Atendendo a algumas respostas apreciativas e inúmeras ignorativas, aqui está......

24 março 2007

Universidade se projeta em verdadeira grandeza

Deu no informativo ADUSP número 231, sob o título
"Universidade(?) Nova"

Sob a alegação de contrapor-se à evasão de estudantes e evitar a especialização precoce, o Plano “Universidade Nova” do MEC propõe um “Bacharelado Interdisciplinar” de três anos. Os efeitos perversos dessa proposta, um ataque à autonomia universitária, que só pode ser desfechado com anuência dos reitores, estão claros a partir das metas propostas até 2012: dobrar a relação estudante/professor e atingir 90% de taxa de conclusão média dos cursos de graduação. O cumprimento de metas deste tipo é condição para o financiamento da instituição, a ser avaliado anualmente pelo MEC.

Confirmam-se assim nossas piores previsões. Não é possível manter o tripé ensino-pesquisa-extensão com razões altas estudante/professor e taxas de conclusão de 90% não são usuais em universidades. Escolões com progressão continuada?


A máfia sindical universitária projetou-se em verdadeira grandeza. Perverso, para a a ADUSP, é que os alunos se formem. O bom é a picaretagem atual, onde a sociedade paga os salários de uma corja enorme de professores, a universidade finge que oferece muitas vagas, mas apenas uma pequena porcentagem dos alunos se formam.

Por exemplo, na engenharia civil da Poli o percentual de alunos formados, em relação às vagas oferecidas, é de menos de 30%. Os cursos de licenciatura nas ciências tem porcentagens minúsculas. Em certas áreas das humanidades, prefiro nem saber. Taxas de graduação altas não são raras - pelo menos não nas universidades de bom nível. 98% dos alunos de Harvard se formam em 6 anos. 10% de alunos se formando é para curso de manicure.

Os professores de primário, ginásio, e colégio (se já voltaram os milréis, porque não voltam os nomes tradicionais?) até que têm explicações para a má qualidade de ensino: falta de recursos, alunos mal preparados, salários baixos, por aí afora. A Universidade de São Paulo não - ela pode escolher os melhores estudantes de São Paulo. Se eles não se formam, é porque os cursos são irrelevantes.

16 março 2007

Não sou eu que estou dizendo

Deu nos jornais nos idos de março: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que utilizou os critérios da competência e da capacidade para definir os ministros da Educação e da Saúde:

"Eu acho que tem duas coisas que são fundamentais no Brasil: educação e saúde. A gente não brinca, a gente não partidariza e a gente monta o governo com as pessoas que têm competência, com as pessoas que têm capacidade de montar um bom governo, porque, na saúde, se você brincar, é morte; na educação, se você brincar, é analfabeto".

Segundo a Folha de S Paulo, Lula deu a declaração ao ser questionado sobre não entregar a Educação ao PT paulista e tampouco dar a Saúde à bancada do PMDB na Câmara. Lula manterá o técnico petista Fernando Haddad na Educação e nomeará para a Saúde o sanitarista José Gomes Temporão. Os ministérios não fundamentais, como a Integração Nacional, a Agricultura, e o Turismo, onde a brincadeira não tem conseqüências, foram partidarizados.

Em resumo, gente do ramo na saúde e educação. O resto tudo um bando de picaretas que querem cargo público para se locupletar e fazer caixa de campanha. Não sou eu que estou dizendo.