele treina em São Paulo, onde pretende continuar morando até os jogos de 2012. Desde que começou a treinar em São Paulo, seus saltos melhoraram em mais de 1 metro!

Na minha incompetente opinião de quatro olhos sem grande conhecimento sobre esportes, é uma notícia interessante para os brasileiros - pelo menos para os paulistanos! No entanto, a imprensa esportiva brasileira ignora por completo o campeão. Uma busca em sites de notícias do Brasil não encontra uma menção ao seu nome. A Folha e UOL não têm nada, o Estadão traz uma foto das agências internacionais sem texto, e o Globo pergunta "Você está procurando por salgadinho varanda?"

Chauvinismo dos comentaristas esportivos, incompetência, ou pura preguiça?

15 agosto 2008

Inteligência artificial vence profissional de Go

O programa MoGo venceu uma partida de Go (baduk, weiqi) contra o profissional Kim Myungwan 8p.

Me parece que Kim Myungwan 8p jogou a partida como uma demonstração. Isso é, ele jogou os melhores lances mas não pôs o empenho emocional que, para comparação, o Kasparov pôs no match que perdeu do Deep Blue. Digo isso mais pelos comentários e pelo tempo gasto do que pela leitura da partida, que de qualquer forma foi jogada em um nível muito superior ao meu entendimento.

Provavelmente ele pode fazer isso porque foi um jogo com handicap e ele é "apenas" 8 dan. O Kasparov era o melhor do mundo por uma larga margem, com um tremendo ego acompanhando cada partida, e o computador era o único enxadrista atuante - quase escrevo vivo, mas não seria correto por 2 motivos que o leitor pode se divertir em adivinhar - capaz de jogar de igual para igual com ele. Depois do match, ele foi perdendo o interesse pelo xadrez, até que se aposentou ainda no topo do ranking para se dedicar à política.

(Infelizmente, na nova carreira Kasparov não tem tido o mesmo sucesso que teve no xadrez. Quem sabe se fosse um grande mestre de Go, as lições do jogo seriam mais úteis para a estratégia política, e por conseqüência não estariamos sendo obrigados a assistir mais uma guerra no Cáucaso? Mas isso é outro assunto......)

Voltando ao Go, não deixa de ser impressionante o progresso da inteligência artificial. Continuando a subir a força uma pedra por ano, ou dois que sejam, os computadores logo vão jogar de igual para igual com os profissionais coreanos. Outra coisa a considerar é que os jogos com handicap são extremamente táticos, uma situação que favorece o cálculo por força bruta dos computadores. (Não tenho muita certeza desse último ponto. Vocês concordam?)

O maior teste da inteligência artificial talvez não seja quantas pedras de força o computador sobe por ano. Uma vez que o computador alcançar um profissional sem handicap, quantos anos levará até o computador ficar competitivo com um 9 dan profissional no goban 21x21? E 23x23? Tabuleiros gigantes?

Tenho 3 palpites. Um, que nós vamos ver o MoGo jogando como um 7p num futuro próximo, 9p vai demorar um pouco mais. Dois, que o teste do tabuleiro maior será mais difícil do que o 19x19 sem handicap. E três, que nos tabuleiros maiores a escola tradicional japonesa, da análise estética do jogo de Go, vai se mostrar mais resistente aos ataques da inteligência artificial do que a escola continental contemporânea da análise lógica.

17 junho 2008

Expoentes liberticidas

Em entrevista à Folha de S Paulo, o lídimo expoente da hiperinflação Luiz Gonzaga Belluzzo avalia os presidentes do Brasil, num trecho que só apareceu na versão papel. Resumindo: "Getúlio, nota 9 porque foi ditador. Juscelino, nota 8 porque incentivou o transporte rodoviário." É uma oportunidade para conferir quão pouco valor os economistas liberticidas dão à democracia.

13 junho 2008

Congresso da Indústria FIESP - relatório de viagem

Hoje viajei para assitir uma mesa redonda sobre política industrial no Congresso da Indústria organizado pela FIESP. O encontro ocorreu lá a meio caminho do fim do mundo, perto daquelas ruas com nomes conhecidos por todo engenheiro elétrico que se dê ao respeito, naquele trecho da marginal Pinheiros conhecido pelos engarrafamentos 24h com largura quase igual à extensão. Munido de um passe único fui e voltei de trem espanhol, que proporciona ao passageiro o prazer de ouvir Chopin enquanto assiste os bacanas de carros importados ficando para trás, parados no trânsito.

Os debates foram de nível bem mais elevado do que o que nos acostumamos a ouvir de ministros, políticos, ou industriais. Duas décadas de democracia já estão fazendo um efeito salutar sobre as figuras públicas de maneira geral. O ministro da Defesa, por exemplo, é claramente um competentíssimo advogado que está fazendo um esforço honesto para se inteirar da ciência militar. Desenvolvimentistas diversos fazem questão de demonstrar que não são escravos de economistas desenterrados, nem se despediram do bom senso ao assumirem cargos executivos, ao contrário do hábito até há poucos anos. Os empresários de maneira geral continuam clamando por benesses específicas para seus setores - um pede a proibição de importação pela concorrência, o outro a proibição da exportação por seus fornecedores; um terceiro quer crédito oficial subsidiado, o quarto uma diminuição dos impostos dirigida a um setor dito estratégico; um setor quer que as forças armadas tenham isenção das leis de licitação para adquirirem fardas 100% nacionais e proporcionalmente mais caras, enquanto outro quer um acordo que induza países do Mercosul a comprarem armamento de fabricação brasileira; e assim por diante. Mas o tom geral é de respeito à lei, à ordem, e à lógica da economia. Inspira uma patriótica confiança.

Encerrando o evento o presidente da FIESP mencionou um assunto que até então só tinha merecido um par de citações passageiras: a educação. Ele destacou as importantes e úteis ações das organizações da indústria e comércio, especialmente quanto ao ensino técnico. De fato, me parece que a qualidade da formação dos praças e oficiais tem muito mais relevância para a segurança nacional do que a procedência das fardas. Afirmações similares valem para outros setores da sociedade. Aí já era tarde demais para eu fazer a pergunta que tinha preparado, mas desistido de formular porque não parecia ser o fórum adequado. Reproduzo aqui, para quem quiser ler:

"Um assunto que mal foi mencionado essa tarde é a formação de recursos humanos. Grandes e médias empresas em particular têm um papel muito pouco positivo. Falando como professor universitário: as políticas de contratação e de recursos humanos são um desestímulo para o desenvolvimento dos jovens profissionais. As empresas não levam em consideração o aproveitamento nos estudos, nem os conhecimentos inovadores produzidos e absorvidos pelos estudantes nas universidades. Elas avaliam os candidatos por meio de testes psicotécnicos boçais ou pela contabilidade de horas de estágios de duvidosa relevância para o aperfeiçoamento profissional. Com isso passam aos estudantes a mensagem de que o investimento em educação e inovação não será reconhecido. O que está sendo feito para eliminar esse gargalo para o desenvolvimento tecnológico, tão peculiar à indústria brasileira?"

Minha participação ocorreu por autoconvite feito pelo site do evento. Foram oferecidos a todos os participantes almoço e jantar, os quais não pude aproveitar, mas tive a oportunidade de consumir uma bebida alcoólica, ficando agradecido pela generosa oferta da FIESP.

10 junho 2008

Corintiano Lap Chan diz que o governo só atrapalhou

FOLHA - Você me disse antes da entrevista que fica chateado porque afirmam na imprensa que você é "chinês".
CHAN - Fico chateado porque todo mundo fala "é o chinês", mas o chinês aqui é mais brasileiro do que muitas pessoas que eu conheço. Eu tenho o coração brasileiro. Tenho sotaque chinês? Não tenho. Sou um corintiano sofrido!

28 maio 2008

As catacumbas cantabrigenses

Aproveitando o feriado pagão e anticonstitucionalíssimo no final de maio, fui visitar a bibioteca da Universidade Harvard, em Cambridge, Massachusetts, em busca de um tomo obscuro. Ao contrário de grande parte das bibliotecas no Estados Unidos, Harvard exige um crachá para entrar na biblioteca. Expliquei que era professor em S Paulo, no Brasil, e que gostaria de consultar alguns livros. Com isso recebi um crachá feito na hora, com fotografia e tudo, válido por uma semana, que me deu acesso livre às bibliotecas. A título de comparação, o cartão de identificação da USP demorou mais de 6 meses para ficar pronto, e não serve para todas as bibliotecas da USP, embora eu seja professor!

O alfarrábio que buscava encontrava-se no quarto subterrâneo (andar -4 para os colegas engenheiros) da biblioteca Widener, numa seção cuja organização é anterior às catalogações Dewey e da Biblioteca do Congresso. Bom, não sei se é anterior, mas é diferente - não vá o caro leitor, se houver, acreditar em tudo que lê em blog. Depois de algum esforço e da travessia de um labirinto de túneis encontrei o que buscava - uma exposição do método da equivalência de Élie Cartan - entre os vetustos calhamaços publicados por doutas sociedades das europas. Estando na Nova Inglaterra, recomendo a todas essa erudita aventura turística.

24 abril 2008

BNDES financiava bordel de advogado do Maluf

Deu no jornal hoje. Conselheiro do BNDES investia dinheiro do banco em rede de prostituição. Será que é por isso que ainda há gente defendendo a "política de desenvolvimento" dos bancos oficiais? Vamos privatizar essa meretrória instituição para ver qual trabalhador ia deixar o seu fundo de garantia lá.

08 abril 2008

Fotos censuradas!



Ano passado a USP solicitou uma fotografia para fazer um crachá novo. Enviei pela internet a foto à direita. Pouco mais de meio ano depois, chega o crachá, mas com uma chatérrima foto 3x4. Vejam aqui fotografias proibidas de professor em posição extrema e ilegal, em cima da USP, trepado na torre do relógio!

02 janeiro 2008

MacBook Touch na MacWorld

Having read the rumors about the announcement of an ultra-portable Mac at the MacWorld 2008 in two weeks, I will add my own speculation:

- It will be called the MacBook Touch.
- Flash memory, or 1.8in iPod disk, maybe both.
- No built-in optical drive (obvious).
- No built-in keyboard (less obvious).
- iPhone-style interface when using without a keyboard. How it will be made to stand upright on a wireless keyboard, I don't have a clue, but the designers at Apple must be able to figure it out.
- Firewire 3200 to make up for lack of internal disks (I am probably wrong on that).
- 3G cell phone contract available (battery life is less of a problem than on a phone, but I am probably wrong on this as well).
- Everybody and their dogs will want one, but there will be a lot of whining about drive and screen size, lack of CD and GPS, choice of wireless carriers, battery life, and so on (easy).