27 fevereiro 2011
Uma semana sem ler jornal brasileiro.....
.... e não perdi nada. Alguns colunistas bons, como o @AlonFe e o @gugachacra, acompanhei via twitter. E os demais? O Safatle estava todo assanhado quando o Mubarak caiu. Mas agora que o companheiro polpotista dele Qadafi está na berlinda, mudou de assunto, prefere escrever sobre o Carlos Lacerda. Notícias, nada de novo. Ainda bem. No news is good news.
16 fevereiro 2011
12 fevereiro 2011
A Poli precisa de VOCÊ!
Mandei o pedido abaixo a meus colegas de turma. Mas quem não é politécnico também pode ajudar!
Caros colegas,
Estou escrevendo para pedir ajuda.
No final do ano passado uma comissão para discutir currículos da Poli montou uma proposta que pode ser lida no link:
http://ec3.polignu.org/wp-content/uploads/2011/01/relatFlexibilizacao.pdf
A parte principal está na figura da página 4, que envio anexa. Em resumo: os cursos consistiriam de matérias básicas, matérias gerais de engenharia, e matérias na especialidade, como é hoje e sempre foi; e adicionalmente 1 MATÉRIA OPTATIVA LIVRE POR SEMESTRE e no quinto ano UM PACOTE DE MATÉRIAS ESCOLHIDO POR CADA ALUNO e voltado para um projeto de formatura.
Essa proposta essencialmente foi defendida pelos alunos, e resolveria a grande maioria dos problemas que nós conhecemos na nossa época de estudante e que se mantém quase inalterados até hoje. Por exemplo continuam havendo cursos ruins dos quais não dá para fugir porque são obrigatórios; concorrência para não pegar opções desprestigiadas; currículos rígidos e superespecializadosque não atendem os interesses de nenhum estudante, mas apenas a conveniência das burocracias. A proposta de currículo acima dá a cada estudante a possibilidade de resolver esses problemas por sua própria iniciativa.
Quem já tem rebentos na faculdade sabe que as estruturas não melhoraram muito. Quem já teve contato com universidades estrangeiras sabe que a USP poderia oferecer uma experiência muito melhor se não fossem as amarras burocráticas - há gente boa para isso, estudantes e professores. Aprovar essa proposta na comissão de flexibilização foi um passo enorme. Eu diria quase um milagre. Melhor que isso é impossível na prática.
Agora começam as complicações. As forças da inércia vão começar a se organizar para desorganizar a proposta. Seria uma melhoria enorme em relação a tudo que existe na Poli há décadas, e há gente a favor, mas a proposta não vai vencer a inércia burocrática sem pressão externa.
Só vejo um modo de levar adiante essa proposta, e depende de ex-alunos com nós - na verdade de vocês, dos ex-alunos que não são professores da Poli. Precisamos de manifestação maciça das pessoas que conhecem o curso da Poli e também a realidade do trabalho da engenharia. Então vou pedir o seguinte: entrem na página de discussões de novos currículos, chamada "EC-3":
http://www8.poli.usp.br/
e escrevam com entusiasmo a respeito da flexibilização curricular. Quanto menos o meu nome e de outros professores da Poli aparecer com relação à proposta, melhor. Depois repassem esse pedido e sugestão a colegas de outras turmas, outros anos. Contra a experiência dos engenheiros formados, a inércia não vai ter argumentos.
Escrevam! Os politécnicos das gerações futuras vão ficar enormemente gratos.
Caros colegas,
Estou escrevendo para pedir ajuda.
No final do ano passado uma comissão para discutir currículos da Poli montou uma proposta que pode ser lida no link:
http://ec3.polignu.org/wp-content/uploads/2011/01/relatFlexibilizacao.pdf
A parte principal está na figura da página 4, que envio anexa. Em resumo: os cursos consistiriam de matérias básicas, matérias gerais de engenharia, e matérias na especialidade, como é hoje e sempre foi; e adicionalmente 1 MATÉRIA OPTATIVA LIVRE POR SEMESTRE e no quinto ano UM PACOTE DE MATÉRIAS ESCOLHIDO POR CADA ALUNO e voltado para um projeto de formatura.
Essa proposta essencialmente foi defendida pelos alunos, e resolveria a grande maioria dos problemas que nós conhecemos na nossa época de estudante e que se mantém quase inalterados até hoje. Por exemplo continuam havendo cursos ruins dos quais não dá para fugir porque são obrigatórios; concorrência para não pegar opções desprestigiadas; currículos rígidos e superespecializadosque não atendem os interesses de nenhum estudante, mas apenas a conveniência das burocracias. A proposta de currículo acima dá a cada estudante a possibilidade de resolver esses problemas por sua própria iniciativa.
Quem já tem rebentos na faculdade sabe que as estruturas não melhoraram muito. Quem já teve contato com universidades estrangeiras sabe que a USP poderia oferecer uma experiência muito melhor se não fossem as amarras burocráticas - há gente boa para isso, estudantes e professores. Aprovar essa proposta na comissão de flexibilização foi um passo enorme. Eu diria quase um milagre. Melhor que isso é impossível na prática.
Agora começam as complicações. As forças da inércia vão começar a se organizar para desorganizar a proposta. Seria uma melhoria enorme em relação a tudo que existe na Poli há décadas, e há gente a favor, mas a proposta não vai vencer a inércia burocrática sem pressão externa.
Só vejo um modo de levar adiante essa proposta, e depende de ex-alunos com nós - na verdade de vocês, dos ex-alunos que não são professores da Poli. Precisamos de manifestação maciça das pessoas que conhecem o curso da Poli e também a realidade do trabalho da engenharia. Então vou pedir o seguinte: entrem na página de discussões de novos currículos, chamada "EC-3":
http://www8.poli.usp.br/
e escrevam com entusiasmo a respeito da flexibilização curricular. Quanto menos o meu nome e de outros professores da Poli aparecer com relação à proposta, melhor. Depois repassem esse pedido e sugestão a colegas de outras turmas, outros anos. Contra a experiência dos engenheiros formados, a inércia não vai ter argumentos.
Escrevam! Os politécnicos das gerações futuras vão ficar enormemente gratos.
Now, watch Gaza
No remotely popular government in Egypt can keep the Gaza border closed. And Hamas cannot rule only one side of an open border. Expect something interesting. (I could be wrong as usual.)
07 fevereiro 2011
G zero (not on the Space Station)
Nouriel Roubini has been talking about a G0 world - after the G7, G8, and G20 stopped making much difference or making much sense. The danger as I see it is that the Euro is pushing the UK and Scandinavia out and forcing the continent to integrate. Russia may join, even without a Russian stooge in Berlin, and so will the Southern Mediterranean.
The UK is converging to N America, probably Japan and the Pacific as well. If China and the rest of East Asia take Africa, they win the game of Risk. Else it's 1984 with a few decades delay.
The UK is converging to N America, probably Japan and the Pacific as well. If China and the rest of East Asia take Africa, they win the game of Risk. Else it's 1984 with a few decades delay.
03 fevereiro 2011
Sei que falar mal de funcionário público dá cadeia....
......mas o Itamaraty está mostrando em relação ao Mubarak a mesma indolência e pusilanimidade que sempre tiveram com ditaduras de esquerda. Talvez a tiranofilia não seja ideológica.
01 fevereiro 2011
Egito e Brasil
No final da ditadura o Brasil já tinha experiência com democracia desde a independência sesquicentenária. O Egito foi o berço de uma civilização extinta, mas não governa a si próprio desde o tempo de Al Sikandar. São 2300 anos, está na hora de declararem a independência. Pode ser que não vire uma democracia, mas a falta de democracia recente não é um obstáculo intransponível. Hoje com a internet todo mundo consegue ler o que se faz por aí.
Aproveito para reclamar de quem compara o Sarney com Mubarak. O Sarney não é presidente há mais de 20 anos, não controla o exército, não desliga telefone, e foi eleito livremente pelos amapaenses.
Aproveito para reclamar de quem compara o Sarney com Mubarak. O Sarney não é presidente há mais de 20 anos, não controla o exército, não desliga telefone, e foi eleito livremente pelos amapaenses.
Mubarak = Suharto?
A melhor comparação para o final do governo Mubarak é a queda de Suharto em 1998. O Egito e a Indonesia são países populosos, com maioria islâmica e minorias significativas, toleradas e bem integradas. Nasser e Sukarno foram ditadores formalmente não-alinhados, na prática ambos fantoches soviéticos com ligações históricas ao Eixo. Mubarak, como Suharto, liderou uma longa ditadura militar com apoio americano - Suharto tomou o poder após uma guerra civil, Mubarak após os acordos de paz de Sadat que puseram fim ao nasserismo.
Em ambos os países o exército é forte, tem algum prestígio, e parece ter decidido não usar violência contra a população. Em ambos há organizações islâmicas importantes cuja existência vai ser usada pelos partidários do status quo para espalhar FUD - fear, uncertainty, and doubt. A população se cansou de um governo estável que manteve a paz, mas tornou-se cada vez mais fechado e corrupto.
Há diferenças, especialmente na economia. A Indonesia, embora bem mais pobre, tem recursos naturais e humanos. A economia do Egito depende de 4 setores: Suez, remessas de trabalhadores no Golfo, pirâmides, e ajuda militar, que geram recursos sem correspondente trabalho interno com valor adicionado. E o Egito parece ser terreno mais fértil para radicais. Mas a possibilidade de um governo periclitante, se movendo na direção de mais democracia e (lentamente) de menos corrupção, parece real.
Em ambos os países o exército é forte, tem algum prestígio, e parece ter decidido não usar violência contra a população. Em ambos há organizações islâmicas importantes cuja existência vai ser usada pelos partidários do status quo para espalhar FUD - fear, uncertainty, and doubt. A população se cansou de um governo estável que manteve a paz, mas tornou-se cada vez mais fechado e corrupto.
Há diferenças, especialmente na economia. A Indonesia, embora bem mais pobre, tem recursos naturais e humanos. A economia do Egito depende de 4 setores: Suez, remessas de trabalhadores no Golfo, pirâmides, e ajuda militar, que geram recursos sem correspondente trabalho interno com valor adicionado. E o Egito parece ser terreno mais fértil para radicais. Mas a possibilidade de um governo periclitante, se movendo na direção de mais democracia e (lentamente) de menos corrupção, parece real.
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