22 outubro 2011
Jacaré - para a 317 Band 80
Apesar do quórum nulo, logaritmicamente falando, fui testar e aprovar o Jacaré, um boteco já estabelecido na V Madalena há 4 lustros. Apesar de mais recente que a 317 Bandeirantes 1980, depois que o Bartolo fechou é um dos mais antigos do pedaço. Frequentei outrora com a Susanna, quando éramos jovens apaixonados.
Sem empinar ares, é sempre bem procurado por uma clientela variada. O ambiente é correto, o som não ensurdece embora tenha mais volume que melodia.
A comida de bar é caprichada. Pedi uma alheira, afinal hoje é shabbat. Servida de forma apropriada: acompanhada de pão, molho de cebola, farofa, ovo, e verdura, de forma que comer no bar não significa abrir mão de uma refeição saudável. O contrário do que se vê em estabelecimentos voltados para um público emergente ou em bairros nouveau riche, onde a clientela tende a deglutir quase que exclusivamente alimentos outrora considerados de maior prestígio pelas pessoas que tem a necessidade de afirmar seu status através da mesa - nesses as porções são compostas quase que exclusivamente por carne.
Se optarem pelo Jacaré para o próximo evento, só não recomendo a Brahma Extra, uma cerveja meio aguada, sem arestas, de sabor pouco definido, mais ao gosto de emergentes que tentam imitar os sabores padronizados norte-americanos ou talvez alemães. A Brahma comum tem um sabor característico de antigamente, e deve ser preferida em qualquer ocasião.
O Jacaré continua movimentado após a virar a madrugada. A noite está bonita, eu voltei para casa.
19 outubro 2011
A Usp pequena
Praça do Por do Sol. Em cima da velha Estrada da Boiada. O único lugar de onde se vê como a Usp é pequena.
10 outubro 2011
Linear systems theory wins economics Nobel
I teach the introductory graduate linear systems theory course at Usp. I also talk about system identification in a 5th year undergraduate controls course. I find the 2011 Nobel prize in economics pathetic. How do you say "vergonha alheia" in English?
As far as I can tell the prize went for an application of linear systems and the Kalman filter. It's all in Eduardo Sontag's, or maybe better in Ljung's book, there's some statistics thrown in. Linear systems applied to the economy give spectacularly bad predictions - the economy is inherently nonlinear, as the presence of multiple equilibria shows. To a non-economist, giving a Nobel for linear systems theory appears similar to rewarding an explanation of gravitation that relies on Galilean transformation, instead of on Lorenz transformations the way Einstein did it.
I am indignant. But then I am not an economist. And Einstein didn't receive a Nobel for relativity. Maybe economists know better. Alright, I'm exaggerating a little, and maybe they did something else that I don't know about. I posted my opinion in blogs of people who know a lot more than I do and whom I deeply respect and admire. I may well be wrong. Links below.
NYTimes
Mão visível
Mão visível Its is also in my grad course's Moodle (not public, copied below):
As far as I can tell the prize went for an application of linear systems and the Kalman filter. It's all in Eduardo Sontag's, or maybe better in Ljung's book, there's some statistics thrown in. Linear systems applied to the economy give spectacularly bad predictions - the economy is inherently nonlinear, as the presence of multiple equilibria shows. To a non-economist, giving a Nobel for linear systems theory appears similar to rewarding an explanation of gravitation that relies on Galilean transformation, instead of on Lorenz transformations the way Einstein did it.
I am indignant. But then I am not an economist. And Einstein didn't receive a Nobel for relativity. Maybe economists know better. Alright, I'm exaggerating a little, and maybe they did something else that I don't know about. I posted my opinion in blogs of people who know a lot more than I do and whom I deeply respect and admire. I may well be wrong. Links below.
NYTimes
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PTC5820 - 5 » Fóruns » Fórum de notícias » Nobel de economia Nobel de economia por Felipe Pait - segunda, 10 outubro 2011, 11:01 O Nobel de economia desse ano foi para a teoria de sistemas lineares. http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/2011/ecoadv11.pdf Na verdade uma versão light do nosso curso, até onde eu percebo pouco além do trabalho do Kalman. Eu acho que não valia um Nobel. Sistemas lineares aplicados à economia resultam em previsões espetacularmente erradas, porque os fenômenos fundamentais são inerentemente não-lineares. Seria como uma teoria da gravitação usando transformações de Galileu, em vez das transformações de Lorenz que o Einstein usou. Mas eu não sou economista. E o Einstein não ganhou prêmio Nobel pela relatividade. Então talvez os economistas e os suecos estejam corretos. Talvez os premiados tenham feito alguma outra coisa. São brancos, que se entendam.
01 outubro 2011
Redução de aulas de português e matemática
A secretaria de educação do estado de S Paulo estuda reduzir o número de horas de aula de português e matemática. Faz sentido.
Não é bom aumentar o número de horas de aula. Muitas horas na sala de aula são contraproducentes. Só servem para cansar e desmotivar o aluno, e para reduzir a possibilidade de pensamento independente. Alunos não prestam atenção a aulas em excesso, e em geral simplesmente cabulam. Quem acha que os alunos não faltam porque há controle de presença é só quem dá aulas de costas para a sala.
Os melhores meios de aprender português e matemática não são aulas de gramática e aritmética. Estudar ciência e história é muito mais eficaz e motivante. Gramática e redações de colégio são uma chatice, pouco conectadas com a língua viva, e infelizmente a álgebra do colégio também é ensinada assim. Discorda? Pergunte para algum aluno de colégio sobre o determinante da matriz de Vandermonde.
O lado ruim é o que se propõe no lugar. Ensino de espanhol é picaretagem. É um fato conhecido que quem sabe o português direito se comunica perfeitamente com quem sabe o espanhol direito. Quem lê português tem acesso a toda a literatura e jornalismo em língua espanhola internacionais. Umas aulinhas tipo "El libro está sobre la mesa" vão ser uma regressão. Com o inglês não é assim. E o inglês é a língua franca para a maior parte da humanidade, que não tem outra língua em comum. Aulas de inglês são muito mais úteis.
Sociologia e filosofia vão ser aulas de doutrinação ideológica pela máfia dos sindicatos e das faculdades de educação. Com provinhas para ver se os alunos pensam certo. Na melhor da hipóteses, uma perda de tempo federal. Não são disciplinas que se prestam ao ensino médio, certamente não com os professores que estão por aí. Já a história é fascinante, e imprescindível no mundo conectado. Quase ninguém no Brasil conhece história bizantina ou do sudeste da Ásia, por exemplo. Deviam. Nem história da China, nem história dos povos originais do nosso continente. No caso da história, isso é bom. Os estudantes vão ler algum dos excelentes livros de história, e rapidamente saber mais que os professores. Nada mais motivante! Da leitura para a escrita, é meio passo.
Repetindo: mais aulas de história, geografia, física, e biologia no lugar da gramática e da álgebra seriam bem vindas. Melhor ensinar a física de Newton antes de esperar o estudante passar pelo cálculo, melhor ensinar física quântica do que começar por matrizes e logaritmos. Melhor ler Braudel e Sérgio Buarque do que manuais de gramática. Mas se for para piorar, deixem como está.
Não é bom aumentar o número de horas de aula. Muitas horas na sala de aula são contraproducentes. Só servem para cansar e desmotivar o aluno, e para reduzir a possibilidade de pensamento independente. Alunos não prestam atenção a aulas em excesso, e em geral simplesmente cabulam. Quem acha que os alunos não faltam porque há controle de presença é só quem dá aulas de costas para a sala.
Os melhores meios de aprender português e matemática não são aulas de gramática e aritmética. Estudar ciência e história é muito mais eficaz e motivante. Gramática e redações de colégio são uma chatice, pouco conectadas com a língua viva, e infelizmente a álgebra do colégio também é ensinada assim. Discorda? Pergunte para algum aluno de colégio sobre o determinante da matriz de Vandermonde.
O lado ruim é o que se propõe no lugar. Ensino de espanhol é picaretagem. É um fato conhecido que quem sabe o português direito se comunica perfeitamente com quem sabe o espanhol direito. Quem lê português tem acesso a toda a literatura e jornalismo em língua espanhola internacionais. Umas aulinhas tipo "El libro está sobre la mesa" vão ser uma regressão. Com o inglês não é assim. E o inglês é a língua franca para a maior parte da humanidade, que não tem outra língua em comum. Aulas de inglês são muito mais úteis.
Sociologia e filosofia vão ser aulas de doutrinação ideológica pela máfia dos sindicatos e das faculdades de educação. Com provinhas para ver se os alunos pensam certo. Na melhor da hipóteses, uma perda de tempo federal. Não são disciplinas que se prestam ao ensino médio, certamente não com os professores que estão por aí. Já a história é fascinante, e imprescindível no mundo conectado. Quase ninguém no Brasil conhece história bizantina ou do sudeste da Ásia, por exemplo. Deviam. Nem história da China, nem história dos povos originais do nosso continente. No caso da história, isso é bom. Os estudantes vão ler algum dos excelentes livros de história, e rapidamente saber mais que os professores. Nada mais motivante! Da leitura para a escrita, é meio passo.
Repetindo: mais aulas de história, geografia, física, e biologia no lugar da gramática e da álgebra seriam bem vindas. Melhor ensinar a física de Newton antes de esperar o estudante passar pelo cálculo, melhor ensinar física quântica do que começar por matrizes e logaritmos. Melhor ler Braudel e Sérgio Buarque do que manuais de gramática. Mas se for para piorar, deixem como está.
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